Por Marcos Antonio Santos
O Albergue Noturno Allan Kardec é uma instituição localizada em Toledo que oferece abrigo e assistência para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Fundado com base nos princípios da doutrina espírita, o albergue tem como objetivo proporcionar acolhimento temporário, alimentação e suporte básico para aqueles que precisam. Nessa segunda-feira, dia 22, o albergue comemorou 30 anos de serviços prestados ao município.
30 ANOS – O presidente do Grupo Espírita Fraternidade e diretor do Albergue, Ademir Francisco Bebber, avaliou essas três décadas em Toledo. “Neste mês, o albergue está comemorando 30 anos de serviço prestado ao município. E falamos com felicidade, pois são 30 anos de serviço prestado sem interrupção. É claro que, com exceção de alguns meses em que ficamos sem atendimento, mas isso ocorreu devido à ampliação e reforma que tivemos que fazer no albergue. Isso não significa deixar de prestar serviço, mas sim se aprimorar. Pois bem, estamos atendendo normalmente no albergue. As pessoas chegam, recebem as roupas que devem utilizar, o que é normal, incluindo roupas de cama e cobertores. Há o jantar, o banho, o café da manhã e, pela manhã, logo próximo das 7h, todos eles já deixam o albergue. Durante o dia, não fica ninguém no albergue, exceto em situações de emergência, como alguns casos de doença. Caso contrário, as pessoas pernoitam e, após o café da manhã, devem deixar a instituição. Ficamos felizes, pois não temos recusado atendimento a ninguém. Quando digo isso, quero dizer que ouvimos que algumas pessoas, às vezes, dormem nas portas das lojas na cidade, mas isso é por opção delas, não por falta de atendimento ou de espaço no albergue. Nós, enquanto instituição, temos dado conta de atender absolutamente todos que buscam a instituição. Mas há aqueles que optam pelo álcool e pela droga. Quando a pessoa está alcoolizada ou drogada, nesses casos, não temos a mínima condição de acolhê-los no albergue. Fora isso, os atendimentos estão normais”.
“Ficamos sempre imensamente felizes e satisfeitos em poder contribuir. É claro que lembramos sempre que o albergue funciona graças ao auxílio da comunidade, pois, lamentavelmente, o poder público não tem demonstrado interesse em ajudar a nossa instituição. Mas isso não diminui o nosso atendimento e o nosso entusiasmo. Ao contrário, faz com que entendamos e compreendamos muito mais a solidariedade das pessoas de forma geral. E claro, precisamos ter mais vigor e determinação. Caso contrário, nossa instituição para. Mas até aqui, 30 anos de luta, estamos felizes e continuamos a funcionar com muita alegria”, afirma Ademir.
OBJETIVO – Ademir disse que o objetivo do albergue sempre foi resolver problemas de forma definitiva. “Não importa o tempo que a pessoa fique no albergue, desde que seja para solucionar um problema de forma definitiva. Se é o emprego que ela precisa, ela vai ficar no albergue o tempo necessário para se registrar na empresa, ganhar o primeiro salário, alugar um quarto e seguir adiante. Sempre frisamos que tem que ser um emprego registrado, porque hoje há uma situação muito grave no nosso país, lamentavelmente, onde as pessoas adquirem um benefício de R$ 600,00 por mês por tempo indeterminado e não querem arrumar trabalho com compromisso e registro, sob pena de perderem esses R$ 600,00. Ficam a vida inteira andando de um lado para o outro, apenas sonhando e achando que esses seiscentos reais que o governo dá mensalmente, sem nenhuma contrapartida, sem que deem absolutamente nada em retorno, serão suficientes. Eles ficam o resto da vida presos à miséria. Então, nosso objetivo é que tenham um trabalho registrado. Há casos de doença, por exemplo, onde a pessoa ou um familiar está internado, e a pessoa pode ficar no albergue o tempo necessário, não importa quanto tempo, desde que seja para solucionar o problema. Agora, quando a pessoa quer ficar na rua e não quer trabalho, percebemos de imediato. Elas não têm problemas; quem tem um problema, nesse caso, é a sociedade. Então, deixamos de ter compromisso com essa pessoa. No momento em que ela quiser sair da rua, seremos parceiros, daremos todo o apoio, e não há uma única pessoa que tenha vindo para Toledo até hoje, com vontade e honestidade de trabalhar, que não tenha conseguido emprego e mudado de vida. A questão é apenas de vontade”, revela Ademir Bebber.
Endereço: Rua Uruguai, 577 – Jardim Gisela;
Telefone: (45) 99971-0748;
Horário de Funcionamento: 24 horas por dia, todos os dias da semana.