Por Marcos Antonio Santos
O 8º Encontro Nacional das famílias Pierozan e Pierezan deverá reunir cerca de 250 pessoas no Clube Caça e Pesca em Toledo
Os encontros familiares marcantes são momentos especiais que reúnem parentes de diversas localidades do Brasil, criando uma oportunidade única para fortalecer laços, relembrar histórias e celebrar a união entre diferentes gerações. Esses encontros, muitas vezes organizados anualmente ou em ocasiões especiais, tornam-se verdadeiros marcos na vida de todos os envolvidos.
Neste domingo, 3 de março, acontecerá o 8º Encontro Nacional da Família Pierozan. A festa será celebrada no Clube Caça e Pesca, em Toledo, e deverá reunir cerca de 250 pessoas das famílias Pierozan e Pierezan. Para coroar o evento, será lançado o livro da família Pierozan e Pierozan, com 788 páginas. Também será celebrada uma missa presidida pelo Bispo Dom Jorge Pierozan, da Diocese de Rio Grande (RS).
Luiz Claudio Bellotto, um dos organizadores do evento e escritor do livro, conta que pesquisa a família de seu pai, a família Bellotto, já há mais de 30 anos. Ele conseguiu descobrir a genealogia dos Bellotto: “Retrocedemos até 1615, com toda a genealogia documentada. Já temos quase 7 mil nomes em nossa árvore genealógica. Uma das várias árvores genealógicas que temos conhecimento, inclusive da família Bellotto, e já realizamos encontros nacionais em Caçador (SC), Curitiba, Toledo e Palmas (sudoeste do Paraná). Isso paralelamente à família Bellotto e à família Pierozan, que é a família de minha mãe.”
São vários troncos da família, todos originários de Fontanafredda, na província de Pordenone, no norte da Itália.
Cidades:
- Toledo/PR
- Palotina/PR
- Tangará da Serra/MT
- Corpus Christi/Paraguai
- Tijucas/SC
- Entre Rios do Oeste/PR
- Aral Moreira/MS
- Luziânia/GO
- Engenho Velho/SC
- Cascavel/PR
- Concórdia/SC
- Balneário Camboriú/SC
- Curitiba/PR
- Passo Fundo/RS
- Itapema/SC

LIVRO – Na família Pierozan, há outros primos que coordenam os encontros quando realizados em outras cidades. Já foram realizados sete encontros, e o 8º encontro será de responsabilidade de Luiz. “No dia do encontro, claro, a gente conversa com um e outro, mas como muitas vezes vêm troncos da família, acabamos conhecendo alguns superficialmente. Da família Pierozan, os primos Vitorino e Alexandre e eu escrevemos o livro que será lançado neste domingo. Há 17 anos, o Vitorino escreveu o primeiro livro das famílias Pierozan e Pierezan. O livro é bastante singelo, mas muito significativo. Em 2017, lancei um livro da família Pierozan aqui de Toledo, sendo neto de Luiz Pierozan e Marcelina Rudini. Eu lancei um livro basicamente com a história dos Pierozan de Toledo. E agora surgiu a ideia de nós três fazermos o livro da família Pierozan no Brasil, com quase 800 páginas de muita história e informação da família desde 1680. Ficou um trabalho bastante bom, digamos assim”, enaltece Luiz.
“Este livro sobre a história da família vai além de um registro genealógico: preserva a memória e honra a trajetória das famílias Pierozan e Pierezan, desde suas raízes na Itália até a chegada ao Brasil, no final do século XIX. O livro narra a resistência e a força de vontade desses pioneiros, que transformaram dificuldades em oportunidades e deixaram um legado de trabalho, coragem e determinação”, ressalta Luiz Claudio.
Com 788 páginas de pura emoção, esta obra é fruto do trabalho conjunto de Alexandre Pierozan, Vitorino Antonio Pierozan e Luiz Claudio Bellotto, e já está disponível para reserva em duas versões impressas:
- Edição em preto e branco: R$ 145,00
- Edição colorida: R$ 480,00
- Livro sobre Frei Carlos Pierezan, edição colorida: R$ 125,00 (278 páginas).
PIEROZAN – Segundo Carlos Henrique Nozari, da Società Taliana, Massolin de Fiori, de Porto Alegre (RS), a maneira pela qual costumavam identificar as pessoas era dando a sua origem, o local de onde eram e de quem eram descendentes. Assim, temos sobrenomes que indicam lugares, vales, montes e outras identificações.
Pierozan deriva do latim arcaico e do italiano arcaico (dialeto do Veneto). Pedro = Piero + João = Giovanni. Na forma reduzida (abreviada), costumavam fazê-lo de duas maneiras distintas: Gio ou Zan:
- Gio, quando precedia um segundo nome. Exemplo: João Domingos = Giovanni Domenico, forma reduzida: Gio Domenico ou Giodomênico; João Batista = Giovanni Battista, forma reduzida: Gio Batta ou Giobatta, etc.
- Zan, quando era o segundo nome. Exemplo: Pedro + João = Piero + Giovanni, forma reduzida: Pierozan; Marcos + João = Marcus + Giovanni, forma reduzida: Marchezan.

Dessa forma, podemos dizer que Pierozan identifica os filhos, netos e descendentes de Pedro João = Piero Giovanni de Villadolt, no norte da Itália, perto de Fontanafredda, na região de Veneto.
HISTÓRIA – Dados levantados indicam que três Pierozan chegaram a Fontanafredda, oriundos de Villadolt. Não há uma data precisa para essa chegada, mas acredita-se que tenha ocorrido na década de 1740. Segundo o historiador Nilo Pes, de Fontanafredda, eram irmãos. Coincidentemente, foram três as famílias de Pierozan que vieram ao Brasil e todas descendentes de Osvaldo Pierozan e Domenica Del Col.
No dia 28 de janeiro de 1889, os Pierozan partiram do Porto de Gênova, na Itália, rumo à América, no navio Bretagne. Foram 29 dias de uma longa viagem em um navio a vapor. A viagem foi árdua, dura e humilhante. Viajaram no porão do navio, com pouca ventilação e comida. Homens, mulheres e crianças dormiam em colchões, lado a lado. As instalações sanitárias não ofereciam condições mínimas de higiene. No dia 21 de fevereiro de 1889, o navio atracou no porto do Rio de Janeiro, de passagem. No dia 26 de fevereiro de 1889, chegaram à Província do Rio Grande do Sul.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os italianos e seus descendentes foram duramente perseguidos. Quase tudo o que havia sido criado para homenageá-los foi extinto.
OUTRAS FAMÍLIAS – Luiz comentou que agora está pesquisando as famílias Anzolim e Boff, de Santa Catarina; a família Bonim, também de Santa Catarina; a família Covate, de Toledo; Engelsing, Franciscon, Genari, Luviza, Machado, Maschio, Zampieri, Pedroso; a família Esbriza, de Toledo; a família Esfredo, do Rio Grande do Sul; e as famílias Aviana e Barbosa. “São algumas das que estou iniciando a pesquisa, e quem sabe, até o fim do ano, lançamos o livro dessas famílias também”, revela Luiz Claudio Bellotto.
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