Por Marcos Antonio Santos
Laudos já apontavam risco nas árvores da Almirante Barroso; Secretaria atuou em emergência após ruptura atingir fiação elétrica
Noite chuvosa desta segunda-feira, 1, por volta das 21h, um estrondo de explosão, tudo escuro, falta de energia elétrica. O que parecia ser uma batida de carro foi, na verdade, um pedaço grande de uma Tipuana — cerca de 10 metros de altura — que caiu sobre a fiação de um poste na esquina entre a Rua Almirante Barroso e o Largo São Vicente de Paulo, impedindo a passagem de veículos. Detalhe: o laudo para retirada das duas Tipuanas dessa localidade já estava emitido há algum tempo.
Depois de 45 minutos da queda, a empresa terceirizada que presta serviços à Copel esteve no local para verificar se os fios não estavam energizados, e a Guarda Municipal bloqueou parte da Almirante Barroso na esquina com a XV de Novembro. Na tarde desta terça-feira, 2, o trecho seguia fechado.


CORTE TOTAL — Na manhã desta terça-feira já estava definido que as duas árvores próximas ao Centro Comercial Catedral seriam retiradas na totalidade.
O engenheiro florestal da empresa responsável pelo corte de árvores em Toledo, Micael Bezerra, disse que eles seguiram o protocolo recebido. “Existe autorização para a remoção e para a resolução desse problema que vem afetando a população. São árvores de grande porte, algumas já bastante antigas, que precisam de atenção e cuidado para evitar danos maiores”.
Outras duas árvores muito grandes, em frente a um consultório odontológico, também estão condenadas. “Sim, estão em situação avançada de degradação. Agora aguardamos apenas o laudo final para realizarmos a remoção ou, se for o caso, uma poda que reduza o peso da copa e evite qualquer dano à população”, afirma Micael. Essas duas árvores, que têm mais de 50% dos galhos apodrecidos, também seriam retiradas nesta terça-feira, mas apenas alguns galhos foram podados, pois os lojistas próximos poderiam ficar mais tempo sem energia elétrica e com as vendas paradas.
Micael confirma que a Secretaria do Meio Ambiente já emitiu o laudo, e a Secretaria de Infraestrutura já solicitou o serviço. “Como esta é uma região com bancos, locais frequentados por idosos e também com hospitais, dependíamos da cooperação da Copel para realizar o serviço imediatamente. Ficamos aguardando o agendamento da Copel para o desligamento temporário da energia, para então executar o trabalho. Infelizmente, o tempo acabou trabalhando contra, e agora estamos atuando em situação de emergência”.


ÁRVORES ANTIGAS — Vinícius Fernandes Apolinário, coordenador de recuperação de áreas degradadas, explicou o procedimento da Secretaria do Meio Ambiente após a queda de parte da árvore.
“As árvores da via são muito antigas — algumas com cerca de 50 anos — e já estavam em fase final de vida, apresentando risco e necessidade de substituição. Algumas já haviam passado por monitoramento e reavaliação, e agora toda a extensão da rua está sendo vistoriada para verificar necessidade de poda ou remoção. Caso a remoção seja necessária, a Secretaria do Meio Ambiente encaminha o pedido à Secretaria de Infraestrutura, que executa o serviço. Depois disso, os proprietários dos imóveis ficam responsáveis pelo replantio, seguindo as espécies previstas no Plano Municipal de Arborização Urbana. A espécie predominante na rua é a Tipuana, que deve ser replantada sempre que possível. No lado da via sem fiação elétrica, o replantio dessa espécie é viável. Já no lado onde há rede elétrica, a Tipuana não pode ser utilizada, por ser de grande porte”.
No dia 21 de outubro, na mesma Rua Almirante Barroso, uma árvore do mesmo porte caiu e danificou um poste de energia elétrica de uma clínica próxima ao Hospital Bom Jesus. Na ocasião, ninguém ficou ferido — apenas houve danos materiais.





