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Antes que o mal aconteça

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O sonho do esporte e o risco da fedentina

Toledo, por vezes, é vista por muitos como uma cidade “provinciana”. E, em alguns aspectos, talvez até seja. Mas há algo que nos diferencia: o senso crítico e a inteligência coletiva do nosso povo. O toledano pode ser simples, mas é atento — e quando percebe que algo está fora do rumo, sabe reagir, cobrar e defender o que é seu.
É exatamente o que precisamos fazer agora.

Nos últimos dias, veio à tona a possibilidade de instalação de uma empresa controlada por uma holding que pretende atuar no tratamento de resíduos agroindustriais, produzindo biogás e biometano, às margens da BR-163 — exatamente na divisa com a antiga pista de arrancadão de Toledo, a cerca de 6 quilômetros do centro da cidade.


O ponto fica próximo às comunidades de Esquina Ipiranga, Três Bocas, São Miguel e Linha São Paulo — uma região que abriga propriedades rurais produtivas, empresas e áreas de lazer que não convivem bem com atividades de alto potencial de odor e contaminação ambiental.

E é justamente aí que mora o perigo.

Depois de anos de abandono, a pista de arrancadão — agora reconhecida como Autódromo Rafael Sperafico — está prestes a renascer. Segundo o deputado federal Dilceu Sperafico, estão assegurados mais de R$ 4 milhões em investimentos para transformar aquele espaço em um grande centro esportivo de velocidade, com pistas de drift, kart e off-road, devolvendo à juventude toledana um ponto de encontro, lazer e eventos.


Um sonho para o esporte, para a cidade e para a economia local.

Mas esse sonho pode virar pesadelo — e, pior, pode literalmente cheirar mal.

Enquanto se planeja o ressurgimento do autódromo, o projeto da empresa BIOO……. tenta avançar no mesmo perímetro, com uma planta de biodigestão anaeróbia que, segundo o próprio relatório técnico da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, representa risco de emissão de odores intensos e material particulado, podendo atingir tanto o perímetro urbano quanto a área esportiva.

O documento é claro:

“O local está a apenas 6 km da sede do município, o qual poderia ser afetado, considerando a predominância dos ventos da região, por possíveis odores ou material particulado emitidos pelas atividades do empreendimento.”

E alerta ainda:

“O Autódromo Rafael Sperafico está a uma distância relativamente próxima, podendo sofrer diversos tipos de prejuízos.”

Além disso, há uma nascente de água dentro da propriedade, o que agrava o risco ambiental e contraria a destinação original da área, voltada a serviços e lazer — e não a empreendimentos industriais de potencial poluidor.

Permitir a instalação dessa “BIOO” nesse local seria um erro urbanístico e ambiental grave, que poderia comprometer o futuro do complexo esportivo, a valorização da região e a qualidade de vida de quem vive ou frequenta o entorno.

Não se trata de ser contra o desenvolvimento, mas de escolher onde e como ele deve acontecer.
Que a holding seja bem-vinda a Toledo — mas em áreas adequadas, como as rodovias que levam ao Biopark, São Pedro do Iguaçu ou Ouro Verde do Oeste, que já contam com infraestrutura e estão distantes o suficiente para evitar impactos indesejados.

Toledo precisa decidir que cidade quer ser: um polo de inovação, turismo e esporte, ou um destino de resíduos e mau cheiro.

O alerta está dado.

O relatório técnico recomenda a reavaliação da área e a busca por outro local “onde haja mínima possibilidade de carreamento de partículas e odores para a sede do município”.
Ignorar esse aviso é brincar com o futuro.
E, quando o mal acontecer, será tarde para lamentar.

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