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A geração de energia renovável e o agronegócio brasileiro

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Dilceu Sperafico. Foto: José Fernando Ogura/AEN

Dilceu Sperafico*

Para o nosso orgulho e satisfação, desenvolvimento econômico sustentável do Brasil e bem-estar da população, o agronegócio é responsável por 60% da energia renovável gerada no País. Conforme a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a agropecuária tem papel fundamental na geração e oferta de energia renovável em todo o território nacional. Levantamento do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da instituição, mostrou que a agropecuária responde por 60% das fontes limpas de geração de energia no País. Sem essa contribuição do campo, a matriz brasileira de energia renovável cairia de 49% para cerca de 20%, ficando próxima da média global, em torno de 15%. O estudo reforçou que a participação do agronegócio diferencia o Brasil das demais potências agroindustriais em termos de sustentabilidade energética.

Se nos anos de 1970, a maior parte da bioenergia do setor provinha da lenha e carvão vegetal, com mais de 40% de participação na atividade, essa configuração começou a mudar nos anos de 1980, quando a produção de derivados da biomassa de cana-de-açúcar se intensificou, impulsionada pela implementação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool). Entre 1988 e 2003, a participação do agronegócio na matriz energética nacional permaneceu em torno de 20%. Houve, entretanto, crescimento expressivo da oferta de lixívia ou resíduo da produção de celulose, que passou de 1,2 milhão para 3,7 milhões de toneladas equivalentes ao petróleo. Embora seja também relevante consumidora de energia, a agropecuária responde pela produção de cerca de 29% de toda a energia disponível no Brasil.

Assim, de acordo com o Observatório da FGV, o agronegócio brasileiro ganhou nova dimensão, mesmo já sendo sinônimo de produtividade, exportações recordes e segurança alimentar, destacando-se pela relevância estratégica na transição energética. Conforme especialistas, esse protagonismo não se restringe à quantidade de energia limpa ofertada no País ou à presença dos biocombustíveis no setor de transporte, pois também se reflete nos destinos da bioenergia do agronegócio, que se coloca como principal origem da matriz energética de vários setores industriais. Essa contribuição do agronegócio acontece por meio de fontes como etanol de cana-de-açúcar, biodiesel de soja, biogás de resíduos agropecuários, lenha de florestas plantadas e a lixívia, entre outros subprodutos.

Para o bem do País, a partir de 2003 essa tendência foi amplamente ampliada. As duas décadas seguintes foram marcadas por forte expansão e diversificação das fontes de energia renovável geradas pelo agronegócio. A oferta de energia proveniente da cana quase triplicou, impulsionada pela popularização dos veículos flex e expansão da bioeletricidade gerada com bagaço de cana. A produção de lenha e carvão vegetal também duplicou no período, refletindo o fortalecimento da silvicultura energética como atividade comercial. A lixívia, por sua vez, teve crescimento próximo a 300%, acompanhando a expansão da indústria de papel e celulose. Com isso, a bioenergia agropecuária, que em 1970 correspondia a 6,5 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (TEP), com 9,7% de participação na matriz energética brasileira, alcançou 91 milhões de TEP em 2023, o equivalente a 29,1% da matriz energética do País. O pico dessa trajetória foi no ano de 2020, quando a contribuição chegou a 30,1% da produção nacional de energia limpa.

*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado

E-mail: dilceu.joao@uol.com.br

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