Dilceu Sperafico. Foto: Assessoria

 Por Dilceu Sperafico*

Apesar de todas as dificuldades e desafios decorrentes de adversidades climáticas, riscos de conflitos armados, pandemia de Covid-19, inflação alta, desemprego elevado, perda de renda da população e redução da demanda de alimentos, o agronegócio brasileiro demonstrou em janeiro último mais uma vez todo o seu potencial e singular importância para o desenvolvimento econômico e social do País. 

Conforme levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do dia 14 de fevereiro, a agropecuária brasileira apresentou superávit de 7,7 bilhões de dólares em janeiro último, considerando as operações dos 12 meses anteriores, quando foi registrada alta de 23,1% nas exportações de produtos agrícolas e de 16,7% nas importações do setor.

Nesse período, as exportações do agronegócio nacional cresceram 57,5% em relação ao mesmo mês de janeiro do ano passado, com resultado positivo no valor 8,8 bilhões de dólares, enquanto as importações caíram para 1,1 bilhão de dólares, com queda de 15,5% na comparação com o período anterior.

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O estudo do Ipea abrange as diferentes operações da balança comercial brasileira, incluindo todos os setores econômicos, além da agricultura e os resultados do conjunto de exportações e importações apontaram déficit de 214,4 milhões de dólares entre janeiro de 2021 e janeiro 2022, o que ressalta novamente a contribuição do agronegócio para o desenvolvimento econômico e bem-estar social do País.

De acordo com o levantamento, na análise dos 12 meses anteriores a janeiro de 2022, a elevação das exportações agrícolas foi de 23,1% e das importações do setor de 16,7%, o que resultou no saldo positivo da balança comercial do agronegócio nacional de 108,5 milhões de dólares no período. Pesquisadores responsáveis pelo estudo do Ipea ainda destacaram como muito promissor para o resultado, o fato de janeiro ser mês tradicionalmente com menos embarques para o exterior do agronegócio brasileiro.

Mesmo assim, de acordo com os especialistas, o patamar atingido pela agropecuária em janeiro de 2022 superou não só o desempenho de janeiro de 2021, como ficou 37,1% acima do desempenho de janeiro de 2019, ainda no período pré-pandemia de Covid-19, quando o País exportou 6,4 bilhões de dólares no período.

Dos 3,2 bilhões de dólares a mais exportados em janeiro de 2022, o complexo soja, que inclui grão, farelo e óleo da leguminosa, representou 1,6 bilhão de dólares, com incremento de 5.223,9%, 44,7% e 1.974%, respectivamente, nos valores exportados desses mesmos produtos no período, na comparação com janeiro de 2021.

Para o bem da economia e da população brasileira, ao contrário das exportações, o País importou 202,2 milhões de dólares a menos no período, em relação às compras do ano anterior, o que correspondeu à queda de 15,5% no total de produtos agrícolas adquiridos de fornecedores do exterior. Das 15 commodities avaliadas pelo Ipea, 12 apresentaram queda no volume e nove no valor importado ao longo de janeiro de 2022, na comparação com as aquisições do mesmo mês de 2021.

O trigo prosseguiu liderando os valores consumidos na aquisição de produtos agrícolas em janeiro de 2022, com redução de 138,4 milhões de dólares ou 10,7% das despesas. A queda na importação do cereal, de 22,1% no período, se deveu à boa safra nacional em 2021 e não à redução de consumo de derivados no País, o que inclui pães, doces e massas.

*Dilceu Sperafico é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br