Companhia espera voltar a voar para Toledo, Guarapuava, Pato Branco e Ponta Grossa, além de inaugurar operações em Umuarama
Por Fernando Braga
A Azul Linhas Aéreas anunciou nesta quinta-feira (17) a intenção de retomar as atividades ainda em 2021 no Aeroporto de Toledo e em outras três cidades do Paraná. Em comunicado, a companhia aérea também divulgou a intenção de iniciar novas operações no Noroeste do Estado.
Com o avanço da vacinação em todo o país e a retomada da circulação, a Azul prevê um forte crescimento na demanda por voos domésticos no segundo semestre. Em resposta a isso, a companhia segue um plano ambicioso de abertura de novas bases e de reabertura daquelas que foram suspensas em decorrência da pandemia. Umuarama, no interior do Paraná, é um dos destinos que a Azul planeja voar já a partir de outubro deste ano, e as cidades de Toledo, Guarapuava, Pato Branco e Ponta Grossa também poderão ter suas bases reabertas no segundo semestre.
Para que o planejamento de retomada da Azul nesses municípios se concretize, no entanto, a companhia aguarda a realização de obras nos aeroportos locais para melhorar a operacionalidade dos voos. Em Umuarama, por exemplo, pousos e decolagens só serão realizados após a certificação operacional do Aeroporto Municipal Orlando de Carvalho por parte da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), além da instalação de equipamentos para operações com visibilidade reduzida e adequação de distâncias da pista para aeronaves modelo ATR-72.
Retomada em Toledo e nas outras cidades depende da instalação de equipamentos
As cidades de Toledo, Ponta Grossa, Guarapuava e Pato Branco contavam com operações da Azul em seus aeroportos e tiveram suas frequências suspensas devido às restrições de circulação e queda da demanda em decorrência da pandemia. A companhia planeja voltar com suas operações nestas localidades entre setembro e outubro deste ano, mas conta com a cooperação das autoridades locais para a implementação de melhorias na infraestrutura desses aeroportos.
Todos eles carecem que os procedimentos de IFR (Regras de Voo por Instrumentos) se tornem IMC (condição meteorológica de instrumento). Além disso, se faz necessária a instalação e homologação de PAPI, instrumento de navegação aérea. “Essas condições tornarão nossas operações nessas cidades mais regulares e a gente conta com as autoridades dessas cidades para implantarem essas melhorias. A demanda existe e nós estamos apenas aguardando esses ajustes para voltarmos com nossas operações e deixar o estado do Paraná ainda mais conectado para além dos cinco aeroportos que já operamos atualmente”, afirma Vitor Silva, gerente de Planejamento de Malha da Azul.
Toledo atende a demanda da Azul e faz melhorias no aeroporto local
Para saber sobre os procedimentos realizados em Toledo para atender a demanda da Azul, nossa reportagem ouviu o diretor do Aeroporto Municipal Luiz Dalcanale Filho. Luciano Puzzi esclareceu que melhorias já estão em curso há mais de um ano. Segundo Puzzi, “o Aeroporto de Toledo, na sua constante busca por melhorias em sua infraestrutura e segurança operacional nas operações aéreas, elaborou e protocolou um Estudo Aeronáutico na ANAC já em março de 2020, demonstrando e propondo medidas adicionais de segurança para que a aeronave crítica ATR-72 possa realizar suas operações IFR (Regras de Voo por instrumentos) também sob condições meteorológicas por instrumento, ou seja, IMC”.
O diretor do Aeroporto de Toledo explica que “atualmente, o local é certificado pela ANAC sob restrições da sua aeronave crítica e só pode operar sob condições meteorológicas visuais, restrição imposta pelos obstáculos na sua faixa de pista (hangares e terminal de passageiros)”. Luciano também lembra “que o aeroporto local tem em sua infraestrutura a existência do procedimento de aproximação RNAV (GNSS), sendo somente uma restrição imposta pela ANAC conforme legislação pertinente”.
Luciano Puzzi relata que falta apenas uma etapa para concretizar o retorno das operações aéreas em Toledo. “Quanto ao instrumento de navegação aérea, PAPI, já estamos buscando recursos via Governo Federal (enviamos ofícios à Secretaria Nacional de Aviação Civil – SAC) para que este equipamento seja destinado ao Aeroporto. Um dos assuntos tratados em Brasília nessa semana pelo prefeito Beto Lunitti e pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Diego Bonaldo, foi justamente a efetivação desse recurso”.
Por fim, o diretor do Aeroporto Municipal destaca que “caso o Governo Federal não possa disponibilizar por ora esse equipamento, o Aeroporto tem já em seu planejamento a aquisição e homologação do mesmo, devendo ocorrer em breve”.
