Viatura do 19º BPM. Foto: Arquivo/Fernando Braga

Por Fernando Braga

Um senhor de 61 anos procurou o Destacamento de Polícia Militar de Tupãssi nesta terça-feira (10), para comunicar que foi vítima de um golpe, e registrar queixa sobre o ocorrido.

O idoso, que é morador da zona rural do município, contou aos policiais que às 08h52 recebeu, via WhatsApp, uma mensagem que lhe informava ser aquele o novo número de telefone de sua filha. Inclusive, a imagem de perfil era uma foto de sua filha. Na mensagem, a suposta mulher dizia para o senhor salvar aquele contato, pois seria o meio que ela utilizaria para uso pessoal.

O homem salvou o novo número e horas mais tarde recebeu outra mensagem. Às 14h08, a pessoa que ele achava ser sua filha fez contato novamente, e desta vez lhe pediu um PIX no valor de R$3.340,00, dizendo que estava com problema no aplicativo, e que precisava efetuar esse pagamento. Na mensagem, a pessoa informava que assim que normalizasse o seu aplicativo, devolveria o dinheiro.

Acreditando que estava realmente falando com sua filha, a vítima fez a transferência para a conta de um homem identificado como R. C. de S. Seu nome, o número do CPF informado e a conta bancária já estão de posse dos policiais, mas provavelmente trata-se de um laranja que teve seu nome usado por criminosos para a abertura de uma conta que ele nem sabe que existe, assim como o WhatsApp utilizado na artimanha deve ser um número clonado.

Somente depois da transferência, o idoso fez contato com a filha, perguntando para que seria o dinheiro. Foi quando descobriu que ela não havia solicitado dinheiro algum, e que havia caído em um golpe.

Desconfiança

Como o golpista, além de ter o número do WhatsApp da vítima, sabia que o idoso tinha uma filha e possuía até mesmo uma foto dela para utilizar no WhatsApp?

Fizemos estes questionamentos à Polícia Militar, a fim de entender como agem os criminosos, e soubemos que os golpistas valem-se de vários métodos. Não está descartada a possibilidade de que o criminoso conheça a vítima ou a família dela, mas também existem outras possibilidades.

Uma das maneiras de obter informações pessoais de possíveis alvos para aplicar os golpes é clonando os celulares de familiares das vítimas. Desse modo, os criminosos podem acessar as agendas telefônicas e conversas com dados particulares das pessoas.

As redes sociais também podem facilitar o acesso de pessoas mal intencionadas a dados importantes para a escolha de seus alvos, seja através de pesquisas ou de informações que os próprios internautas fornecem, como por exemplo em anúncios (de vendas, de empregos, etc.), onde o anunciante torna pública a sua foto, o seu nome e o seu número de WhatsApp.

Portanto, precisamos estar sempre atentos e desconfiar de mensagens de pessoas próximas (familiares ou conhecidos) solicitando qualquer coisa, seja dinheiro ou informações. É recomendável, em situações como essa, fazer uma chamada de voz e conversar com a pessoa para se certificar de que não se trata de golpe.