Por Marcos Antonio Santos
O Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR), composto pelo curso de Ciências Econômicas e pelos programas de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio (PGDRA) e de Pós-Graduação em Economia (PGE), da Unioeste, Campus Toledo, apresenta a pesquisa da cesta básica de alimentos, do município de Toledo, para o mês de fevereiro. E entre janeiro e fevereiro houve aumento de 3,20% no custo da cesta. Foi o quarto mês seguido de alta: novembro 3,70%, dezembro 1,57%, janeiro 2,82% e fevereiro 3,20%.
A professora no curso de economia da Unioeste e Coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR), Crislaine Colla, faz uma avaliação dessa sequência de aumentos da cesta básica.
“Nos últimos 4 meses, os produtos que tiveram destaque nos aumentos de preços foram aqueles com características mais sazonais e que são muito influenciados por questões climáticas, por exemplo a batata, a banana e o tomate. Também tivemos aumentos nos produtos que são a base do prato do brasileiro, o arroz e o feijão. O arroz e o feijão apresentam uma tendência de manter o preço e até mesmo aumentar. O arroz começou a subir com os problemas de chuvas intensas no Rio Grande do Sul no ano passado, pois é o maior produtor do país. Também é afetado por questões internacionais, já que o preço do produto para ser exportado está mais convidativo e assim diminui a oferta interna. O feijão, segundo estimativas, não deve ter redução de preços, pelo menos não significativa, pois espera-se uma safra menor. A carne foi um produto que aumentou em Toledo em fevereiro, mas não foi uma tendência observada nas outras capitais brasileiras, podendo ser algum efeito específico na cidade”.
Em março de 2023 até fevereiro de 2024 houve um aumento acumulado da cesta de 6,90%. Neste período, o valor da cesta básica em fevereiro de 2024 (R$ 627,99) está 6,90% maior que o custo em março de 2023 (R$ 587,44). Nos últimos 12 meses foram 7 meses com aumentos e 5 meses com reduções no custo.
Como reflexo do aumento do índice de variação percentual do custo da cesta básica individual, passou de R$ 608,53 em janeiro de 2024 para R$ 627,99 em fevereiro de 2024 assim, o percentual do salário-mínimo líquido necessário para adquirir a cesta básica para uma pessoa adulta apresentou aumento neste mês de fevereiro, quando seria necessário 48,08% do salário-mínimo para adquirir a cesta (comparado aos 46,59% do salário-mínimo em janeiro). Com isso, um trabalhador precisa de quase a metade do salário-mínimo para comprar a cesta básica individual. O atual valor do salário-mínimo é de R$ 1.412,00.
BANANA – Dos 13 itens da cesta básica, seis produtos apresentaram aumento do preço médio: a banana (9,16%); o leite (6,59%); a carne (6,45%); o pão francês (5,15%); o feijão (4,14%); e o arroz (3,32%).
E sete produtos apresentaram redução no preço médio no período: a batata (-10,25%); o óleo de soja (-10,03%); a margarina (-4,86%); a farinha de trigo (-4,82%); o tomate (-1,49%); o açúcar (-0,90%); e o café (-0,57%).
Diante da variação total da cesta básica individual para o mês de fevereiro, que foi de 3,20%, o aumento no preço da carne e da banana representaram o maior impacto para o aumento do índice. O aumento só não foi maior por causa da redução do preço da batata.

Os produtos que apresentaram maior aumento de preços nos últimos 12 meses foram: a batata, que acumulou aumento de 83%; o arroz, que aumentou 39,47%; o tomate com aumento de 38,29%; o feijão que aumentou 29,01%; o açúcar com um aumento acumulado de 14,52%; a banana que acumulou aumento de 11,27% e; o pão francês que aumentou 9,11% nos últimos 12 meses. Verifica-se que 6 produtos apresentaram variação acumulada negativa: o óleo de soja com uma redução de -24,11%; a farinha de trigo que reduziu -20,45%; o café, com uma redução de -14,73%; a margarina que diminuiu -10,37% do seu preço; o leite apresentou redução de -7,29%; e a carne apresentou redução de -7,03% nos últimos 12 meses.
A relação entre o custo da cesta básica individual de Toledo com o de outros municípios e capitais brasileiras, permite comparações entre Toledo e as cidades de Cascavel, Pato Branco, Francisco Beltrão, Dois Vizinhos e a capital Curitiba, além das outras duas capitais da Região Sul (Florianópolis e Porto Alegre) e das capitais selecionadas de cada mesorregião brasileira (São Paulo, Recife, Campo Grande e Belém).
No mês de fevereiro, o custo da cesta básica de Toledo foi maior que o de Recife, Francisco Beltrão, Dois Vizinhos, Pato Branco e Cascavel, portanto, mais barata que as cestas das demais cidades listadas. Observou-se que o custo da cesta básica de Cascavel (R$ 613,52) foi -2,30% menor que o custo da cesta de Toledo (R$ 627,99). A diferença entre o custo da cesta básica de Toledo e de Cascavel apresentou redução em relação a janeiro, e Cascavel apresentou um valor menor, pois no mês de fevereiro de 2024 houve aumento no custo da cesta básica de Toledo e uma redução expressiva no custo da cesta básica de Cascavel. Apenas quatro cidades apresentaram redução no custo, o que indica que a maior parte do país seguiu uma tendência de alta, assim como Toledo. Ao comparar o custo da cesta básica de Toledo com a do Rio de Janeiro, que apresentou a cesta básica com maior custo em fevereiro (R$ 832,80), verifica-se que a cesta da capital fluminense tem custo 32,61% maior que a de Toledo.