Por Marcos Antonio Santos
De acordo com a prévia divulgada pela Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de Toledo referente à safra 2022/2023, ficou em R$ 4.592.013.664,21. Pelo décimo primeiro ano seguido, o município de Toledo ostenta o status de maior produtor de alimentos do Paraná.
Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), mais uma vez, a suinicultura é o grande carro-chefe do VBP de Toledo, o município tem atualmente um plantel de suíno, rebanho estático para abate de 899.154 cabeças. A média chega a 5,9 suínos por habitante. Segundo o censo do IBGE, o município tem 150.470 moradores. Toledo continua em primeiro lugar no Brasil no ranking municipal de acordo com o IBGE. Em 2021, eram quase 870 mil animais.
Segundo o VBP o valor dos suínos para corte é de R$ 1.359.005.853,92. O total da suinicultura chega a R$ 1.798.020.860,31, incluindo suíno fêmea p/reprodução, suíno macho p/ reprodução e suínos 2 meses (leitão p/terminação).
BIOGÁS – A propriedade de Vladimir Lorenzoni, localizada no distrito de Vila Nova, em Toledo, tem cerca de 4, 5 mil suínos, sendo uma das 15 de produtores rurais de Vila Nova que juntas somam 41 mil suínos, em que os dejetos estão sendo transformados em energia na Central de Bioenergia, além da possibilidade de destinação de 6 toneladas de carcaças de suínos mortos não abatidos por dia “O CIBiogás busca os dejetos e se eu quiser que esse material de volta em forma de adubo tratado, eles entregam na minha propriedade. Essa Central é muito boa, porque não me preocupo mais em contaminar o solo, antes era perigoso. Foi a melhor coisa que aconteceu para nós”, afirma.
TOLEDO TEM UMA ESTRUTURA PRIVILEGIADA – O diretor de Desenvolvimento Agropecuário, de Toledo, João Luis Nogueira, disse que os ótimos números do município é um conjunto de fatores a ser considerado. Ele menciona que o município de Toledo tem uma estrutura fundiária privilegiada graças à forma como foi colonizada, ou seja, pequenas propriedades que para se viabilizar somente por da diversificação das propriedades e a verticalização a partir da agroindústria foi crucial. “A vinda da Sadia teve a visão empresarial associada a visão do setor público de um futuro promissor. Tudo começou em Toledo, e esse modelo se expandiu para a região onde as cooperativas também diversificaram suas atividades e são hoje grandes frigoríficos. Claro que teve a aptidão do produtor. Mas a incorporação de tecnologia tanto para produzir como para preservação do patrimônio foi de extrema importância”.
Para João Luis, muitos investimentos públicos foram necessários para isso, tanto por parte do estado quanto do município. “Toledo tem hoje mais de 400 km de estradas vicinais pavimentadas para um escoamento da produção com a agilidade necessária para que a competitividade cada vez mais exigida não seja comprometida. Esse é somente um exemplo. Os recursos que chegam ao município para investimento no setor sempre têm a liderança do setor público, o Conselho de Desenvolvendo do Agronegócio, representantes do setor produtivo e do estado, caminhando juntos, unindo forças. Penso que existe uma consciência clara disso e o próprio fato da produção ter sua origem na pequena propriedade, naturalmente educou a todos a não trabalhar isoladamente, sendo assim, o associativismo é forte, da tranquilidade e esperança para o setor”, avalia João Luis.