Foto: Reprodução/Vídeo

Nove Pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) reabilitados foram soltos ao mar em Pontal do Paraná na manhã desta segunda-feira (26), em um evento que celebrou não apenas a recuperação desses animais, mas também os nove anos de atuação do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) nas regiões sudeste e sul do Brasil. Desde 2015, o PMP-BS, de responsabilidade da Petrobras, é executado no litoral paranaense pela Universidade Federal do Paraná, via Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC).

Ao longo destes nove anos, mais de 30 mil animais foram registrados encalhados no Trecho 6 do projeto, que compreende todo o litoral paranaense. Segundo Camila Domit, coordenadora do LEC/UFPR e da realização do PMP-BS no Paraná, o projeto oportunizou conhecer a biodiversidade local e a resgatar e atender inúmeros animais, incluindo diversas espécies marinhas emanadas de extinção.

Os pinguins-de-Magalhães, espécie vulnerável à degradação do oceano, foram resgatados durante os meses de junho, julho e agosto de 2024 e encaminhados ao Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise de Saúde de Fauna Marinha (CReD) do Laboratório de Ecologia e Conservação (LEC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Conforme relatado pelo médico-veterinário Fábio Lima, os animais que encalham nas praias, em geral, chegam com diagnóstico de “síndrome do pinguim encalhado”, causada por dificuldades enfrentadas durante a migração. Conforme relata Fábio, esses animais chegaram debilitados, subnutridos e incapazes de se manterem aquecidos na água.

SOLTURA
A equipe técnica do Laboratório de Ecologia e Conservação da UFPR, via ações do PMP-BS, realizou a soltura do grupo de pinguins na praia de Pontal do Sul, em Pontal do Paraná. Para o procedimento da soltura, sob a orientação dos profissionais, os pinguins são liberados e caminham até a água, onde finalmente voltam ao mar em liberdade.

Este evento simbolizou não apenas o compromisso da UFPR e do PMP-BS com a conservação da fauna marinha, mas também marcou o aniversário de nove anos de atuação do projeto, que desempenha um papel fundamental na conservação da biodiversidade marinha, e na avaliação e mitigação dos impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos. O PMP-BS é demandado pelo IBAMA, de responsabilidade da Petrobras e coordenado na área de Santa Catarina e Paraná pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

PINGUIM-DE-MAGALHÃES

Os pinguins-de-Magalhães vêm anualmente da Patagônia Argentina e Chilena, a aproximadamente 4 mil quilômetros de distância, em busca de alimentos – um comportamento comum entre os meses de maio e setembro. Entretanto, alguns deles, principalmente os mais jovens, não conseguem completar a jornada, ficando debilitados ou presos em redes de pesca, e encalhando nas praias brasileiras.

Durante o processo de reabilitação no CReD/UFPR, os pinguins passaram por cuidados veterinários intensivos e um rigoroso processo de recuperação, que incluiu a recuperação da capacidade de sobrevivência no mar. No centro, eles também tiveram acesso a uma piscina, onde treinaram natação e formaram um grupo coeso. Agora, plenamente recuperados, os nove pinguins retornaram ao oceano na primeira soltura do ano realizada pela equipe do PMP-BS/LEC-UFPR.

SOBRE O PMP-BS

A realização do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, para as atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos. No estado do Paraná, Trecho 6, a execução é realizada pela equipe LEC/UFPR (@lecufpr e www.lecufpr.net).

Foto: Reprodução/Vídeo

Fonte: Assessoria de Comunicação da UFPR