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A alternativa da geração de energia elétrica pelas marés

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A geração de energia elétrica limpa e renovável, especialmente no Brasil, vai muito além de alternativas conhecidas, como a eólica e a solar, além da hidrelétrica.           

Trata-se da possibilidade de utilização da força das marés, ainda mais em país que tem mais de nove mil quilômetros de litoral e suas principais cidades ou centros consumidores, estão em regiões próximas à costa marítima.

A tecnologia, sem dúvida alguma, usa fonte bastante diferente das alternativas conhecidas, mas em países como Inglaterra e Canadá, o método do aproveitamento da força do “vai e vem” das ondas do mar para a movimentação de turbinas e a geração de energia elétrica, já é antigo e comprovadamente viável.

Trata-se de processo semelhante ao dos parques eólicos, com a vantagem da força das marés ser mais intensa, pois a água do mar tem maior potência para movimentar as turbinas, produzindo mais energia.

A possibilidade de gerar energia renovável no oceano, aproveitando o movimento das ondas, do vento, variação de temperatura e também da salinidade do mar, na verdade, foi descoberta pelos primeiros navegadores, que utilizavam embarcações movidas por velas, para atravessar oceanos e visitar outros continentes.

Para avançar na proposta, grupo de cerca de 40 especialistas do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), estuda o tema desde 2013 com objetivo de elaborar projeto sobre o assunto, a partir do mapeamento da costa brasileira para identificar os melhores locais para a instalação das primeiras unidades geradoras de energia.

Conforme os pesquisadores, a definição dos melhores pontos para a instalação de turbinas é um dos principais desafios do estudo, considerando que a costa tem 9,2 mil quilômetros de extensão, levando em conta as saliências e reentrâncias do litoral.

O objetivo é identificar locais onde haja maior variação das ondas, como na costa Norte do País, onde vai de cinco a oito metros de altura entre a maré baixa e alta.

A elaboração do levantamento conta com o apoio de mapas de instituições como a Marinha do Brasil e Capitania dos Portos, embora suas informações muitas vezes necessitem de ajustes, já que o objetivo do estudo é levantar o potencial energético da costa e não determinar rotas de navegação.

Após a definição dos melhores locais serão avaliados outros fatores, como sedimentos na água, que tendem a diminuir a durabilidade dos equipamentos, elevando os custos de sua operação e manutenção. Há ainda a questão ambiental, pois as turbinas em movimento podem causar alterações no leito submarino e prejudicar a reprodução de peixes.

O mapeamento deverá ser iniciado na segunda metade do próximo ano e estar concluído no prazo máximo de cinco anos. Depois disso, segundo os pesquisadores, virão novas tarefas, pois a construção e instalação de grupos de turbinas dependerão de legislação específica e demanda de energia da região, mesmo considerando que não se trata de nenhuma nova tecnologia nova.

As turbinas existem há muito tempo em diversos países e o Brasil domina a tecnologia de instalações oceânicas, como demonstram as plataformas de extração de petróleo e gás, que são referências mundiais nessa área.

Restará saber se a modalidade é viável do posto de vista econômico, pois turbinas de energias renováveis normalmente tem custo inicial bastante superior em relação às usinas tradicionais.

*O autor é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado. E-mail: dilceu.joao@uol.com.br

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