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Uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), divulgada esta semana, registrou uma queda de 5,18% no valor da Cesta Básica de Alimentos Individual (CBA) m relação ao mês anterior. Esse índice contribuiu para uma queda no gasto com alimentos em relação ao salário-mínimo bruto nacional de R$ 1412,00, que passou para uma proporção de 46,50% em junho de 2024 para 44,09% em julho de 2024. Essa redução também contribuiu para que o gasto proporcional com o mínimo com o fator alimentação baixasse de 50,27% para 47,67% no mesmo período do ano anterior.

A pesquisa é organizada pela equipe do projeto de extensão: Determinação mensal do custo da cesta básica de alimentação em Cascavel – PR, do curso de graduação em Ciências Econômicas do campus de Cascavel, com apoio do Centro de Ciências Sociais Aplicadas Colegiado de Ciências Econômicas, numa parceria com os campi de Francisco Beltrão e de Toledo.

Dos 13 produtos pesquisados em Cascavel, oito apresentaram variação negativa em seus preços. Entre as quedas destacam-se: tomate (37,95%), batata (9,37%), açúcar (3,58%) e leite (3,50%), por exemplo.

O resultado indica aumento no poder de compra do trabalhador. Entre os fatores que puxaram o índice para baixo está redução no preço das carnes, o que representa uma melhora significativa para as famílias brasileiras, visto que a carne tem a maior participação entre os produtos da CBA.

A pesquisa, que também considera dados nacionais, constata que o valor da CBA passou de R$656,64, em junho, para R$622,61, em julho de 2024. A partir desse cálculo, seriam necessários R$622,61 para uma pessoa adquirir todos os bens da cesta básica de alimentos.

Na regia o Sudoeste paranaense também houve queda nos preços: Dois Vizinhos (6,84%), Pato Branco (4,23%) e Francisco Beltra o (1,13%). Na regia o Oeste do Parana tambe m houve reduça o em Cascavel (5,18%) e em Toledo (5,80%). Em relaça o a estes municí pios, Cascavel apresentou o maior valor da cesta ba sica de alimentos (R$622,61). Na regia o Sul do paí s houve variaça o negativa em todas as capitais: Curitiba (4,85%), Porto Alegre (4,34%) e em sete meses, ainda conforme a variação acumulada anual em Cascavel está em 0,11%. Esse resultado demonstra uma queda notável no índice quando comparado ao mês anterior, em razão da variação o negativa significativa que a CBA apresentou em julho.

A pesquisa também menciona o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, subiu 0,8% no primeiro trimestre de 2024, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), índice que se manteve em segundo trimestre.

Em relação ao primeiro trimestre de 2023, a economia brasileira cresceu 2,5%, também como uma consequência positiva do setor de serviços. Em 2023, o PIBB cresceu 2,9% e somou R$ 10,9 trilhões, em termos nominais, o que voltou a colocar o Brasil no grupo das 10 maiores economias do mundo.

No trimestre que compreende os meses de abr./maio/jun./2024, o rendimento médio real recebido pelos brasileiros de 14 anos ou mais de idade que estavam trabalhando foi de R$3.214,00 e vem demonstrando trajeto ria crescente, pois aumentou em 5,8% na comparação com o mesmo trimestre de 2023 (IBGE, 2024).

Esses dados também indicam uma recuperação da economia com impacto no mercado formal de trabalho de Cascavel. Os dados para junho/2024 demonstraram que houve um novo aumento no estoque de pessoas empregadas, o qual passou para 118.683 pessoas, com saldo positivo de 146 empregos.

Os setores de atividade com saldo negativo foram: a indústria, quatro, a construção o civil, 42, comercio, quatro, cujos resultados foram compensados pelas contribuição es positivas da agropecuáriaria, quatro empregos a mais e do setor de serviços, com um excedente de 192 contratações.

A inflação o, embora apresente percentuais abaixo de 1%, segue com variações positivas. A guisa de exemplo, o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) ficou em 0,38% em julho/2024, com saldo acumulado dos u últimos 12 meses alcançando 4,5% (IBGE, 2024).

Com relação à inflação por faixas de renda, no acumulado do ano, para o segmento com renda alta foi de 2,44%, inferior ao observado para as famílias com renda muito baixa (2,96%) e renda baixa, para as quais a inflação foi de 2,98% (IPEA, 2024).

Apesar disso, este rendimento ainda e inferior ao salário-mínimo necessário, de R$5.230,57, para sustentar uma família de quatro pessoas. Deste modo, informam os pesquisadores, o Brasil necessita de um salário-mínimo mais justo e capaz de alimentar verdadeiramente uma família, o que ainda permanece como o grande desafio da economia brasileira.

Dieese

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), também registrou queda nos preços dos alimentos em 17 capitais, com destaque para as quedas registradas no Rio de Janeiro (6,97%), em Aracaju (6,71%), Belo Horizonte (6,39%), Brasília (6,04%), Recife (5,91%) e Salvador (5,46%). Ainda segundo o DIEESE (2024), o quilo do tomate reduziu em 16 cidades, as quedas oscilaram entre Campo Grande (45,56%) e Fortaleza (17,03%).

Segundo o DIEESE (2024), o preço do feijão teve queda em 13 capitais. As variações negativas do tipo preto ficaram entre Florianópolis (3,04%) e Curitiba (0,66%).

Conforme os pesquisadores, apesar da melhora observada no índice, as oscilações que vem ocorrendo em 2024 exigem cautela ao definir uma tendencia no comportamento dos preços da cesta básica.

Fonte: Unioeste