Por Marcos Antonio Santos
Nesta semana, o clima continua contribuindo em Toledo, e até essa quarta-feira, 16, cerca de 75% do milho safrinha já havia sido colhido nos campos (cerca de 290 mil toneladas). “No município são 65 mil hectares de área planta da cultura, com uma previsão de colheita de 390 mil toneladas. Produtividade: 6 mil kg/ha. No município de São Pedro do Iguaçu, a colheita está um pouco atrasada. Na região, a colheita do milho deverá ser finalizada em setembro, mas será pouca quantidade. A qualidade da produção continua sendo muito boa”, informa o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) do Núcleo da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), do município de Toledo, Paulo Oliva.
Do dia 08 ao dia 12 (terça-feira a sábado) o tempo permaneceu instável, com pancadas de chuvas em várias regiões do Paraná. No dia 13, o tempo se estabilizou aos poucos, havendo predomínio de sol no Norte e Oeste e aumentando o risco de incêndio nessas regiões. Na segunda-feira (14) houve presença de nebulosidade entre as regiões do Estado, porém ainda com predomínio de sol.
“O clima que tivemos nesta safrinha foi ótimo, comparado ao clima de altitude, para produção de milho”, avalia o produtor Linore Cella, que tem uma propriedade na Linha Mandarina, município de Toledo.
PRODUTIVIDADE – Linore Cella comenta como está a colheita do milho na sua produção. “Colhi cerca de 60% com produtividade média acima da expectativa. Nesse plantio de início de fevereiro, a média ficou em 360 sacas /alqueire. Já para o restante da área, que foi o plantio de início de março, a expectativa é que seja em torno de 250 sacas/alqueire”.
PREÇOS – Os produtores estão preocupados com o preço praticado, que, em média, dificilmente cobrirá os custos. Segundo Linore Cella, os valores caíram em torno de 45%. “Convém salientar que embora as produtividades estão sendo boas, os custos de produção foram altos, pois na época do plantio o preço da saca estava em R$ 80,00/saca. E, agora, com o valor da saca em torno de R$ 45,00, teremos que analisar muito bem se vai cobrir os custos”, afirma.
De acordo com Paulo Oliva, alguns fatores contribuem para a queda do preço do milho. “Um deles é o câmbio, com a queda do valor do dólar. A produção de boa qualidade em todo o Brasil, também; a oferta de milho aumentou. Mas, o produtor pode compensar com um volume maior de produção”.
A previsão é que a colheita do milho na propriedade de Cella termine no fim deste mês. E a partir de setembro, o produtor já poderá começar a plantar a soja. “Acredito que deve fechar a colheita no fim de agosto, mas o plantio de soja, somente a partir de 15 de setembro, devido ao vazio sanitário”, menciona Linore Cella.
20º NRT – Até o momento, os vinte municípios da área de abrangência do 20º Núcleo Regional, de Toledo, da Seab, já colheram aproximadamente 70% da safra do milho. Os 20 municípios representam 19% da produção de milho safrinha no Estado do Paraná (cerca de 2 milhões de 700 mil toneladas – com 447,3 mil hectares), e juntamente com Cascavel, a região Oeste alcança 35% da produção paranaense. Na Regional, a maior área de produção com 68 mil hectares é em Assis Chateaubriand. Em todo o Paraná, a expectativa é que sejam produzidas 14,13 milhões de toneladas em uma área de 2,4 milhões de hectares, o que indica aumento de 6% no volume e redução de 11% na área comparativamente à safra 2021/2022.
A engenheira agrônoma do Deral, do Núcleo da Seab, do município de Toledo, Jean Marie Ferrarini, confirma que a produção prevista para Toledo será muito boa. “Somente Toledo são 65 mil hectares com uma previsão de 390 mil toneladas. Na região a maior área de produção é Assis Chateaubriand com 68 mil hectares. Com certeza as perspectivas de produção neste ano são melhores em comparação com o ano passado. A colheita está indo muito bem, a granação foi muito boa, apesar de todas as intempéries climáticas, que é comum acontecer no inverno”, afirma.
A maior parte do milho safrinha colhido em Toledo vai direto para as cooperativas locais. “Uma boa parte do milho colhido é utilizado pelas cooperativas da região, porque a produção de frango e suíno absorve bastante esse milho. E o excedente acaba indo para outros estados e exportado também. Esse milho é especificamente para a produção de ração para os suínos e aves. O produtor da nossa regional nem sempre vende toda a colheita, ele armazena um pouco. O milho da safra passada foi comercializado em torno de 80%. O milho se comercializa mais rápido, a soja demora um pouco mais”, diz Jean Marie.
DERAL – De acordo com o Boletim de Conjuntura Agropecuária (de 08 a 14 de agosto), do Deral, com o clima favorável do início da semana anterior, a colheita do milho avançou, apesar da interrupção pelas chuvas recentes. Até o momento, grande parte foi concluída, apresentando produtividade acima das expectativas médias. Os esforços para colher os grãos estão sendo intensificados devido ao aumento das áreas que estão entrando na fase de maturação. Em lugares pontuais espera-se uma queda na média de produtividade.
