Da Redação

Fígado e rins foram captados para transplante nessa terça-feira, 22, na Hoesp/Hospital Bom Jesus, de Toledo. Os três órgãos foram encaminhados pela Central de Transplantes para Curitiba.

A logística para o transporte dos órgãos foi realizada com a ajuda da Guarda Municipal até o aeroporto. Um avião da Casa Militar do Paraná voou até Toledo para fazer o transporte.

Uma paciente de 33 anos, internada no Hospital Bom Jesus, teve morte encefálica após sofrer um acidente vascular isquêmico, que evoluiu para hemorrágico.

A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) realizou o acolhimento da família. “Doar órgãos é um gesto de amor, salva vidas, e só é possível através do ‘sim’ da família e do trabalho de toda a equipe do hospital”, diz o coordenador da CIHDOTT, Itamar Weikanko.

Somente em 2024, foram iniciados 25 protocolos e obtidas 23 autorizações para doação de órgãos, uma taxa de aceite de aproximadamente 90%. “O hospital é referência em taxa de aceite a nível estadual e nacional, e tem se mantido nessa porcentagem há alguns anos. Isso se deve ao compromisso e à parceria de toda a equipe nas conduções relacionadas à doação de órgãos”, ressalta Itamar. Em 10 anos, a Hoesp obteve 298 autorizações familiares para doação de órgãos. Cada autorização resulta, em média, na doação de 2 a 3 órgãos.

Fila de espera – Atualmente, 4.006 pessoas no Paraná aguardam por uma doação de órgão, segundo o Sistema Estadual de Transplantes. O transplante renal tem a maior fila. O rim conta com 1.233 homens e 1.012 mulheres aguardando, totalizando 2.245 pessoas; córneas: 682 homens e 748 mulheres, totalizando 1.430; fígado: 158 homens e 96 mulheres, totalizando 254; rim/pâncreas: 11 homens e 10 mulheres, totalizando 21; pâncreas: 1 homem e 1 mulher, totalizando 2; pulmão: 6 homens e 3 mulheres, totalizando 9; coração: 27 homens e 18 mulheres, totalizando 45. O coração tem um tempo de 4 horas para ser transplantado e começar a bater no peito de outra pessoa, em qualquer lugar do Brasil; o fígado tem 12 horas; os rins, 18 horas; as córneas podem ser conservadas por até 15 dias; e os ossos podem ser congelados por até cinco anos.

No Brasil, cerca de 50% das pessoas que podem doar órgãos e têm morte encefálica não têm o diagnóstico finalizado. Dessas, aproximadamente 30% não conseguem concluir o protocolo por falhas no sistema. O Hospital Bom Jesus, por meio de profissionais capacitados e de uma equipe acolhedora, consegue concluir todos os protocolos de forma ética. O Paraná conta com cerca de 400 hospitais, mas apenas 27 têm uma CIHDOTT.

No Brasil, a média de aceitação familiar para doação de órgãos é de 30%. No Paraná, de cada 10 famílias, 7 aceitam a doação. No Hospital Bom Jesus, de cada 10 entrevistas, 9,5 resultam em autorização para a doação de órgãos.

Órgãos e tecidos – Tecidos incluem córneas, ossos e coração, que pode ser transplantado de forma total para voltar a bater, ou podem ser utilizados os tecidos, como as válvulas cardíacas. Ossos, por serem tecidos, podem ajudar até 40 pessoas com transplantes ósseos, sendo os ossos longos os mais utilizados. Em casos de fraturas em que se perde parte do fêmur, por exemplo, o médico pode realizar um enxerto ósseo. As células ósseas se integram e promovem a fusão do osso. O osso é vivo e tem circulação, mas, quando morre, necrosa e perde a vitalidade. Isso é o que caracteriza um tecido. Órgãos incluem fígado, rins e o próprio coração.