A gestão pública reflete diretamente nas escolhas dos cidadãos. Quando os toledanos elegem representantes com histórico de incompetência e envolvimento em processos judiciais – sejam na Polícia Civil, Polícia Federal ou Ministério Público – os resultados inevitavelmente prejudicam a imagem e a credibilidade das instituições. Um exemplo claro disso é a atual situação da Câmara Municipal de Toledo, que, de um modelo de excelência em transparência, tornou-se motivo de vergonha para a comunidade na última gestão.
Durante a gestão do vereador Leoclides Bisognin, a Câmara Municipal de Toledo experimentou um período de grandes avanços. Reformas estruturais e iniciativas voltadas à transparência elevaram significativamente a confiança da população na Casa Legislativa. Em 2022, por exemplo, o que se destacou foi a atuação dos vereadores gerou mais de 1.700 indicações ao Poder Executivo, além de 190 requerimentos de informações, fortalecendo o elo entre a comunidade e o Legislativo. A Mesa Diretora realizou 21 reuniões para tratar de questões internas, enquanto o Conselho de Ética promoveu dois encontros para zelar pela conduta parlamentar.
Uma referência em transparência
Um dos marcos dessa gestão foi a conquista de um reconhecimento inédito em transparência pública. Com nota de 98,29%, a Câmara de Toledo obteve o selo Diamante no Índice de Transparência da Administração Pública (ITP-PR), promovido pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). Essa honraria é o mais alto reconhecimento no ranking, colocando Toledo como a Câmara mais transparente entre os 15 municípios paranaenses com mais de 150 mil habitantes. No cenário nacional, a cidade alcançou a impressionante 17ª posição.
De um exemplo a uma decepção
No entanto, 2023 e 2024 marca uma triste inversão dessa trajetória de sucesso. A antiga presidência da Câmara não apenas falhou em consolidar os avanços alcançados, como protagonizou uma queda drástica no ranking de transparência. Hoje, Toledo amarga a 132ª posição, uma desclassificação que simboliza o impacto de uma gestão marcada pela ausência de credibilidade e pelo desprezo aos valores éticos e legais.
Isso foi reflexo daquela péssima presidência do biênio 23/24 que enfrenta mais de 40 processos judiciais, que incluem acusações graves, como desonestidade, embriaguez ao volante, falta de transparência, porte ilegal de armas de uso restrito, entre outras infrações. Além disso, o comportamento pessoal do então presidente – repleto de polêmicas e escândalos – comprometeu ainda mais a imagem da Câmara e desvia o foco das demandas reais da população.

Toledo, que um dia foi referência em transparência e boas práticas administrativas, hoje vive um cenário de decepção e desconfiança. Cabe à população refletir sobre suas escolhas e exigir mudanças para que o Legislativo volte a desempenhar o papel que lhe cabe: representar e trabalhar pelo bem da comunidade com ética, transparência e responsabilidade.
A transparência que escorre pelos dedos
Toledo, que um dia brilhou como um exemplo de transparência e compromisso público, era uma vez. Suas paredes legislativas ressoavam o eco de discursos que pareciam genuínos, e sua população acreditava, mesmo que por um breve momento, que ali havia algo diferente: ética, trabalho e respeito.
Mas o brilho não era ouro. Bastou uma troca de cadeiras, e as máscaras começaram a cair. De um modelo admirado, a Câmara de Toledo foi de um palco de conquistas para uma vitrine de decepções. A transparência, antes um troféu exibido com orgulho, virou poeira nas mãos de políticos da “bolha” que fizeram da desonestidade sua verdadeira bandeira.
O então novo presidente “bububabosa”, envolto em escândalos e processos que iam da falta de transparência ao porte ilegal de armas, não inspirava confiança – nem nos corredores da Casa Legislativa, nem nas ruas da cidade. Ainda assim, estava lá, sentado em sua cadeira, acumulando processos como troféus de uma disputa que ninguém entende e, cercado dos mesmos membros que, vergonhosamente ainda hoje, o acompanham.
A ironia é que a transparência, tão falada em campanhas e tão negligenciada em gestões, não é algo que se perde de repente. Ela escorre aos poucos, como água que vaza por rachaduras. Primeiro, são promessas quebradas. Depois, documentos escondidos. E, finalmente, a credibilidade que evapora, deixando no ar apenas o cheiro de uma política contaminada até por pólvora.
E assim segue Toledo, a cidade que já foi exemplo e agora carrega o peso da vergonha. Seus cidadãos, muitos deles descrentes, olham para as eleições como um ciclo de escolhas ruins, e a história se repete. Até quando, afinal, seremos reféns de líderes que tratam a coisa pública como propriedade privada?
Talvez o maior crime desses políticos desonestos não esteja nos processos que colecionam ou nos escândalos que protagonizam. Está no fato de que, com cada mentira e cada ato de corrupção, eles matam um pouco da esperança de quem ainda acredita que a política pode ser feita com dignidade.
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