Entre os cerca de 1,8 mil jovens participantes, de 65 países, Ana Carolina ficou entre os 58 finalistas e chegou à 4ª colocação. Foto: SEED

Ana ficou na quarta colocação junto com outros cinco estudantes de escolas públicas e particulares dos Estados Unidos; ela começou a pesquisa para ajudar a pequena produção do bisavô, em Toledo, que não tinha como arcar com agroquímicos para combater a doença na plantação

O trabalho da estudante Ana Carolina Gonçalves Selva, de 17 anos, do Colégio Estadual Jardim Porto Alegre, em Toledo, foi um dos premiados na categoria Microbiologia na Regeneron ISEF 2021, maior feira internacional de Ciências e Engenharia para estudantes. Ao todo foram 14 premiados nesta categoria. Eram 58 finalistas de vários países.

Ana ficou na quarta colocação junto com outros cinco estudantes de escolas públicas e particulares dos Estados Unidos. O trabalho vencedor, sobre um método de diagnóstico para doenças intestinais causadas por bactérias, também foi dos Estados Unidos (do Hunter College High School, de Nova York), bem como os três que ficaram na segunda colocação e outros três na terceira, ao lado de trabalhos do Canadá e da Malásia.

trabalho de Ana intitulado “Potencial fungitóxico de diferentes extratos vegetais sobre o desenvolvimento in vitro do fitopatógeno causador da antracnose em frutos de bananeira – Fase IV” foi iniciado ainda no 8º ano do Ensino Fundamental no Clube de Ciências da escola, denominado Cientistas do Jardim, com o objetivo de ajudar com a pequena produção do bisavô, que não tinha como arcar com agroquímicos para combater a doença na plantação. “Ele não tinha condição de passar um agroquímico por causa do preço elevado e dos riscos à saúde e ao meio ambiente. Falei com minha orientadora, Dionéia Schauren, para entender melhor isso e se eu poderia criar alternativas para os pequenos produtores”, conta.

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Ela começou a pesquisar diversos extratos naturais de baixo custo até chegar a uma solução promissora.

Ana Carolina se formou ano passado no Colégio Estadual Jardim Porto Alegre. A estudante aguarda o vestibular da UFPR, no qual pretende concorrer a uma vaga no curso de Ciências Biológicas. “Minha irmã e uma colega dela estão dando continuidade à pesquisa no colégio e quando entrar na universidade pretendo seguir com mais testes, em novos equipamentos e também testar no campo para avaliar a eficácia”, diz.

Ana Carolina Gonçalves Selva, de 17 anos, se formou ano passado no Colégio Estadual Jardim Porto Alegre e aguarda o Vestibular da UFPR para tentar ingressar no curso de Ciências Biológicas. Foto: SEED

Como finalista, a estudante já havia recebido um notebook, um fone de ouvido, pacote de dados e uma camiseta da feira. E a premiação desta sexta-feira (21) renderá mais US$ 500 (mais de R$ 2,5 mil na cotação atual).

ISEF 2021 – O evento norte-americano começou no último domingo (16) e, neste ano, é virtual por causa da pandemia. Cerca de 1.800 jovens de 65 países participaram com 1.480 projetos em 21 categorias.

Ana Carolina foi uma entre 18 brasileiros selecionados. Além dela, mais três trabalhos nacionais foram premiados, sendo dois em quartas colocações: uma dupla de estudantes de uma escola particular na Bahia em “Ciência das Plantas”, e uma estudante gaúcha do IFPR-RS na categoria Ciências Comportamentais e Sociais. Já uma estudante de São Paulo, de colégio estadual, conquistou a terceira colocação em Engenharia Ambiental.