Dilceu Sperafico. Foto: José Fernando Ogura/AEN

Por Dilceu Sperafico*

Entre as novas e boas notícias para o agronegócio brasileiro, o produtor e o trabalhador rural, os demais setores econômicos e os consumidores nacionais e estrangeiros, aparece o destaque alcançado pelo País na chamada agricultura regenerativa, o que até certo ponto surpreende a maioria da população, diante das constantes denúncias de destruição dos recursos naturais do País.

Atendendo as exigências de importadores e consumidores do mundo inteiro, a agropecuária brasileira vem avançando cada vez mais no comparativo com outros países na questão da agricultura sustentável, seguindo à risca tendência mundial e gerando alternativas de produção de alimentos e matérias-primas, sem causar danos aos recursos naturais, especialmente a água, o ar e o solo.

Conforme especialistas, o Brasil está bem à frente na questão da sustentabilidade da agricultura mesmo quando se aplica este novo qualificativo chamado “regenerativo”. Diferente do cultivo orgânico, a agricultura regenerativa não veta o uso de fertilizantes e defensivos químicos ou, ainda, os organismos geneticamente modificados, desde que sejam adotados cuidados especiais na composição e seleção dos insumos e preservação de recursos naturais, como florestas, rios, lagos e atmosfera.

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Diante das reclamações e exigências de consumidores e ambientalistas, grandes companhias multinacionais de alimentos têm utilizado cada vez mais o termo “agricultura regenerativa” para explicar suas preferências ou requisitos na aquisição de matérias-primas, optando por produtos que venham de sistemas que não visem somente o aumento da oferta no mercado e das receitas dos produtores, mas também preservem os recursos naturais, levando em consideração o bem-estar de futuras gerações.

Em outras palavras, diante do mercado cada vez mais criterioso e exigente, não basta mais apenas comprovar que os produtos não vêm de regiões de desmatamento ilegal e/ou criminoso, pois é necessário demonstrar também que os alimentos ou matérias-primas foram obtidos através de processos que impactam positivamente a biodiversidade, com seu cultivo melhorando a qualidade do solo, da água e do ar, além de assegurar o bem-estar de produtores e trabalhadores rurais.

Como já destacamos, é muito bom saber que o mercado internacional de alimentos e matérias-primas está selecionando cada vez mais e melhor a qualidade e origem dos produtos que intermedia e/ou adquire, como é muito alentador ser informado que em comparativos com nações concorrentes, o Brasil está bem à frente na sustentabilidade da agricultura, mesmo quando se aplica na avaliação da produção nacional, o novo e rigoroso filtro chamado “regenerativo”.

Como o conceito de qualidade da produção de alimentos ainda se encontra em construção, pesquisadores alertam para a necessidade de assegurar que práticas conservacionistas consolidadas, como o Sistema de Plantio Direto, em que o Brasil sempre foi líder global, mantenham-se devidamente reconhecidas e contabilizadas dentro dessa agricultura regenerativa.

O avanço não pode permanecer apenas como ferramenta de marketing de grandes corporações, pois as maiores indústrias, incluindo multinacionais, estão aderindo ao novo conceito, o que comemoramos muito, como um dos maiores produtores e exportadores mundiais de alimentos e matérias-primas, como é o caso do Brasil.

*Dilceu Sperafico é deputado federal eleito pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado.

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br