O município de Toledo, assim como grande parte do Oeste do Paraná, enfrenta um período crítico para a ocorrência de incêndios em vegetação. A combinação de clima seco, baixa umidade relativa do ar e ventos característicos desta época do ano cria condições altamente favoráveis para a rápida propagação das chamas. Embora a intensidade das ocorrências varie de ano para ano, os indicadores atuais revelam que esta é uma fase de atenção redobrada.
Entre 1º de julho e 11 de agosto de 2025, o Corpo de Bombeiros de Toledo atendeu 103 ocorrências de incêndio em vegetação. No mesmo período de 2024, foram registrados 172 atendimentos, o que representa redução de aproximadamente 40%. Essa queda está diretamente associada ao volume de chuvas observado neste inverno; contudo, a corporação enfatiza que a prevenção e a conscientização da população continuam sendo fatores determinantes para a diminuição dos casos.
De acordo com análises técnicas, mais de 90% dos incêndios têm origem na ação humana, seja de forma intencional — como queimadas criminosas — ou não intencional, por meio de práticas inadequadas como o uso do fogo para limpeza de terrenos, descarte irregular de bitucas de cigarro, faíscas provenientes de maquinários agrícolas ou fogueiras improvisadas. As condições climáticas atuam como catalisadoras, mas o fator humano permanece como a principal causa.
Fatores que contribuem para os incêndios em vegetação:
– Clima seco e baixa umidade relativa do ar (abaixo de 30%, o risco de propagação é elevado);
– Ventos constantes, que aceleram a disseminação das chamas e dificultam o controle;
– Presença de material combustível seco, como folhas, galhos e pastagem;
– Topografia inclinada, que facilita a ascensão do fogo;
– Fontes de ignição humanas, como queimadas, descarte de cigarros e faíscas de equipamentos.
Riscos e impactos dos incêndios:
Os incêndios em vegetação representam riscos expressivos à saúde pública, à segurança viária, ao patrimônio e ao meio ambiente. A fumaça inalada pode agravar doenças respiratórias e cardiovasculares, além de reduzir drasticamente a visibilidade em rodovias, aumentando o risco de acidentes. Quando as chamas se aproximam de áreas urbanas ou industriais, colocam em perigo residências, galpões e estabelecimentos comerciais. A fauna, a flora e a qualidade do solo também sofrem perdas irreparáveis, assim como as redes de energia elétrica e telecomunicações podem ser danificadas.

Ações preventivas e orientação à população:
O Corpo de Bombeiros de Toledo mantém campanhas permanentes durante o período de maior risco, com divulgação em rádios, redes sociais e veículos de imprensa, além de visitas a comunidades, escolas, empresas e propriedades rurais. A corporação atua ainda em parceria com a Defesa Civil Estadual e Municipal, o Sistema Meteorológico do Paraná (SIMEPAR), o Instituto Água e Terra (IAT) e outros órgãos públicos para ampliar o alcance das ações educativas.
As principais recomendações à população são:
– Evitar o uso do fogo para limpeza de terrenos ou restos de colheita;
– Não descartar bitucas de cigarro em áreas com vegetação;
– Manter aceiros em propriedades rurais, especialmente próximos a plantações e edificações;
– Realizar manutenção preventiva em maquinários agrícolas para evitar faíscas;
– Acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros, pelo telefone 193, ao perceber um princípio de incêndio;
– Manter terrenos limpos, evitando acúmulo de materiais combustíveis.
O fogo em vegetação não é apenas uma questão ambiental, mas um risco direto à vida e ao patrimônio. Pequenas atitudes de cuidado podem evitar danos irreversíveis.
Fonte: Corpo de Bombeiros de Toledo