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Vereadores evidenciam a causa animal na Comissão de Seguridade Social e Cidadania

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Reunião da Comissão abordou zoonoses, abandono, maus-tratos e ações de proteção animal. Foto: Michelly Domiciano

Na tarde dessa quarta-feira (1), os vereadores reservaram espaço para o diálogo em busca de soluções sobre a política dos animais. A Comissão de Seguridade Social e Cidadania (CSS) convocou autoridades locais para uma conversa com o tema “Causa Animal e Saúde Pública”. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Olinda Fiorentin (PSD), acompanhada pelos integrantes Katchi Nascimento (MDB), Valdir Gomes (União Brasil) e Valtencir Careca (PP). A parlamentar Professora Marli (MDB) também participou do encontro.

Na reunião, parlamentares e representantes do Poder Executivo e da comunidade destacaram a importância de ampliar a divulgação de campanhas voltadas à conscientização contra os maus-tratos, além de discutir a destinação de recursos orçamentários para fortalecer programas e ações de proteção animal. Os problemas trazidos pelo abandono também foram debatidos. A discussão inicial discorreu sobre casos de zoonoses.

Marcos César Pereira, médico veterinário da Vigilância Sanitária, informou que o Município mapeou 44 notificações de esporotricose (29 em animais e 15 em humanos). Mais comum em gatos, a micose fúngica é caracterizada pela presença de lesões na pele, mas pode atingir outros órgãos e articulações. Assim como em animais, a doença em casos graves pode levar humanos a óbito.

“A gente precisa fazer uma busca ativa no entorno do endereço, de 150m ao redor, e tem encontrado outros animais doentes. Temos uma certa dificuldade de encontrar o morador, por muitas vezes trabalhar no horário que não é compatível com o nosso. Novos casos surgem e estamos com dificuldade de fazer os atendimentos. O recurso, infelizmente, não tem sido suficiente para o tratamento dos animais”, disse o médico veterinário.

Os bairros com mais notificações são a Vila Pioneiro, a Vila Operária e Boa Esperança, segundo Cinthia Moura, coordenadora de Defesa e Proteção Animal. O tratamento demora de três meses a um ano. Os sinais positivos do tratamento têm início após 15 dias. A coordenadora informou que a Proteção Animal já iniciou um estudo sobre a esporotricose, juntamente com a PUC Toledo.

Adriane Monteirosecretária de Saúde, relatou como a pasta tem combatido e comunicado a doença“No ano passado, foi realizada uma capacitação sobre zoonoses com os profissionais (…) esse ano, a gente não teve nada ainda, mas acredito que, diante dos casos que estão acontecendo, temos que tomar medidas e fazer capacitações para ver qual é a melhor maneira de tratar o assunto dentro da Saúde. Não temos na Vigilância um Departamento exclusivo de zoonoses. É um assunto que já vem sendo debatido há muitos anos. Acredito que temos que trabalhar nisso sim. Se são casos que estão começando agora, temos que ir atrás e ver quais são as medidas preventivas e orientativas podemos tomar, além das ações que já são feitas”, relatou.

Apesar do alerta com a doença, Alan Diego Ceresa, médico veterinário da clínica que presta serviços ao Município, informa que outras zoonoses também necessitam ser combatidas em Toledo. “A questão da vacinação está andando, tem verba liberada. A castração e o atendimento clínico vêm com um déficit desde o início do ano. Essa é a maior preocupação das protetoras. Elas que lidam diretamente com os animais. Hoje, a esporotricose é apenas uma das zoonoses que preocupa a nossa cidade, mas nós temos mais preocupações: a leishmaniose, a lepstospirose e a raiva”. Sobre números de vacinação em animais, o Município aplicou 1.502 até o momento. No total do passado, 1.613 foram aplicadas.

A coordenadora Cinthia Moura e a secretária do Meio Ambiente, Luciana Fogaça. Foto: Michelly Domiciano

Luciana Fogaça, secretária do Meio Ambiente, informou que o orçamento atualizado para a pasta está em R$ 1,3 milhão, com R$ 818 mil investidos até o momento. A representante da área admitiu restrições relacionadas à castração e ao atendimento clínico ofertados pelo Município, mas disse que queixas relacionadas à falta de ração não se sustentam (Confira trecho). Exclusivamente em ração, a Secretaria investe R$ 60 mil por mês, para auxiliar 43 protetores – que são responsáveis por aproximadamente 400 animais.

Cinthia Moura disse que as cuidadoras recebem 150 gramas de ração por animal. A coordenadora de Defesa Animal relatou o elevado número de atendimentos de alta complexidade, além de campanhas centralizadas e em distritos para vacinação. Sobre os casos de maus-tratos na cidade, a representante afirmou que as pessoas estão cada vez mais sensibilizadas e encorajadas a denunciar. “Sempre houve maus-tratos em Toledo. O que está refletindo é a forma que estamos trabalhando dessa vez. Nós não estamos deixando engavetadas as denúncias e vamos expor (…) o nosso trabalho está sendo refletido na população. A gente está com o município mais sensibilizado para a causa animal. Agora, sabem o que é maus-tratos e como denunciar”, apontou.

A protetora Maria de Lourdes Barbosa, presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos dos Animais, utilizou a sua fala para fazer um apelo por atenção à causa pelo poder público. “O dinheiro existe. Nós estamos vendo, no dia a dia, mil coisas acontecendo em Toledo todos os dias, mas quando fala de animal não tem dinheiro. Se tem dinheiro para os demais, por que não tem para a causa animal? Será que é porque o animal não fala? É uma questão de saúde pública. Não dá para pensar em saúde sem pensar nos animais (…) nós [protetoras] temos muito o que fazer. Nós estamos cansadas, exaustas. Precisamos que essa situação seja olhada e vista com uma questão de saúde pública”.

Responsável pelo resgate de animais silvestes em Toledo, Tiago Luidy Pizzato Stertz, relatou que quase 500 animais foram atendidos no Município de Toledo, mesmo sem a estrutura de uma clínica para a fauna silvestre – por conta disso, os atendidos são encaminhados para outras cidades. Os vereadores se comprometeram a ampliar os esforços por recursos para a área.

Ações da Câmara de Toledo sobre a Causa Animal

Além da convocação de autoridades com competência no assunto, os vereadores empenham a atuação legislativa para auxiliar os direitos dos animais. Em fevereiro, a parlamentar Katchi Nascimento (MDB) indicou ao Poder Executivo a “Ampliação de castrações de animais domésticos para tutores com renda mensal de até um salário mínimo por pessoa, mediante fila de espera” (Indicação n° 165/2025). Em abril, a mesma vereadora sugeriu a “Realização de mutirões do Castra Móvel nos bairros, com prioridade aos finais de semana” (Indicação n° 509/2025). No mês de maio, Olinda Fiorentin solicitou a “Criação de disque-denúncia para registro de maus-tratos de animais (Indicação n° 616/2025) – em 2022, a vereadora já havia sugerido a mesma ação (Indicação n° 324/2022). Sobre animais silvestres, Olinda indicou a “Implantação de placas de sinalização de travessia de animais silvestres na Rua Cerro Corá, nas proximidades da Sanga Panambi, no bairro Tocantins” (Indicação n° 1211/2025).

No dia 30 de setembro, a Comissão Especial apresentou o parecer favorável ao Projeto de Lei n° 98/2025, dos vereadores Bruno Radunz (Republicanos), Genivaldo Jesus (PSD) e Olinda Fiorentin (PSD), que “Institui a Semana Municipal da Adoção, Proteção, Bem-Estar e Combate ao Abandono de Animais”. A proposta prevê a realização de atividades – como campanhas educativas e informativas em escolas, praças e outros espaços – na terceira semana do mês de outubro. Feiras de adoção, campanhas de vacinação e de castração, distribuição de materiais educativos e seminário sobre o tema são outras sugestões do projeto.

Fonte: Departamento de Comunicação/Câmara de Vereadores

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Edição nº2794 – 02/10/2025

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