Morgado foi reconhecido por sua dona, que compareceu na delegacia e esclareceu que o animal havia sido furtado de sua propriedade

Da Redação

Depois da inusitada notícia do burro que foi “detido” pela Polícia Federal em Guaíra ao ser flagrado puxando uma carroça com 300 quilos de maconha, o caso ganhou novos desdobramentos, mas teve final feliz.

O animal havia sido encontrado com a carroça e o entorpecente na noite de terça-feira (06) por uma equipe do NEPOM (Núcleo de Policiamento Marítimo) da Polícia Federal, que em patrulhamento pela região de fronteira se deparou com dois homens em atitude suspeita. Os dois fugiram em meio a escuridão e ao matagal, deixando para trás o burrinho e a mercadoria ilícita.

Com o animal apreendido, surgiram muitas brincadeiras. “Os traficantes fugiram e o burro teve que segurar a bronca sozinho”, diziam alguns. “Tá mais pra mula que pra burro”. Outros faziam indagações como “Será que ele vai contar para onde estava levando a droga?” ou “Será que ele vai responder em liberdade?” E havia também quem especulasse “que na verdade, o burro quis se livrar dos criminosos e se entregou para a polícia”.

Brincadeiras à parte, o animal e a carga de entorpecente foram levados para a sede da Policia Federal. A droga foi armazenada para ser destinada à incineração. Já o burro, foi acolhido nas dependências da delegacia da PF e seria destinado a uma entidade que trata dos animais ou a alguém que, como fiel depositário, se responsabilizasse por sua guarda.

Porém, Morgado como descobrimos ser o nome do burro, foi reconhecido pela proprietária que o viu na divulgação da imprensa. A senhora, que tem 70 anos, compareceu hoje na PF e relatou que o animal pertence a ela e a seu marido, de 77 anos de idade, que foram vítimas dos criminosos horas antes de Morgado ser apreendido. O casal teve o burro furtado de sua propriedade e esteve na delegacia da Polícia Civil para registrar um Boletim de Ocorrência.

Os policiais federais averiguaram e constataram que o casal não possuía nenhum envolvimento com a ação criminosa. Na verdade, marido e mulher – e o burro – também foram vítimas dos bandidos. O animal, que de morgado não tem nada, é “trabalhador”. Ele é utilizado para puxar um carrinho de coleta, já que os donos sobrevivem como catadores de recicláveis.

Depois que Morgado foi restituído à sua proprietária, o delegado-chefe da Polícia Federal de Guaíra, Dr. Mario Cesar Leal Junior, esclareceu que não havia interesse da PF na manutenção do animal para os propósitos da investigação e que por isso ele foi devolvido. Ele também explicou que a investigação segue em andamento para tentar se chegar aos autores dos crimes (do furto e do tráfico de drogas).

Outro delegado federal Dr. Hugo Leonardo, que também participa desta investigação, gravou um vídeo para explicar o ocorrido. Assista a seguir:

Reveja a notícia da apreensão do animal em Burro é apreendido com carroça carregada de drogas na fronteira.