Carne cultivada, da startup Aleph Farms. Foto: divulgação

A BRF anunciou nesta quarta-feira (07) que investiu US$ 2,5 milhões na segunda rodada de investimentos na start-up israelense produtora de carne cultivada Aleph Farms.

A start-up, que produz carne em laboratório, já arrecadou mais de US$ 118 milhões de diversos investidores, que serão aplicados para executar planos de comercialização de carne cultivada em escala global e expansão do portfólio.

Em comunicado, a BRF informou ser é a única empresa brasileira de alimentos a participar da segunda rodada internacional de investimento da Aleph Farms, um dos principais players mundiais em carne cultivada, desenvolvida a partir de células bovinas não geneticamente modificadas. A Companhia investiu US$ 2,5 milhões nesta operação, somando-se a outras corporações e pessoas físicas. A rodada de investimento, que totalizou US$ 105 milhões, foi liderada pelo Growth Fund da L Catterton, a maior empresa global de private equity focada no consumidor, e pela DisruptAD, uma das maiores plataformas de venture no Oriente Médio. A Aleph Farms usará os recursos para executar seus planos de comercialização de carne cultivada em larga escala global e expansão do portfólio. Até o momento, a empresa arrecadou mais de US $ 118 milhões.

Com esse movimento, a BRF dá mais um passo em seu plano de atender à crescente demanda dos consumidores por novas e alternativas fontes de proteína, trazendo tecnologias inovadoras para o Brasil. Diferentemente de outras parcerias e aquisições, esta é a primeira vez que a Companhia realiza uma transação de venture capital. “Compreendemos nosso papel nessa transformação da indústria alimentícia e, por isso, estamos investindo na Aleph Farms, uma empresa que compartilha conosco o propósito de levar alimentos de qualidade, elaborados com tecnologia disruptiva, para todas as pessoas. A inovação está no DNA da BRF e sabemos nos reinventar para trazer soluções para alimentar o futuro”, afirma Lorival Luz, CEO global da BRF.

Esse é também um importante marco da BRF rumo à estratégia de crescimento apresentada na Visão 2030, plano estratégico que levará a Companhia a atingir receita superior a R$ 100 bilhões na próxima década, consolidando-se como uma das líderes do setor de alimentos no mundo. Em março deste ano, a BRF já tinha anunciado uma parceria com a Aleph Farms, quando se tornou a primeira empresa brasileira a avançar em seu portfólio produtos feitos a partir das células cultivadas de animais. A novidade surgiu com o desenvolvimento da biotecnologia na produção de alimentos, trazendo benefícios para a cadeia produtiva e vantagens para o meio ambiente, além de atender a perfis diversos de consumidores.

“É um mercado em franca expansão e queremos liderar essa transformação na forma de consumir proteínas. Acreditamos que esse investimento e a parceria estratégica com a Aleph Farms representam o futuro da nossa relação com a indústria alimentícia e contribuem para potencializar startups que estão na vanguarda da transformação”, afirma Marcel Sacco, vice-presidente de Novos Negócios da BRF.

“Estamos entusiasmados em ampliar nosso relacionamento com a BRF e dar as boas-vindas à empresa nesta rodada de investimentos. Essa parceria nos permitirá abordar nossa visão de fornecer acesso seguro e incondicional a nutrição de alta qualidade para todos, a qualquer hora e em qualquer lugar. Vemos nossos investidores como parceiros na construção desta nova categoria de carne, e eles devem compartilhar nosso compromisso com a promoção da sustentabilidade em sistemas alimentares globais “, disse Didier Toubia, cofundador e CEO da Aleph Farms.

O que é a carne cultivada?

Toda carne é composta de células, até os menores seres vivos da natureza. A produção de carne cultivada começa com a obtenção de células de alta qualidade de animais, porém sem o abate. As células são cultivadas fora do corpo do animal com o fornecimento de nutrientes e ambiente propício para o seu desenvolvimento. O processo automatizado e o ambiente estéril eliminam a necessidade de antibióticos e reduz muito o risco de patógenos ou contaminantes. Todo esse processo leva uma fração do tempo necessário para cultivar carne convencional com uma fração dos recursos que exige.

Ainda em fase de testes, a novidade poderá chegar ao mercado brasileiro de diversas formas, como hambúrguer, almôndegas, embutidos como salsicha, ou mesmo steaks. Diversos estudos, realizados com base na metodologia de Análise do Ciclo de Vida, apontam que a produção de carne cultivada tem potencial para reduzir significativamente a emissão de gases do evento estufa, além de diminuir o uso de terras para criação de animais em mais de 90% e o uso de água em até 50%. A carne cultivada será livre de quaisquer antibióticos, o que proporciona maior saudabilidade à proteína e menos riscos à saúde do consumidor. Também vale ressaltar que a carne cultivada provém de uma amostra celular animal 100% natural.

Fonte: Assessoria de Comunicação da BRF