Por Marcos Antonio Santos
Ações do município vêm tendo resultados insignificantes; até quando?
Medidas paliativas da Segurança Pública de Toledo não vêm surtindo resultados positivos quando o tema são os moradores em situação de rua e os seus ferozes cachorros. Na manhã desse domingo, 2, quem passava em frente a uma agência bancária na Rua Sete de Setembro, próxima a Praça Willy Barth, era surpreendido pelos ataques de três cachorros ferozes e raivosos. O vigia do banco, comunicou a Secretaria de Segurança e Mobilidade Urbana que um homem havia sido atacado pelos cachorros.
Uma outra pessoa, que por pouco não foi mordido pelos cães, disse que os animais foram para cima dele, que, assustado, correu e caiu. Ele se machucou com a queda, sofrendo escoriações nas mãos, cotovelo e joelho.
Quando um cidadão de bem sofre um ataque de um cachorro de rua, a exemplo desses casos, não é muito fácil uma solução rápida. É uma verdadeira burocracia para se registrar o fato. “O ideal é chamar, a Guarda Municipal, via 153 e acionamos a Secretaria do Meio Ambiente, onde a equipe especializada deles faz a recolha dos animais que atacou. Tem que ter a representação junto a 20ª SDP (Subdivisão Policial) contra os PSRs (pessoas em situação de rua) donos dos animais, para que tanto os animais, quanto os donos sejam responsabilizados e encaminhados”, explica o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana, major Christian Guilherme Goldoni. Ele disse ainda que depois da ligação do vigia do banco, a GM esteve nas proximidades da Praça Willy Barth, e no local foram abordados vários moradores de rua e apreendidos alguns materiais com eles.
FESTA – Mas quem passava pela praça nesse domingo pôde ver que o espaço estava bem movimentado, até parecia uma confraternização dos moradores em situação de rua, com direito a bebidas, cigarros e até de uma mulher que estava com roupas íntimas. Por ser um domingo de sol, a praça estava frequentada ainda por mães com os seus filhos pequenos. O que causa supressa é que algumas pessoas que ficam juntamente com os moradores de rua estão sempre bem vestidas e com aparência saudável. Na manhã dessa segunda-feira, uma viatura da GM estava estacionada na praça fazendo o patrulhamento do local.
AÇÕES – No mês de março deste ano, agentes da Guarda Municipal, do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) e da Coordenação de Proteção e Defesa Animal da Secretaria do Meio Ambiente (SMA) participaram de uma ação de identificação dos indivíduos e atendimentos aos animais localizados nos arredores da Praça Willy Barth.
“De tempos em tempos fazemos umas ações coletivas, envolvendo a Segurança Pública (Guarda Municipal e PM), Assistência Social (Serviço Especializado em Abordagem Social), Saúde e Secretaria do Meio Ambiente. Este ano aconteceram umas três vezes. Ainda quando estava um grupo grande na Catedral Cristo Rei, depois no antigo Fórum e outra na semana passada, quando acionamos o protocolo de alojamento em função do frio”, relata Cínthia Brun, servidora, no momento Secretária Designada de Assistência Social.
Em casos de ataques dos cachorros de rua, ela disse que a orientação do município é a padrão, assim quando ocorrem em outros espaços (bairros de moradias por exemplo). “O protocolo seria registrar uma denúncia na ouvidoria, se possível enviar foto do animal que fez o ataque, e se a pessoa foi atendida na UPA pode-se anexar o registro deste atendimento também. Somente assim conseguimos ter ação mais efetiva em relação aos tutores”, afirma Cínthia.
De acordo com protocolo da Secretaria do Meio Ambiente, tem sido constante os casos de ataques dos cachorros nas ruas de Toledo. O secretário do Meio Ambiente, Junior Henrique Pinto, disse que eles fazem parte de todas as operações que a GM promove. “E também quando temos algum tipo de denúncia específica fazemos o atendimento”.
Segundo a coordenadora de Proteção e Defesa Animal, Júlia Heiss, na ação de março foram feitas a vacinação anti-rábica, desvermifugação, microchipagem e a castração. “Esse trabalho é com o intuito de fazer o controle populacional de cães que acabam ficando com essas pessoas em situação de rua, bem como promover a sanidade animal evitando acidentes e a proliferação de zoonoses”. Júlia disse ainda que os animais passam por um exame clínico e após os procedimentos retornam para os seus tutores.
São medidas que não resolvem, mas atenua ou adia o problema, porque o fluxo de moradores de rua e de seus cachorros são constantes no centro da cidade. Os cães estão soltos e assustando as pessoas, será preciso acontecer algo gravíssimo para se tomar uma atitude mais rígida por parte do poder público?
MAIS UMA REUNIÃO – Para tentar resolver essa problemática de segurança pública, que vem aterrorizando não somente o cidadão de Toledo, mas a segurança do comércio da área central da cidade, será realizado nesta quinta-feira, 6, às 7h30, uma reunião no auditório da Acit, entre a sociedade civil organizada e a segurança pública municipal. A população espera que alguma solução seja realmente determinada, mas geralmente nessas reuniões muitos falam e prometem, mas efetivamente muito pouco é concretizado.
