Foto: Reprodução/Vídeo

Criminoso conta que matou o médico após deixá-lo gravemente ferido; desavença teria começado porque a vítima estaria sem dinheiro para pagar pelo programa

Por Fernando Braga

Dois crimes brutais que abalaram toda a região no último fim de semana começam a ter alguns desdobramentos divulgados pela Polícia Civil, que está à frente das investigações.  

Guilherme da Costa Alves, de 25 anos, assassino confesso do médico de Renan Tortajada e de uma travesti que testemunhou o crime, foi preso horas depois de cometer os homicídios, no domingo (19), em Umuarama, onde as duas pessoas perderam a vida em um bosque.

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Nesta terça-feira (21/02), a Polícia Civil, através da 7ª Subdivisão Policial de Umuarama, divulgou o vídeo gravado com o depoimento prestado pelo criminoso, que é de Goioerê, mas vive em Umuarama. Nele, o criminoso, que se diz membro do Comando Vermelho, conta os detalhes e os motivos das mortes.

Em sua versão, o assassino relata que tirou a vida de Renan Tortajada, que atuava em Toledo como servidor na UPA e no CAPS-AD, e passava por Umuarama no trajeto que faria até Maringá, porque o médico não teria dinheiro para pagar pelo programa feito na noite do crime. O criminoso sustenta que ele foi procurado por Renan outras vezes para fazer programas e que sempre recebia R$ 100 pelo ‘serviço’. Porém, de acordo com ele, dessa última vez, iria receber R$ 200.

Na noite da última sexta-feira (17), o médico, que tinha 35 anos, o teria procurado novamente e marcando um encontro, via aplicativo de celular. Eles se encontraram no Bosque Uirapuru, mesmo local onde já estiveram outras vezes, de acordo com o depoimento. Porém, desta vez, o médico disse que não tinha dinheiro, e por isso Guilherme passou a agredi-lo. Em determinado ponto do depoimento, que segue no vídeo abaixo, a Autoridade Policial questiona ao assassino como eram feitos os pagamentos. Guilherme diz que o acerto sempre foi em dinheiro, que nunca houve uma transferência [bancária ou via Pix]. Em outro trecho do depoimento, ele conta que após matar o médico, pegou seu celular e sua carteira, constatando que nela realmente não havia dinheiro, somente cartões.

Sobre as mortes, o criminoso conta que agiu sob efeito de cocaína e que queria dinheiro para adquirir e consumir mais droga. “Chegou lá, [ele] disse que me daria R$ 200… pedi o dinheiro e [ele] disse que daria depois que terminasse… fiz tudo bem certinho. Tinha usado 5 gramas de cocaína, estava fora do normal”.

Segundo sua versão, ele agrediu Renan com socos após a desavença pelo não pagamento do combinado. Contudo, ele sustenta que o médico caiu e bateu a cabeça no meio-fio (o meio-fio fica na pavimentação que ladeia o muro do bosque), motivo pelo qual começou a sair muito sangue, e que por isso decidiu matá-lo, já que naquele estado, “ele iria morrer de um jeito ou de outro”. Para tanto, ele utilizou uma pedra de concreto para acertá-lo na nuca.

Quando estava enterrando o corpo do médico no bosque, percebeu que havia uma testemunha ocular. Era Alexan Carlos de Goes, uma travesti de 43 anos que usava o nome social de Sabrina. Guilherme conta que a segunda vítima correu dentro do bosque, que é escuro, mas passou próximo de um espaço chamado por ele de ‘jaula’, que tem iluminação e serve de abrigo para mendigos. Nesse momento, ele viu onde a vítima estava e conseguiu alcançá-la. Com um toco que arremessou na cabeça da travesti, ele a parou, e em seguida, com um galho a derrubou. Depois, com outro pedaço de madeira a matou com pauladas na cabeça.

Ele também conta que o único dinheiro que pegou foi o que encontrou na calcinha da travesti. Esses e outros detalhes, como o roubo do carro de Renan Tortajada, a desova do corpo de Alexan, sua ida para Goioerê, onde tentou vender o Honda Civic do médico, e o retorno a Umuarama, onde foi preso com um amigo (que a princípio foi inocentado e liberado pela polícia), estão no vídeo abaixo, que foi divulgado pela 7ª SDP.

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