Os Estados Unidos venceram a corrida espacial contra os russos quando Neil Armstrong disse a celebre frase já em solo lunar: “um pequeno passo para um homem, um grande salto para a humanidade”.  São verdades que essa conquista custou muitos bilhões de dólares dos contribuintes americanos e ceifou várias vidas dos astronautas envolvidos no projeto lunático. Agora depois de 50 anos os Estados Unidos querem vencer outra guerra: a comercial. E dessa vez os inimigos são os chineses.

O presidente Donald Trump, que é de direta populista, ao longo dos últimos anos vem ganhado fortes aliados para vencer essa guerra. Entre eles o presidente Jair Bolsonaro e mais recente o novo primeiro-ministro inglês, Boris Johnson que é pró- Brexit. Manobra que irá retirar os ingleses da União Europeia (UE) e diminuirá muitos benefícios sociais da população da terra da rainha Elizabeth, de Shakespeare e dos Beatles.

Boris em seu primeiro discurso disse que o Brexit foi uma decisão fundamental do povo britânico e é preciso respeitá-la, com ou sem acordo e que não há senões aceitáveis. O novo líder do Reino Unido que tem total apoio de Trump substitui Theresa May, que é contra a saída dos ingleses da UE. Pelo visto ela que era a favor de permanecer no bloco europeu não teve a combatividade de Margaret Thatcher, primeira-ministra do Reino Unido de 1979 a 1990.

Boris numa versão que recorda seu amigo  Donald Trump, proclamou que seu Governo vai “restabelecer a confiança na democracia”, como se até agora o Reino Unido tivesse estado em mãos de indesejáveis. Bolsonaro que é de extrema-direita também tem o mesmo discurso de fortalecer a democracia e enfraquecer a esquerda com fies socialista. Em discursos ele sempre destaca sua determinação para a abertura econômica, o respeito à democracia e da legislação.

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Uma das estratégias para o Brasil ficar ainda mais próximo aos americanos contra o fortíssimo mercado chinês é a indicação de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, à Embaixada do Brasil em Washington. A possibilidade de Eduardo assumir a embaixada no lugar de Sergio Amaral, que desocupou a vaga em abril, causou polêmica dentro e fora do governo.

Depois de se reunir com o Secretário de Comércio dos EUA, Bolsonaro disse que há preocupação de que possíveis armadilhas no acordo entre Mercosul e União Europeia atrapalhem tratativas comerciais com os americanos. Para o presidente, há receio de que o acordo do bloco sul-americano com os europeus prejudique o Brasil na assinatura de um tratado comercial com os americanos.

Segundo os petistas, quando mais se acentua o desemprego no Brasil, melhor será para que as empresas paguem baixos salários para aqueles que estão há muito tempo fora do mercado de trabalho. É bom lembrar que a mão de obra dos trabalhadores da terra de Mao Tse-tung  também tem baixos custos, mas os lucros são imensos. A exploração da mão de obra feminina, ainda é mais barata que a masculina, e, claro, o aumento da população, fator que consolidou o país como o maior mercado de consumo do mundo. Trump disse que a China não negocia com boa fé quando se trata de comércio. A guerra comercial entre as duas potências continua bastante acirrada, principalmente com os produtos agrícolas.

A mão de obra barata virou combustível para a meta chinesa de liderar a inteligência artificial no mundo. A habilidade de classificar os dados pode ser a verdadeira força da IA na China, a única com a qual os Estados Unidos podem não ser capazes de competir. Mas na guerra comercial os americanos não querem perder essa fatia do bolo.  O presidente  Xi Jinping lidera o Partido Comunista da China. Ele é de extrema-esquerda.

Uma das grandes reclamações dos lojistas brasileiros é que os produtos chineses são vendidos no país com preços bem abaixo dos produtos nacionais. E isso vem cada vez mais enfraquecendo o mercado e aumentado o desemprego em uma economia brasileira que vive em crise e não importa se o governo é de esquerda ou direita.

Um dos temores dos americanos era que o Brasil pudesse se tornar com Dilma Rousseff no poder uma nova Venezuela, o que acelerou o impeachment da ex-presidente e a prisão de Lula. Ao longo dos tempos a mão invisível do poder cria suas diretrizes de comando. Depois de mais de 10 anos de administração petista no Brasil era preciso um governo de direita.

O governo americano precisava que o Brasil tivesse no comando um presidente de direta e totalmente contrário ao PT. Bolsonaro era o homem certo que Trump sonhava e ainda pode contar com o ministro da Fazenda, o neoliberal Paulo Guedes, PhD pela Universidade de Chicago.  “Privatiza tudo”. Esse é o discurso de Guedes. Ele é a favor das reformas liberais de países como Chile, EUA e Reino Unido.

O PT tinha uma política social muito forte e era contra os grandes mercados, sendo um entrave para o império americano em razão que boa parte dos recursos do governo era direcionada aos países socialista: Cuba, Angola, Bolívia e Venezuela. Um bom exemplo de mudança foi o fim do ‘Programa Mais Médicos’, que tinha convênio com o governo de Cuba, entre outras políticas sociais.

Para fortalecer ainda mais o bloco da direita na América do Sul, um dos objetivos de Trump é derrubar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e não será uma tarefa fácil. Maduro tem apoio do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que é de direita. Trump estaria frustrado pelos poucos avanços na estratégia para tirar do poder o mandatário da Venezuela.

O presidente da frança, Emmanuel Macron está mais a favor dos chineses. Ele tem tendências às políticas de esquerda, mas hoje é considerado um político de centro. Ele afirma que “nasceu na esquerda e que isso ajudou a formar certas convicções”, mas o jornal “Le Monde diz que Macron “provoca ironia da esquerda e curiosidade da direita e ele tem uma vantagem: vem da esquerda e agrada a direita. O francês tem uma relação estreita com Trump mesmo assim não o impedirá de criticar políticas do americano. Neste ano em visita do presidente chinês Xi Jinping a Paris, França e China assinaram uma série de acordos comerciais com contratos no valor de dezenas de bilhões de euros que incluem do fornecimento de aviões Airbus à construção de uma usina eólica na costa do país asiático. Essa guerra comercial entre esquerda e direita está longe do fim, mas uma coisa é certa: os trabalhadores continuarão sendo massa de manobra dos ambiciosos que estão no poder. E cada vez mais os direitos trabalhistas não vêm sendo respeitados.

Marcos Antonio Santos. Jornalista

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