Por Marcelo Di Giuseppe

No dia 27 de maio a PF realizou operação contra vários personagens atendendo o inquérito aberto pelo STF que apura a produção de notícias falsas, também conhecidas como “Fake News”.

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Esse inquérito foi instaurado pelo Presidente do STF, Dias Toffoli, sem ser provocado por qualquer outro órgão, o que não normal. Toffoli também excluiu a participação do Ministério Público das investigações, o que é muito difícil de entender e, ao invés de sortear o relator do processo, algo corriqueiro dentro do STF, Toffoli escolheu o Ministro Alexandre de Moraes como relator do processo.

A decisão monocrática do Ministro do STF Alexandre de Moraes teve como alvo apenas pessoas com opinião alinhada a opinião do Presidente Jair Bolsonaro, o que levantou muitas dúvidas sobre as suas reais intenções.

Tudo indica que o inquérito parece mirar na campanha do Presidente eleito, mostrando a relação que existe entre Jair Bolsonaro e os personagens alvos da operação da PF, para quem sabe assim, tentar provocar uma nova eleição. Nunca é tarde para lembrar que a campanha do candidato Fernando Haddad foi multada pelo TSE pela criação e impulsionamento de notícias falsas, enquanto a campanha de Bolsonaro, passou ilesa pelo mesmo crivo.

A indicação da possível existência de algo muito maior por trás do processo das Fake News continuou surgindo nos dias posteriores a ação da PF com discursos orquestrados de políticos, imprensa e juristas contra Bolsonaro, culminando com o aparecimento nas manifestações pró-Bolsonaro no domingo 31 de maio de grupos autodenominados Antifascistas (que usam camisetas pretas como os apoiadores de Benito Mussolini!) e Torcidas Uniformizadas (que não exemplos de democracia!), todos “lutando pela democracia” e gerando muita violência contra quem estava de verde e amarelo e contra a PM, e no dia 01 de junho de 2020, notamos uma carta aberta de advogados chamando o presidente de genocida em todos os jornais de grande circulação do país.

O STF, alguns políticos, organizações sociais e principalmente a grande imprensa não percebeu que existe algo NÃO muito novo no ar.

O surgimento de canais de informações conservadores na internet caiu como uma luva na demanda reprimida dos brasileiros, em sua maioria, cristãos e conservadores que já vinham muito cansados da classe política, da mídia tradicional e das pautas progressistas. A audiência desses canais vem aumentando a cada dia, enquanto as mídias tradicionais sentem grande dificuldade em manter-se financeiramente em pé.

Para que vocês tenham uma ideia dessa proporção, no mesmo dia 27 de maio, dia da operação da PF contra empresários e jornalistas, enquanto a CNN tinha em torno de 20 mil espectadores assistindo seu jornal através do Youtube por volta das 21h, o Canal Terça Livre do jornalista Allan dos Santos, um dos alvos da ação da PF, tinha mais de 130 mil espectadores.

Outros canais e jornalistas conservadores têm hoje audiência invejável com conteúdo próprio transmitido a um custo baixíssimo e com boa arrecadação através de novos membros, venda de cursos e materiais e apoiamento financeiro, algo impossível de ser aceito pela grande mídia.

Essa misteriosa orquestração poderá tirar Bolsonaro e Mourão do poder, poderá prender jornalistas e empresários que dão sua opinião contra as instituições, poderá fechar canais de comunicação nas mídias sociais, poderá implantar um novo modelo de censura a opinião dos brasileiros, mas certamente será incapaz de acabar com as ideias conservadoras que estavam adormecidas esperando por alguns porta vozes.

Marcelo Di Giuseppe, Cientista Político do Instituto de Planejamento Estratégico IBESPE (www.ibespe.com.br) e comentarista político de todas as 2ª feiras na Rádio Jovem em SP.    https://marceloibespe.blogspot.com/