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A perigosa relação entre álcool e saúde mental: Reflexões para o Janeiro Branco

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Por Marcos Antonio Santos

O Janeiro Branco é uma campanha dedicada à conscientização sobre a saúde mental, com o objetivo de promover o cuidado com a mente e incentivar a reflexão sobre os aspectos emocionais e psicológicos da vida. Durante este mês, foram realizadas diversas ações para combater o estigma em torno dos transtornos mentais e estimular o diálogo aberto sobre o tema.

Quando falamos sobre a relação entre saúde mental e o consumo de bebidas alcoólicas, é importante entender que o álcool, muitas vezes, é utilizado como uma forma de automedicação. Muitas pessoas recorrem à bebida para lidar com o estresse, a ansiedade ou até mesmo a depressão. Porém, o uso excessivo de álcool pode ter efeitos negativos na saúde mental, agravando os sintomas e criando um ciclo vicioso.

AA – “Às vezes, a gente percebe o problema mental da pessoa a partir do momento em que ela tomou muita bebida. O álcool provoca isso. Outra coisa que está relacionada a isso é a pessoa que está tentando a recuperação, toma medicamento, e depois para de tomar esse medicamento para tomar a bebida, e isso pode causar problema mental. Por isso, a pessoa que procura uma sala de Alcoólicos Anônimos vai estar ciente do que se passa no dia a dia. Trabalhamos em cima da prevenção, mas trabalhamos também em cima de a pessoa procurar ajuda. Porque o álcool causa problema mental”, comenta Isaías, membro de AA, que está sem ingerir bebida alcoólica há mais de sete anos.

DIVERSÃO – De acordo com Silson, que está há 31 anos sóbrio, começou a beber nas festas e no futebol com os amigos. “Quando eu casei, não bebia. Íamos jogar bola e a bebida era tudo de graça, por isso até hoje eu sou contra as coisas de graça. Eu frequento o AA no Jardim Porto Alegre. Na época em que comecei a frequentar as reuniões, foi depois de ficar internado, e a minha esposa descobriu um espaço de autoajuda. Me disseram que seria bom, mas ninguém sabia ou conhecia o AA”, afirma.

Silson conta que não teve doença mental em razão da bebida, mas o esquecimento era frequente. “Um dia briguei com a minha filha pequena porque pensei que ela estava na casa de algum desconhecido, mas não lembrei que tínhamos mudado de residência. Antes de começar a beber, eu tinha um terreno; depois de 10 anos bebendo, não comprei nada, gastava tudo com a bebida. Parei de beber e, em cinco anos, construí a minha casa. Todo mundo que bebe gasta mais do que ganha. É preciso guardar dinheiro para uma viagem ou para comprar alguma coisa, sem pedir dinheiro para ninguém”.

Foto: Gazeta de Toledo

EXCESSO – O álcool é uma substância depressora do sistema nervoso central, o que pode levar a mudanças de humor, diminuição das capacidades cognitivas e aumento da vulnerabilidade emocional. Em algumas situações, o consumo excessivo pode também desencadear ou piorar quadros de ansiedade e depressão, criando um impacto ainda maior no bem-estar emocional.

ANÔNIMO – Conforme Isaías, o anonimato para quem frequenta o AA é garantido. “A pessoa está no AA pelo mesmo motivo: a procura de ajuda para parar de beber. É o caminho que dá certo. Por ser seu amigo, é mais fácil ainda que ele possa te ajudar, porque estamos lá para ajudar a pessoa que quer. E a gente sempre faz. Tem aqueles que precisam e tem aqueles que querem. O que precisa aqui fora tem um monte, mas o que quer são poucos. Querer é muito importante. O anonimato é algo muito importante. Não podemos sair falando do outro companheiro, ou eu mesmo falar de mim, querer dizer que sou do AA. O que é importante é me manter sóbrio e cuidar do anonimato do outro”.

“Deixar bem claro que o AA não impede ninguém de beber. É sugerido. Um dia de cada vez, hoje evite o primeiro gole, isso é muito importante. A pessoa está preocupada porque é amigo? Não, que bom que eu tenho um amigo lá dentro”, diz Isaías.

REUNIÕES – Os grupos de Alcoólicos Anônimos em Toledo são: Grupo Ascese, com reuniões nas terças e sextas-feiras, às 20h, e aos domingos, às 19h, na Rua Madri, 75. Grupo Jardim, com reuniões nas quintas-feiras, às 20h, na Avenida J.J. Muraro, 1860. Grupo Novo Caminho, com encontros todas as segundas-feiras, às 20h, na Rua Nayoro, 56, Jardim Coopagro. Grupo Panorama, com encontros todas as quartas-feiras, às 19h30, na Rua Ministro Petrônio Portela, 90. E o Grupo Vila Operária, na Associação Comunitária, às terças-feiras, às 20h. As reuniões também são abertas para profissionais que trabalham com alcoólatras, advogados que atuam em divórcios por conta do alcoolismo, religiosos que auxiliam pessoas com esse vício, entre outros. Sem cobrança de taxas ou mensalidades, para participar das reuniões, é preciso apenas ter o desejo de parar de beber. Mais informações sobre o programa e as reuniões podem ser obtidas pelo telefone (45) 9-9925-0037.

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