Jaco Carlos Diel

A contar pelo que se viu e ouviu neste último Show Rural, em Cascavel, os governos de todas as esferas estão muito longe de entregar o mínimo do que deveriam, pelo que a região representa e produz no montante da arrecadação.

Com menos de setenta anos de existência oficial, o oeste do Paraná, se tornou uma das regiões mais produtoras e mais ricas de que se tem notícia. De mata virgem e pesada, nos anos de 1950, para um celeiro alimentício dos mais importantes para o mundo, nos dias atuais. Fenômeno inacreditável, não fossem os testemunhos oculares da época. Lembram que os acessos que hoje são asfaltados e muitos ainda duplicados, nos anos de 1950, para se deslocar de uma cidade para outra – que de cidade só tinha o nome, pois eram apenas algumas casas – demorava-se alguns dias, em alguns casos. Tal era a situação dos carreadores, cheios de atoleiros, que mais tarde viriam a ser as estradas que conhecemos hoje.

Com preponderância para os municípios de Cascavel, Toledo, Marechal Cândido Rondon, Palotina e Medianeira, no volume exponencial de produção de alimentos, aconteceu nos dias 3 a 7 do corrente, o 32° Show Rural, uma realização da Coopavel – Cooperativa Agroindustrial de Cascavel. O valor total de negócios realizados foi de 2,7 bilhões de reais, 23% maior do que o volume total do ano passado. O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, levou para a coletiva de encerramento do Show Rural, um pé de soja, cuja produtividade já alcança 75 sacas por hectare. “Mas já temos, aqui na feira, variedades com índices ainda melhores”. Em 32 anos de Show Rural Coopavel, a produtividade da soja e do milho na região cresceu 300%. O presidente ressaltou também outro aspecto novo, que é o interesse dos filhos de agricultores pelo negócio rural. “A tecnologia contribui para isso, e se mostra indispensável para produções mais elevadas e com custos menores”.

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Tido como um dos grandes problemas do campo, a sucessão, para a continuidade do negócio, se é como disse o presidente da Coopavel, é de se festejar e priorizar ferramentas e recursos para ampliar cada vez mais os interessados pela atividade e, de vez, deixar esse problema para trás.

Se com a metade do tempo da idade da região, a produtividade de milho e de soja cresceu 300%, quanto será que pode ter crescido o total dos números, considerados também as indústrias de transformação dos vários setores?

Para efeito de simples comparação, vamos somente ficar com a produtividade da soja e o milho, que segundo Grolli, cresceu 300% em 32 anos. Agora, será que tem alguém capaz de afirmar com um mínimo de segurança, quanto foi o crescimento do investimento em infraestrutura dos vários governos de todas as esferas e áreas, para, pelo menos, não passar vergonha? Uma dívida imensa ainda a ser paga!

A contar pelo que se viu e ouviu neste último Show Rural, em Cascavel, os governos de todas as esferas estão muito longe de entregar o mínimo do que deveriam, pelo que a região representa e produz no montante da arrecadação. Pela falta de acesso adequado, com duplicação, ou triplicação das vias de acesso, com viadutos ou trincheiras, a média de ida e volta para cidade, demorava duas horas. Deficiência do transporte urbano, com poucos horários, sem falar na inexistência de local adequado para parada de ônibus. Sinal de telefone de má qualidade e internet quase nula. Foram essas maiores reclamações ouvidas, em que pese o astronômico resultado produzido, de 2,7 bilhões de reais, pelo conjunto dos produtores do oeste do Paraná.

Pelo jornalista Jacó Carlos Diel