Meu “urubu-saúde” pousou com um grunhido nada amistoso: o Hospital Regional de Toledo ficou mais de uma semana sem telefone e sem sistema, tudo por falta de pagamento. Isso mesmo. Em tempos de saúde digital, parece que a conexão foi pro espaço — e não por causa de inovação, mas por inadimplência.
Circulam também relatos preocupantes: médicos de várias especialidades estão com salários atrasados, e os ortopedistas já estariam em estado de greve. E a pergunta que não quer calar: a empresa que presta serviços ao hospital, com sede em São José (SC), está recebendo em dia? Aposto que sim. Afinal, como diz o ditado adaptado à política: sem partilha, não há quadrilha.
Aliás, que manutenção é essa que até os forros da platibanda de acesso/recepção do HRT esta caindo?
Falando em saúde…
E como anda a saúde pública de Toledo? Desde a troca no comando da pasta, ouvimos promessas de mudanças profundas. Mas, por enquanto, o que se vê é um diagnóstico reservado e tratamento sintomático. Será que as “mudanças” serão realmente para o bem coletivo ou apenas para o bem-estar de três abençoados, via aquele conveniozinho camarada que já rendeu assunto de bastidor?
Posto sem licença ambiental: combustível da irresponsabilidade
O posto IDASA, localizado na rotatória da Avenida Parigot de Souza com a Rua Saturno, foi denunciado por possível vazamento de combustível. Uma verdadeira força-tarefa foi acionada: Guarda Municipal, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Sanepar, IAT e secretarias municipais. O resultado da vistoria? Embargo total. Motivo? Funcionamento sem licença ambiental do Instituto Água e Terra.
Alguém aí esqueceu de avisar que, em 2025, posto sem licença não é mais “detalhe burocrático”, é crime ambiental disfarçado de pressa para lucrar. Agora, resta saber: quem deixou isso passar e por quê?
Concordo!
Recebi algumas mensagens questionando por que o nome do vereador Chumbinho não apareceu na lista dos parlamentares que estão em Curitiba. Se alguém entendeu que a omissão foi intencional, peço desculpas — reconheço o erro e a falha. Já vou dar um “peteleco” no bico do meu “urubu-edil”, que claramente não leu com atenção o Diário Oficial do dia 23.
A verdade é que, no momento da apuração, não encontrei o nome do vereador Chumbinho. Não houve qualquer motivo para não o citar. Inclusive, faço questão de destacar que, em todos os seus mandatos, era raro seu nome constar nessas viagens. Apenas agora passou a participar de forma mais ativa — como demonstrou em Brasília e, agora, em Curitiba.
Concordo novamente!
É importante lembrar que Chumbinho foi o único vereador a prestar contas na tribuna, apresentando um relatório público. Inclusive, citando um episódio tenso, quase chegando às vias de fato com outros parlamentares que la estavam (Brasília), além de se recusarem a participar do curso, ainda atrapalhavam as palestras ouvindo musicas no celular.
Também ressalto que tanto o vereador Chumbinho quanto a vereadora Olinda estão participando de um curso ligado a outro evento da UVEPAR — sem qualquer relação com as práticas suspeitas associadas ao evento da “REPública-nó”.
Concordo e farei!
Uma leitora que atua no setor de saúde de Toledo me ligou perguntando se meus “urubus” também vão falar das diárias do Executivo. Com toda certeza! Já estou em contato via Starlink com meu “urubu-executivo”, que vai iniciar os estudos. Só espero que esse urubu não falhe como fez o “edil”.
Na Gazeta:
Hélio Wirbiski
O secretário estadual de Esportes, Hélio Wirbiski, estará no Gente & Poder deste sábado, dia 28. O projeto “O esporte que queremos” certamente será o prato principal da conversa.
Rodrigo Schanoski
O presidente da AMOP, Rodrigo Schanoski — prefeito de Maripá — também estará no Gente & Poder para falar sobre os 58 municípios que representa à frente da entidade.
Urubus: meus anjos protetores do Erário de Toledo
Por anos, são acusados de trazer mau agouro, de rondar a desgraça, de se alimentar da morte e do podre. Mas, no teatro diário da política e da gestão pública, talvez essas aves negras e astutas sejam, na verdade, as fiéis sentinelas do que se estraga em silêncio — e, melhor ainda, os melhores amigos daqueles que sabem onde o cadáver do dinheiro fácil está escondido.
Veja o Hospital Regional, por exemplo. Sem sistema, sem telefone, sem salário. Um corpo clínico que definha, enquanto a administração parece em coma induzido por inadimplência seletiva. Mas alguém duvida que alguém esteja recebendo? Ah, o urubu não duvida. Ele não voa à toa — só circula quando sente cheiro forte de “oportunidade”.
E por falar em odor, o que dizer do posto funcionando sem licença ambiental? Um pequeno detalhe, dirão os que preferem ganhar na pressa do que obedecer à lei. Mas foi só o óleo vazar que lá estavam eles — não apenas os fiscais humanos, mas os urubus da crônica, registrando tudo com aquele bico afiado e memória longa. Ninguém contava com a visita inesperada das aves.
Mas não se enganem: os urubus também conhecem os bastidores do Legislativo. Eles assistem aos embates em Brasília e Curitiba, ouvem os fones de ouvido desafinados em cursos pagos com dinheiro público, e sabem distinguir quem vai por aprendizado e quem vai por lazer. E quando alguém presta contas de verdade, até eles se surpreendem — “um de nós prestou contas?”, grunhem em uníssono, bicando o Diário Oficial.
E enquanto isso, um novo pedido chega ao ninho: que se observem também os voos do Executivo, suas diárias, seus planos, seus contratos. Já acionamos o “urubu-executivo”, claro. Ele vai sobrevoar repartições, cruzar empenhos e talvez pousar em gabinetes onde o ar esteja mais carregado que o normal.
No fim das contas, talvez os urubus não sejam os vilões. Eles não criam a podridão — só a expõem. São como sensores da moral pública: aparecem quando há carniça escondida, quando há interesses embolorados e quando as vísceras do poder já não conseguem ser varridas para debaixo do tapete.
E por isso, talvez — só talvez — o urubu não seja inimigo de quem quer proteger o dinheiro público. Mas sim, um excelente aliado de quem quer devorá-lo primeiro.