Toledo completa um tripé na segurança alimentar, além da Cozinha Social e dos restaurantes populares, agora conta com um Banco de Alimentos. Foto: Fabio Ulsenheimer

Por Marcos Antonio Santos

A expectativa é arrecadar de 150 a 200 toneladas de elimentos ao mês

A Secretaria de Administração da Prefeitura de Toledo inaugurou no dia 1 de abril deste ano, o Banco de Alimentos Municipal e a Cozinha Escola. O equipamento, localizado ao lado do Restaurante Popular do Jardim São Francisco, completa um tripé para garantir a segurança alimentar e nutricional da população e soma-se aos oito restaurantes populares e a Unidade Central de Produção de Alimentos (Cozinha Social) de Toledo.

Segundo o diretor de Segurança Alimentar e Nutricional do município, Luiz Bazei, nesse momento eles buscam por parcerias. “Temos que ser parceiros, o Banco de Alimentos irá tirar o ônus de quem vende e de quem produz e irá passar para nós o processo de selecionar, classificar e entregar. Somente iremos conseguir colocar em prática se tivermos os parceiros. Iremos fazer uma parceria com a Ceasa (Companhia de Abastecimento do Paraná) e o Banco de Alimentos de Cascavel para evitarmos o máximo de desperdício. Alimentos que podem gerar uma melhor qualidade de vida. Proclamamos para que as cooperativas de Toledo e da região também façam parte desse programa. Essa é uma missão social”.

INVESTIMENTOS – Os investimentos totalizam aproximadamente R$ 2,8 milhões, sendo R$ 1,3 milhão do Governo do Paraná e a contrapartida municipal de R$ 1,5 milhão.  Nos próximos dias o local começará a operar em sua totalidade. A câmara fria já está regulada e dois compressores já estão instalados.  A local conta três barracões, reformados e adequados pela prefeitura. Bazei salienta que todos os alimentos que forem doados serão destinados ao Banco de Alimentos. “Não será encaminhado aos Restaurantes Populares, somente serão realizadas as doações para as entidades sociais ou famílias cadastradas no Cras e no Creas por meio do Banco de Alimentos”.

Os produtos serão recebidos pela central instalada em um barracão de 400 metros quadrados. “Outro barracão será a central de processamento. Iremos por exemplo processar tomates, laranjas para serem transformados em polpa. Outra novidade será a desidratação dos alimentos, que poderá durar até dois anos”. No terceiro barracão será instalada a unidade para desidratação.

Estrutura do Banco de Alimentos. Foto: Carlos Rodrigues

O segundo barracão será também para a instalação da Cozinha Escola, que promoverá a educação alimentar e nutricional, fazendo com que a população atendida conheça e pratique a produção de alimentos mais saudáveis. O espaço será utilizado para cursos profissionalizantes, que futuramente poderão se refletir na geração de renda aos participantes.

NUTRIÇÃO – A nutricionista responsável pelo Banco de Alimento, Vanessa Gesser, explica que os alimentos que serão doados estão aptos para o consumo. “Esses alimentos mantêm suas características tradicionais. A desidratação dos alimentos será por meio de fornos. Cortamos e colocamos em uma câmara de ar quente, o alimento perde a quantidade de água e volume.  No Banco da Alimentos chegará todo o tipo de produto e o nosso setor de transportes irá trazer tudo que for doado. Os produtos que forem descartados para o consumo serão encaminhados para a compostagem que se transformará em adubo e entregue aos agricultores. Nada será desperdiçado e vamos buscar sempre a sustentabilidade”.

Os alimentos serão destinados para hospitais ligados aos SUS (entre eles o Hospital Bom Jesus), asilos, casas de recuperação, entidades socioassistenciais, casas lares, entre outros que atendam pessoas em estado de insegurança alimentar e nutricional e famílias em vulnerabilidade social. Estima-se que um público de 10 a 15 mil pessoas sejam beneficiadas mensalmente. Bazei acredita que entre 150 mil a 200 mil quilos de alimentos poderão ser doados por mês ao Banco de Alimentos. Vanessa disse que aproximadamente 30% dos produtos consumidos no Brasil são desperdiçados. “Tudo que hoje é produzido se perde cerca de 30%, seja na colheita, transporte, no armazenamento e em casa”.

As pessoas mais carentes terão acesso aos alimentos por meio do Cras e Creas. “ É um trabalho de intersetorialidade de política pública e de segurança alimentar e nutricional vamos precisar de toda a organização das assistentes sociais. Os cadastros das pessoas serão direcionados para nós, e as entidades socais por meio dos Conselho Municipal de Assistência Social”, afirma Luiz Bazei.