Pois é. Após a última audiência realizada em fevereiro, esperava-se que a sentença fosse proferida imediatamente, ou seja, em menos de 30 dias. No entanto, pelo que parece, devido a outras investigações paralelas (como a quebra de sigilos bancários dos envolvidos), essa decisão foi adiada por mais 180 dias.

Sempre afirmei que a verdade deve vir à tona, doa a quem doer. Posso adiantar que já sei de alguns nomes que receberam pagamentos suspeitos. Esses pagamentos podem ter sido feitos por favorecimento ou até mesmo por prestação de serviços de alguém ligado à obra do HRT em Toledo. Agora, cabe às investigações comprovarem se essas quantias depositadas foram realmente pagamentos por outros empreendimentos ou, na verdade, propina da obra do Hospital Regional.

Até lá, sabemos que, como sempre, quem acaba pagando o pato são os menos avisados, os mais confiantes. E, ao que tudo indica, será assim novamente. Isso, é claro, sem eximir das responsabilidades aqueles que deveriam zelar pela lisura do projeto: o então prefeito, o engenheiro responsável, os fiscais da obra e todo o departamento de planejamento. Todos eles tinham – e ainda têm – responsabilidades no caso.

Alguns mais espertos, mestres em esquemas de superfaturamento, podem até ser investigados, mas dificilmente será encontrado algo em suas contas. Isso porque, possivelmente, receberam em espécie para não deixar rastros. No final, não será surpresa se algum deles transformar tudo isso em um grande espetáculo “bombástico”, se fazendo de santo para, politicamente, acusar seus próprios comandados e tirar o corpo fora.

Uma grande “bomba”

Enquanto isso, o Hospital Regional de Toledo segue sob a gestão de uma empresa que acumula dívidas até mesmo com itens básicos, como fraldas. A situação é crítica: funcionários e prestadores de serviços terceirizados estão sem receber, e os cartórios registram diariamente novos títulos protestados.

Somente em Toledo, já são 13 títulos protestados. Em diversas cidades pelo Brasil, o número de valores não pagos cresce de forma alarmante: no Rio de Janeiro, 42; no Rio Grande do Sul, 16; em Santa Catarina, 39; e a lista continua.

Apesar disso, os representantes da empresa vêm a Toledo para discutir com o município – que já injeta mais de R$ 1,5 milhão por mês na unidade – e apenas falam de dificuldades. O acesso às prestações de contas é quase inexistente, tornando-se uma verdadeira raridade. Aliás, se a cessão foi “onerosa”, foi feito algum pagamento daqueles R$ 45 mil por mês?

O mais preocupante é que os “auditores” parecem incompetentes ou, quem sabe, coniventes por interesses próprios. Afinal, como pode uma empresa terceirizada estar há mais de seis meses sem receber e não tomar medidas judiciais? Ou pior, como explicar que uma empresa recebeu pagamento em agosto de 2024, mas esse valor só foi contabilizado em janeiro de 2025?

A transparência e a responsabilidade com o dinheiro público precisam ser cobradas com urgência! Cadê nossos vereadores? Cadê a contratação de uma auditoria “independente”?