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Silêncio da base sustenta irregularidade na Câmara de Toledo

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A Câmara Municipal de Toledo volta a protagonizar um episódio de descumprimento das próprias normas internas. Mesmo após o afastamento judicial dos vereadores envolvidos no chamado “kit-propina”, os cargos comissionados de assessor parlamentar e chefe de gabinete seguem ativos em seus gabinetes — prática que contraria frontalmente os princípios da legalidade, moralidade e economicidade que regem a Administração Pública.

O que diz a lei?

A Lei nº 2.609/2023 é clara: os cargos comissionados têm caráter de confiança e servem exclusivamente para assessorar o vereador em exercício do mandato. Afastado o parlamentar, inexiste a função a ser desempenhada. Manter esses servidores, portanto, é manter salários sem trabalho — uma situação que pode configurar ato de improbidade administrativa e resultar em lesão ao erário.

E os vereadores da base?

O silêncio da bancada governista chama a atenção. Até agora, não houve manifestação clara nem pedido efetivo pela exoneração imediata dos comissionados. A omissão abre espaço para suspeitas de conivência e reforça a sensação de que o Legislativo, que deveria zelar pelo cumprimento das leis, prefere fechar os olhos para práticas que violam sua própria legislação. O episódio, mais uma vez, coloca em xeque a credibilidade da Câmara de Toledo, que parece incapaz de aplicar internamente as regras que exige da sociedade.

Comparativo Medianeira x Toledo

Em Medianeira, uma nota oficial tenta transmitir uma imagem de responsabilidade fiscal e respeito aos servidores, mas o conteúdo gerou o efeito contrário: indignação. Nos comentários, aparecem críticas ao atraso no reconhecimento profissional, à demora de até 180 dias para pagamento de direitos, à prioridade em grandes obras enquanto os servidores ficam em segundo plano, além de denúncias sobre repetição de erros das gestões passadas. O sentimento predominante é de frustração: os servidores, que mantêm os serviços essenciais funcionando, são sempre os primeiros a pagar a conta.

Já em Toledo, o movimento foi o inverso. Logo no início da atual gestão, os primeiros a serem valorizados foram os servidores municipais. Não apenas receberam a reposição inflacionária — que é obrigação legal —, mas também um ganho real inédito em mais de sete décadas de história da cidade. O gesto sinalizou respeito e prioridade a quem sustenta a máquina pública no dia a dia.

Enquanto em Medianeira as justificativas soam como desculpas que se repetem há anos — crise, repasses menores, heranças do passado —, em Toledo a escolha política foi clara: antes de inaugurar grandes obras ou buscar manchetes, a gestão garantiu que os trabalhadores tivessem reconhecimento real em seus vencimentos.

Isso faz toda diferença. O servidor que se sente respeitado devolve em produtividade, dedicação e confiança na gestão. Já o que se sente preterido, como mostram os comentários de Medianeira, reage com descrédito, desmotivação e cobrança pública.

Meio ambiente sem voz nem ação

Mais uma vez, Toledo vira notícia nacional não pelo que constrói, mas pelo que deixa de fiscalizar. Setenta animais resgatados em estado de maus-tratos na Linha Gavião, distrito de Novo Sarandi, escancaram não só a crueldade de um indivíduo já conhecido da Justiça, mas também a falha crônica do Município em cumprir o básico: fiscalizar e comunicar.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente aparece no boletim como “parceira” da operação, mas a pergunta que ecoa é: onde estava a fiscalização preventiva? Onde estava a vigilância sobre denúncias antigas e reincidentes? Onde estava a comunicação clara e direta com a população, que só encontra resposta depois que a Polícia Civil e a ADAPAR entram em cena?

Toledo se gaba de ser modelo em tantas áreas, mas quando o assunto é meio ambiente e proteção animal, a sensação é de que os canais de denúncia e de ação das secretarias funcionam como linhas mudas: o povo fala, denuncia, implora, e o poder público simplesmente não ouve.

Enquanto a propaganda oficial insiste em pintar uma cidade moderna e sustentável, a realidade mostra que os animais dependem mais da sorte de uma operação policial do que da presença ativa do município. E, no fim, quem paga a conta é sempre a sociedade – pelo descaso, pela omissão e pela falta de respeito na comunicação.

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