Avanço nas buscas reflete pressão regulatória, adoção de nuvem e foco em eficiência; setembro marcou pico após novas regras do Banco Central
O interesse por ERP financeiro disparou no Brasil nos últimos 12 meses. Um estudo realizado pela Kamino, software de gestão financeira para médias empresas, mostra que as buscas pelo termo cresceram 110,9% no período, um salto que revela a corrida das companhias para modernizar seus sistemas de controle, automatizar rotinas e se adequar às novas exigências do Banco Central.
Enquanto o termo genérico “ERP” manteve estabilidade nas pesquisas, o recorte específico do módulo financeiro indica uma mudança de prioridade: as empresas buscam ferramentas que ajudem a organizar o fluxo de caixa, integrar bancos, melhorar previsibilidade e garantir conformidade regulatória.
A tendência se intensificou nos últimos meses. Entre março e outubro de 2025, houve um crescimento de 69% no interesse por “ERP financeiro”, sinalizando uma aceleração recente. O pico ocorreu em setembro de 2025, justamente quando entraram em vigor novas normas do Banco Central relacionadas a reconciliação, segurança e transparência em transações corporativas, fatores que pressionaram negócios de médio porte a adotarem sistemas mais robustos.

O que são ERPs financeiros
Os ERPs financeiros são sistemas que integram e automatizam todas as operações relacionadas às finanças corporativas, de contas a pagar e a receber à conciliação bancária, emissão de notas, controle de custos, gestão de receitas e análise de indicadores.
Para médias empresas, essa integração reduz erros manuais, aumenta a previsibilidade do caixa, facilita auditorias e libera equipes de finanças para tarefas estratégicas. Além disso, ERPs modernos oferecem recursos de nuvem, automações inteligentes e IA aplicada à categorização de despesas, identificação de padrões e geração de relatórios – funcionalidades que vêm sendo cada vez mais valorizadas no ambiente regulatório atual.
Pressão regulatória acelera atualização de sistemas
As novas regras do Banco Central, que reforçam padrões de registro, rastreabilidade e segurança nas operações, tornaram obsoletas diversas soluções antigas usadas por empresas de médio porte. Sistemas fragmentados ou dependentes de planilhas passaram a representar riscos de conformidade e gargalos de produtividade.
Além da pressão normativa, a adoção de serviços na nuvem e o avanço de IA para automação de backoffice também impulsionam a troca de sistemas. De acordo com dados do Portal ERP, mais de 33% das empresas planejam adquirir ou substituir seu ERP até 2026, reflexo direto do amadurecimento tecnológico do mercado brasileiro.
Brasil sobe no ranking global de investimentos em ERP
O movimento acompanha um cenário global de expansão. Segundo projeções do setor, o mercado mundial de ERP deve ultrapassar US$ 92 bilhões em 2025, impulsionado pela busca por eficiência operacional e digitalização de processos. O Brasil aparece como o quinto maior investidor em soluções do tipo, consolidando seu peso na transformação digital corporativa.
Com a alta competitividade do mercado, empresas do país passam a olhar para ERPs financeiros não apenas como ferramentas de registro, mas como motores de performance, capazes de integrar áreas, reduzir custos, acelerar decisões e aumentar a transparência.
Digitalização ganha tração e ERP financeiro vira prioridade
O crescimento expressivo de mais de 110% nas buscas deixa claro que o ERP financeiro deixou de ser um item “de TI” para se tornar prioridade estratégica das empresas brasileiras.
A combinação de pressão regulatória, avanços tecnológicos, disponibilidade de soluções em nuvem e maior maturidade das equipes de finanças cria o cenário ideal para que o software se torne peça central na competitividade dos negócios de médio porte no país.
Além disso, especialistas apontam que a adoção de ERPs financeiros também responde a um movimento interno das empresas por mais governança e previsibilidade.
Em um cenário de margens pressionadas, volatilidade cambial e maior cobrança por transparência de investidores, ferramentas capazes de centralizar dados, gerar relatórios em tempo real e automatizar rotinas críticas tornam-se essenciais para decisões mais rápidas e precisas. Com isso, o ERP financeiro deixa de ser apenas um recurso operacional e passa a ocupar um papel estratégico na gestão corporativa, influenciando diretamente competitividade, eficiência e capacidade de crescimento.
Fonte: Assessoria





