Três autores de um artigo que constatou que a hidroxicloroquina aumentaria o risco de morte em pacientes de Covid-19 retiraram o estudo diante de preocupações com a qualidade dos dados da pesquisa. O estudo foi publicado na The Lancet, revista científica sobre medicina do Reino Unido, no mês passado.

Eles disseram que a Surgisphere, empresa que forneceu os dados, não iria transferir o conjunto completo de dados para uma análise independente, e “não podem mais garantir a veracidade das fontes primárias de dados”.

Repercussão da pesquisa

Os resultados da pesquisa, publicados em 22 de maio na revista britânica, tiveram grande repercussão ao redor do mundo. Na mesma semana (25), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou que os estudos com hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19 tinham sido suspensos pela organização, que até citou o estudo na ocasião.

Na última quarta-feira (3), contudo, a OMS retomou os testes com o medicamento. “Na semana passada, decidimos interromper os testes com hidroxicloroquina, como precaução devido aos riscos à saúde do medicamento. O comitê resolveu retomar os testes com esse medicamento. O comitê de monitoramento continuará a acompanhar os testes de todos os medicamentos contra o novo coronavírus”, afirmou Tedros.

“Mais de 3,5 mil de pacientes foram recrutados em mais de 35 países para os testes. A OMS tem o compromisso de acelerar o desenvolvimento de tratamentos, para oferecer ao mundo ciência, solidariedade e soluções”, disse o diretor-geral. Fonte: Paula Mariane, da CNN em São Paulo

(Com Reuters)