Por Marcos Antonio Santos

APP Sindicato se posiciona contra o “Escola Parceira”

O Colégio do Jardim Europa, em Toledo, realizou, na manhã dessa terça-feira, 22, uma assembleia geral com a presença dos pais para esclarecer detalhes do Programa “Escola Parceira”. O encontro ocorreu nas dependências da escola e teve como objetivo apresentar os benefícios e objetivos do programa, além de promover um diálogo aberto entre a instituição e as famílias sobre a importância da parceria entre a escola e os responsáveis no processo educacional dos alunos. Os pais tiveram a oportunidade de tirar dúvidas e entender melhor como poderão contribuir para o sucesso das iniciativas propostas.

A diretora do colégio, Shirlei Bracht Pereira, informou que o encontro contou com a presença do chefe do Núcleo Regional da Educação, José Carlos Guimarães, “e também de uma equipe da Secretaria de Educação do Estado”. Segundo ela, “a reunião teve como pauta o Programa ‘Escola Parceira’. O objetivo era apresentar o projeto aos pais e proporcionar um momento de debate e discussão. Foi uma reunião muito positiva, especialmente pelo espaço dado aos pais para tirarem dúvidas. Eles puderam conversar, ouvir sobre o projeto, perguntar e opinar, o que resultou em uma participação muito significativa. Julgo que esse momento foi extremamente importante para a escola, principalmente pela oportunidade oferecida à comunidade de se informar e participar ativamente do projeto”.

Conforme Shirlei Bracht, na tarde de sexta-feira, 18, houve um encontro semelhante com o chefe do NRE e outras pessoas responsáveis pela organização do projeto em Toledo. “Nesse momento, houve uma discussão com os professores e funcionários da escola. Foi uma conversa muito produtiva, focada em entender o projeto e esclarecer dúvidas”.

Em novembro, está agendada a votação dos pais. Caso não haja comparecimento de 50% mais 1, a SEED homologará a decisão já prevista em lei. No Núcleo Regional de Educação de Toledo, 10 colégios fazem parte da listagem, incluindo o Colégio Ayrton Senna (bairro São Francisco, que realizou sua assembleia geral na segunda-feira, 21) e o Colégio Jardim Europa.

APP Sindicato é contra o “Escola Parceira”

O Sindicato APP de Toledo informou que, durante esta semana, estão sendo realizadas várias reuniões nas escolas para debater o projeto com a comunidade escolar. O sindicato, que já visitou as escolas envolvidas, se posiciona contra a terceirização das escolas públicas.

A presidente da APP Sindicato de Toledo, professora Marilene Alves de Abreu, disse que estão acompanhando as visitas dos representantes da SEED e do NRE, e que também estão fazendo panfletagem durante as reuniões, expressando sua oposição ao projeto “Escola Parceira”.

Marilene recorda que os professores realizaram uma greve, principalmente em razão desse projeto, que acabou sendo aprovado na Assembleia Legislativa (Alep). “Desde que o projeto foi apresentado, fizemos uma greve, mas ele foi aprovado na Assembleia. Voltamos às escolas, mas continuamos o trabalho de conscientização com a comunidade escolar. Realizamos debates em todas essas escolas, não apenas com os professores e educadores, mas também com a comunidade, explicando que o projeto é, na verdade, uma privatização da escola, utilizando recursos públicos para uma empresa que visa lucros. Temos feito esse debate há alguns dias com a comunidade escolar. Nesta semana, estamos acompanhando as visitas da SEED e, nos próximos dias, continuaremos a esclarecer a população e as comunidades escolares sobre o verdadeiro significado desse projeto”, afirmou.

Greve

Na segunda-feira, 3 de junho, teve início a greve dos professores de todo o Paraná, em protesto contra o Programa Escola Parceira. Os deputados aprovaram o projeto em 1º turno, com o placar de 39 a 13. Em Toledo, as manifestações ocorreram nas escolas, em frente ao Núcleo Regional de Educação, e alguns alunos se mobilizaram em uma ação em frente ao Terminal Rodoviário Alcido Leonardi.

Marilene Alves confirmou que participou da reunião que aconteceu na noite desta segunda-feira, no Colégio Ayrton Senna. “Acompanhamos a reunião no Ayrton Senna, e a comunidade questionou por que não fazem o investimento diretamente na escola pública, em vez de transferi-la para uma empresa privada. Sabemos que o Estado tem recursos para investir na educação sem a necessidade de privatizar as escolas”, declarou.