O Junho Preto é voltado para a conscientização sobre o melanoma, o terceiro câncer de pele mais comum no brasil, representando 3 a 5% das neoplasias malignas de pele, o que corresponde a aproximadamente 8 mil casos ao ano, de acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer).
O melanoma é manifestado por lesões na pele, como explica a médica cirurgiã-oncológica do Hospital do Câncer Uopeccan Mariana Tais Ferreira Moreira, “mesmo lesões que a olho nu parecem ser pequenas, de pouco mais de 1cm, podem ser profundas nas camadas da pele e já se disseminar. Ele geralmente se dissemina para os linfonodos, que são as ínguas, e depois pode se disseminar pelo sangue e dar raiz em outros órgãos, como fígado, pulmão, ossos, cérebro, que é o que a gente chama de metástase”.
Além disso, ela ainda alerta: o melanoma tem potencial agressivo, podendo representar até 80% dos casos de morte por câncer de pele.
Diagnosticada com melanoma em 2017, Ivete Wenningkamp, 44, conta que tinha uma pinta na pele e, após a lesão sangrar, buscou uma dermatologista, onde foi encaminhada para a Uopeccan para uma biópsia. Quando confirmado o câncer, estava em estado de metástase. “Se tivesse sido descoberto no início, seria legal, talvez conseguisse eliminar ele todo. Entre cirurgias, retiradas e enxertos, o câncer foi retirado. Eu estou sempre em acompanhamento no hospital e atenta a novas pintas, porque a gente tem vontade de viver, lutar e prosseguir a vida”.
O melanoma surge através de uma célula melanócito, responsável por produzir a melanina, que dá o pigmento para a pele, olhos e, ao ficar bronzeado, a organismo aumenta a produção de células, explica Marina Moreira. “Essas células produzem o pigmento para tentar proteger a pele do dano, por causa da radiação ultravioleta, que vem principalmente da radiação solar, mas também podemos encontrar em outros locais, como as câmaras de bronzeamento”, alerta.
E a melhor forma de prevenir o câncer de pele é usar protetor solar, em todas as partes do corpo que estão expostas, mesmo em ambientes fechados e independentemente da idade, como alerta a doutora: “aqueles torrões que a gente toma na praia são o principal fator de risco, principalmente quando se é jovem, na infância. Mães, cuidem bem dos seus filhos, não deixem tomarem sol, se levar criança pequena para a praia, só leve a partir dos 6 meses, porque vai ter roupa e protetor solar apropriados. Bebês têm a pele muito sensível”.
Além do protetor, outras formas de prevenir são: não se expor ao sol das 10h às 16h, usar óculos com fator ultravioleta, chapéus de abas largas, camisas com fator de proteção sempre que possível e ficar na sombra.
Regra A, B, C, D, E
Se você notar alguma mancha diferente em seu corpo, pode ficar atento a regra do A, B, C, D, E para identificar possível câncer de pele.
Assimetria: a lesão é dividida ao meio e é verificado se as duas metades são diferentes;
Bordas irregulares: os contornos das manchas são irregulares, cheios de reentrâncias;
Cor: presença de mais de uma cor, variando do preto, cinza, marrom claro ou escuro, azul e branco;
Dimensão: diâmetro maior do que 6mm;
Evolução: critério mais importante, sinal de que a pinta está crescendo, passou a incomodar ou sangrar.
São diferentes fatores que ajudam identificar um possível câncer de pele, por isso, em caso de dúvidas, busque um médico especialista.
Tratamento
O tratamento do câncer vai depender se a doença está apenas na pele, o quão profundo na pele o melanoma já atingiu, se já tem doença nas ínguas ou se já espalhou para outros órgãos, explica a médica Mariana Moreira.
No caso de Ivete Wenningkamp, foram necessárias, até o momento, 7 cirurgias, além de 6 meses de quimioterapia. “Eu deixo aqui o alerta para procurar um médico, um dermatologista, quando você notar uma pinta no seu corpo, para ficar atento”, finaliza.
Fonte: Uopeccan