Quase metade dos financiamentos foram para adquirir um automóvel. No total, 16% dos brasileiros contrataram algum tipo de financiamento nos último 12 meses; 82% garantem ter checado orçamento antes da contratação

Embora o sonho da casa própria ainda figure entre as principais motivações para a contratação de financiamento (15%), o automóvel é a preferência nacional quando se trata dessa modalidade de crédito. Cinco em cada dez consumidores que contrataram financiamento no ano anterior ao estudo (49%) utilizaram o serviço para a compra de carros. É o que indica pesquisa realizada nas 27 capitais brasileiras pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

Segundo o levantamento, 16% dos brasileiros contrataram algum tipo de financiamento nos 12 meses anteriores à pesquisa – um aumento de seis pontos percentuais na comparação com a pesquisa passada. Por outro lado, 81% do total de entrevistados preferiram não se comprometer com parcelas durante o período.

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Além de casas e automóveis, outras razões mencionadas pelos entrevistados que contrataram financiamento foram a aquisição de eletrônicos (15%) e de eletrodomésticos (14%) – a maioria motivada pela possibilidade de realizar um sonho de consumo (45%), especialmente na opinião dos homens (55%). Imprevistos e necessidades (28%) foram outros motivos, seguidos de empréstimos realizados para ajudar amigos ou familiares (16%).

“O financiamento pode ser um grande passo na vida de uma pessoa ou de uma família: É a chance de sair do aluguel, de adquirir bens de valor maior, para começar um negócio, enfim, as possibilidades são infinitas. Mas todo o sucesso do projeto dependerá de um bom planejamento financeiro”, ressalta o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.

Os brasileiros que fizeram algum financeiro possuem, em média, 19 parcelas para pagar, o que indica se tratar de um compromisso financeiro que afeta as finanças pessoais ou familiares por um período considerável. Tendo isso em mente, oito em cada dez consumidores (82%) que contrataram um financiamento nos últimos 12 meses garantem ter checado seu orçamento antes de assinar o contrato. Ainda assim, 10% resolveram arriscar sem verificar a real possibilidade de cumprir com as prestações ao longo do período contratado.

“Contratar qualquer modalidade de crédito sem saber se as parcelas caberão no orçamento é um grande risco, pois estamos falando de um contrato de anos, geralmente. Se o bem adquirido for um carro, por exemplo, não basta calcular apenas a prestação, mas também os novos custos que vão impactar o orçamento mensal, como combustível, seguro, IPVA, etc”, alerta Vignoli.

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A maioria (74%) dos usuários de financiamento garante realizar o controle do pagamento das parcelas, sendo que 32% preferem realizar as anotações em papel, seja em agendas ou cadernos, outros 30% são adeptos da planilha digital e 13% utilizam algum aplicativo de finanças pessoais. Por outro lado, 23% negligenciam a tarefa, alguns alegando fazer de cabeça (19%) e outros 4% admitindo, de fato, não controlar.

O controle parece estar sendo efetivo: oito em cada dez dos entrevistados afirmam estar com todas as prestações em dia (76%), enquanto 14% possuem pelo menos uma parcela em atraso. Quase 40% dos que atrasaram o pagamento foram negativados pela inadimplência com as parcelas do financiamento.

De acordo com a pesquisa, 89% dos que fizeram financiamento tiveram a oportunidade de escolher a instituição de sua preferência. Nesse quesito, a fidelidade foi um ponto crucial: três em cada dez deles (29%) optaram por contratar o serviço do banco de que já eram clientes, enquanto 24% foram atrás dos menores juros e taxas. Por outro lado, 6% deles não tiveram poder de escolha, tendo que ficar com a única instituição que liberou o financiamento. A maioria buscou meios de obter o crédito por iniciativa própria (61%), mas 19% aceitaram ofertas de bancos ou instituições financeiras e 11% admitiram ter pedido para um terceiro contratar o serviço para eles.

“Outra dica importante é pesquisar bem antes de assinar o contrato, pois os juros e demais tarifas podem variar bastante entre as instituições, assim como os prazos de pagamento”, destaca Vignoli.

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Indo na contramão do conselho do educador financeiro do SPC Brasil, um em cada dez consumidores (11%) admitiu não ter analisado as taxas e os juros cobrados antes de contratar o financiamento. Ainda assim, a grande maioria (84%) garante ter dado a devida atenção a essas informações na hora de assinar o contrato, sendo que 31% julgou as tarifas e juros como altas e 18% as consideraram abusivas. Por outro lado, 48% acharam as taxas razoáveis (43%) ou baixas (5%).

O número representa um aumento de sete pontos percentuais em relação ao ano passado. Por outro lado, 77% nem sequer tentaram contratar financiamentos. O automóvel lidera também as tentativas frustradas de financiamento: 24% dos que não obtiveram sucesso tentaram financiar carros, 19% eletrodomésticos, 15% imóveis, 13% motos e 12% a faculdade.

Um em cada dez consumidores (10%) foram bem-sucedidos na tentativa (aumento de 4% em relação a 2018) e 12% não – especialmente entre as classes C, D e E. Nome sujo foi o principal motivo para a falta de sucesso na contratação do financiamento (38%), seguido de renda insuficiente (37%) e falta de garantias solicitadas pelos credores (16%).

Metodologia

A pesquisa ouviu 805 consumidores de 18 anos ou mais, ambos os sexos e todas as classes sociais nas 27 capitais. A margem de erro é de no máximo 3,4 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%. Baixe a íntegra da pesquisa em https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas

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