Integrantes do Sebrae/PR, do Itaipu Parquetec, da UTFPR e de municípios paranaenses e sul-matogrossenses fizeram parte da jornada internacional. Foto: Divulgação

Programação de 10 dias na Dinamarca, Suécia e Noruega incluiu reuniões com líderes e a observação de práticas locais

Conceitos que vão impulsionar soluções inovadoras no Paraná. Este foi o propósito da imersão internacional do programa Cidade Inteligente, realizada entre os dias 1 e 10 de dezembro. O programa, uma iniciativa do Sebrae/PR e do Sebrae/MS em parceria com o Itaipu Parquetec, levou representantes de municípios e instituições para uma jornada de conhecimento com passagens por Dinamarca, Suécia e Noruega, o que possibilitou o diálogo e novos conhecimentos sobre o tema das cidades inteligentes no Estado.

Além do Sebrae/PR e do Itaipu Parquetec, participaram da imersão integrantes da Fundação de Apoio da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (Funtef), da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), do Sebrae/MS e de mais dez municípios. Do Paraná, foram Ponta Grossa, Londrina, Apucarana, Doutor Camargo, Goioerê, Paranavaí, Marechal Cândido Rondon e Foz do Iguaçu, além das cidades de Maracaju e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul.

A primeira parada foi realizada em Copenhagen, na Dinamarca. Os representantes se reuniram com prefeitura e universidade locais, além de dialogar com especialistas em cidades inteligentes do País. Em seguida, a delegação foi à Suécia, nas cidades de Estocolmo e Malmö; lá, os encontros foram com especialistas de universidades como Berkley, Harvard e Madrid, além de uma reunião com a Comissão Europeia Urbanística, institutos locais de cidades inteligentes e a embaixada brasileira no País. A última parada aconteceu em Oslo, na Noruega, onde o grupo teve acesso a redes de inovação da capital norueguesa.

O gerente de Ambiente de Negócios do Sebrae/PR, Marcelo Padilha, fez parte da imersão e destaca que os encontros e projetos observados no exterior geraram ideias que podem se converter em novas soluções inovadoras para os municípios atendidos pelo programa Cidade Inteligente.

“O principal objetivo era conhecer diferentes processos de implantação de serviços inteligentes. Não só a viagem cumpriu o esperado como gerou possibilidades de parcerias internacionais com órgãos como a ONU, universidades escandinavas e fundações de inovação. Tivemos um grande apoio das embaixadas brasileiras e, a partir de agora, podemos aprimorar ainda mais a metodologia do programa Cidade Inteligente”, conta Padilha.

Comitiva foi recebida pela embaixada brasileira em Estocolmo, na Suécia. Foto: Divulgação

Eduardo de Miranda, diretor de negócios e empreendedorismo do Itaipu Parquetec, explica que a imersão promoveu uma reflexão sobre o que é uma cidade inteligente e o que realmente é importante para que os municípios paranaenses de fato desenvolvam soluções inovadoras para os seus cidadãos.

“Um dos grandes aprendizados que tivemos foi que uma cidade inteligente é aquela que se volta para necessidade das pessoas e resolve, às vezes, problemas simples sem envolver tantas tecnologias, pois a inovação está no modo como se soluciona o problema do cidadão. Com o programa Cidade Inteligente, queremos justamente isso: entender a realidade do município e buscar soluções para o que está no dia a dia dele, pois cada cidade tem realidades e necessidades diferentes”, reflete Miranda.

Aprendizados para o futuro

Um dos objetivos da jornada era que representantes de diferentes setores observassem boas práticas dos países visitados e buscassem referências para projetos nos municípios atendidos pelo programa Cidade Inteligente. Robson Shimizu, arquiteto do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (IPPUL), aponta que, a partir do que foi visto na viagem, faz-se necessário pensar no tema das cidades inteligentes cada vez mais como políticas públicas de cada cidade.

“A imersão que tivemos na temática de cidades inteligentes e sustentáveis é um passo importante para transformar a pauta em política pública contínua, consistente e robusta, para que possamos montar planejamentos baseados em evidências, dados. Em Londrina, conseguimos mobilizar servidores em processos de melhoria contínua e inovação, o que nos permite elaborar um mapeamento de prioridades para curto, médio e longo prazo”, indica Shimizu.

Em todas as entidades e locais visitados, um fator comum que os integrantes da imersão notaram foi a compreensão de que, seja qual for a solução inteligente apresentada, ela será inteligente se for sustentável e focada nas pessoas que vivem na cidade. É o que observou o professor da UTFPR, Silvestre Labiak Junior.

“Os ambientes que visitamos reforçam que, acima de qualquer modelo de cidade inteligente, no centro desta cidade está o ser humano, o que se demonstrou pelas soluções de mobilidade urbana sustentável e a preocupação e preparação para as mudanças climáticas que estamos vivenciando. Ainda é preciso destacar a forma profissional e amigável com que as prefeituras locais nos receberam, como na cidade sueca de Uppsala, onde o próprio prefeito nos apresentou suas soluções e preocupações com a sustentabilidade”, aponta Labiak.

Integrantes da missão brasileira visitaram a cidade sueca de Uppsala, onde foram apresentados às soluções inteligentes em ação pelo poder público local. Foto: Divulgação

Cidades inteligentes

Lançado em março deste ano, o programa Cidade Inteligente busca preparar os municípios paranaenses para uma oferta eficaz de soluções inovadoras para os cidadãos. A metodologia utilizada no projeto envolve o diagnóstico de maturidade das cidades, capacitação, planejamento, governança, monitoramento e controle das inovações.

A iniciativa projeta uma preparação dos servidores públicos municipais, da qual a missão internacional faz parte. O objetivo é a inserção de cada município dentro do conceito de cidade inteligente, que envolve um comprometimento com o desenvolvimento urbano e a transformação digital sustentável.

Fonte: Agência Sebrae Notícias