Medida pode levar em conta benefícios da economia e pressão do setor de bares e restaurantes
BRASÍLIA – O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) vai debater na quinta-feira (19/9) a volta do horário de verão. O governo pretende avaliar a proposta sob a ótica do fomento à economia que a medida pode trazer.
O assunto voltou a ser debatido em meio à seca, que afeta a geração hidrelétrica e demanda maior uso de termelétricas para atender ao pico da demanda por energia.
Com reuniões na primeira semana de cada mês, o CMSE terá uma edição extra esta semana na sede do Operador Nacional do Sistema (ONS), no Rio de Janeiro. Geralmente, as entidades do setor elétrico se reúnem no Ministério de Minas e Energia (MME), em Brasília.
Na pauta oficial, estão a atualização de medidas para enfrentamento à crise hídrica e atualização das previsões meteorológicas.
Um dos pontos na defesa do retorno do horário de verão é a pressão do setor de bares e restaurantes. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) concluiu que 54,9% dos brasileiros são favoráveis à volta do horário de verão.
O levantamento, que será apresentado aos integrantes do CMSE, foi promovido pelo site Reclame Aqui, com a participação de 3 mil entrevistados.
A pesquisa foi feita on-line e, segundo os realizadores, possui margem de erro de dois pontos percentuais, além de 95% de nível de confiança.
Em declarações recentes, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o adiantamento dos relógios é uma das opções à mesa, levando em conta a possibilidade de economia de energia e aquecimento do comércio.
“Nós estamos numa fase de avaliação da necessidade ou não do horário de verão. Sabemos que, apesar da divisão da sociedade com relação a ele, a maioria das pesquisas de opinião apontam aprovação do horário de verão. Ele tem outros efeitos que têm que ser analisados pelo governo como um todo, além da questão energética, que é a questão da economia”, ponderou.
O horário de verão foi implementado pela primeira vez nos anos 1930, durante o governo de Getúlio Vargas. A gestão de Jair Bolsonaro decidiu por não adotar a medida a partir do verão de 2019/2020.
Estudos contestam benefícios
Ao optar pelo fim do horário de verão, a área técnica do MME mencionou estudos que apontavam a ineficácia da medida para a economia de energia, em notas técnicas elaboradas em 2019.
Fonte: Agência Eixos