Solenidade ocorreu no Plenário da Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira (29). Foto: Orlando Kissner/Alep

Sessão solene promovida pelo Poder Legislativo lotou o Plenário em reconhecimento a uma das maiores geradoras de energia no mundo

A Assembleia Legislativa do Paraná celebrou na manhã desta quarta-feira (29) os 50 anos de criação da Itaipu Binacional. A sessão solene que comemora o cinquentenário de uma das maiores geradoras de energia elétrica do mundo recebeu parlamentares, autoridades do governo estadual e federal, além de representantes de associações municipais e entidades de classe.

A proposição do evento, que lotou o Plenário da Assembleia, foi do deputado Professor Lemos (PT), ao lado do presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSD), do primeiro-secretário, deputado Alexandre Curi (PSD), e dos deputados Hussein Bakri (PSD), Arilson Chiorato (PT), Doutor Antenor (PT), Goura (PDT), Luiz Claudio Romanelli (PSD), Ana Júlia (PT) e Luciana Rafagnin (PT).

Durante a solenidade, foi entregue ao órgão um diploma de menção honrosa homenageando a efeméride. Também foi lançado um selo comemorativo pelos Correios. A constituição da Itaipu Binacional ocorreu em maio de 1974. A geração de energia começou 10 anos depois.

O deputado Luz Claudio Romanelli presidiu a sessão e definiu a Itaipu como um grande orgulho da engenharia nacional. “Mostrou que o Brasil é um país capaz de construir a maior usina hidrelétrica do mundo. Que se renova a cada dia e se tornou tão especial graças à competência e compromisso do seu povo, trabalhadores, técnicos, engenheiros e ambientalistas”, disse. Ele ainda reforçou que a nova gestão expandiu as possibilidades de investimentos, sustentabilidade, tanto econômica, como ambiental e social apoiando municípios nas mais diversas áreas.

O diretor-geral brasileiro Enio Verri também exaltou a magnitude do projeto. “Já imaginou fazer uma obra desse tamanho sem software, sem calculadora científica? Na verdade, foi uma grande revolução científica de engenharia, construir uma obra que dura 50 anos, sem nenhum problema de manutenção. Isto é revolucionário”, afirmou.

Outra revolução, na avaliação de Verri, foi a integração entre os países muito diferentes. “Mesmo assim, são 50 anos vivendo bem, compartilhando experiências, construindo uma empresa bem sucedida, contribuindo para o desenvolvimento de dois países tão distintos, olhando para o futuro”, avaliou. Também foi lembrado em Plenário o programa Itaipu Mais que Energia, que atende os 399 municípios no Paraná, além e 35 no Mato Grosso do Sul, com investimento médio de R$ 2 milhões por município.

O diretor-geral paraguaio Justo Zacarías Irún também evocou a importância da parceria entre os países. “O impacto desses 50 anos é incomensurável. Eu defendo que o mais importante foi ter feito dois países se abraçarem. O Brasil é muito grande, o Paraguai é muito pequeno. O Brasil é uma potência mundial, o Paraguai querendo chegar alguma vez ao desenvolvimento. Enfim, dois países muito diferentes que trabalharam juntos, em harmonia, em paz, com solidariedade, com compreensão, podendo fazer uma gestão de 50 anos. Tomara que seja hoje o início de uma gestão de mais 50 anos nesses mesmos termos”, declarou.

O deputado Professor Lemos (PT) lembrou que Itaipu significa a pedra que canta. “A usina faz bem ao Paraguai, faz bem ao Brasil, trouxe desenvolvimento econômico e social, tanto para o povo paraguaio, quanto para o povo brasileiro. Então é uma homenagem merecida e nós estamos então aqui reunidos para celebrar os 50 anos desta empresa que é a maior do mundo na produção de energia elétrica limpa e também favorecendo o desenvolvimento de dois povos, que são o Paraguai e o Brasil”, afirmou.

O deputado Hussein Bakri (PSD) definiu a empresa como “a Itaipu do povo, dos prefeitos, vereadores, sociedade e de quem precisa”. E destacou apoio que tem sido feito a todos os municípios do Paraná.

Além de um marco da engenharia, a Itaipu é considerada também uma obra de diplomacia entre Brasil e Paraguai, impactando a geografia física e humana transformando a região. “Um acordo memorável em que brasileiros e paraguaios concordaram em administrar juntos uma parte da fronteira, de sua natureza e o produto da força das águas: a energia elétrica”, como define um documentário da empresa sobre o cinquentenário.

Foto: Orlando Kissner/Alep

Futuro

Ao ser questionado sobre o futuro da empresa, o diretor Enio Verri falou da questão tarifária e também na necessidade de inovação. “Negociamos que em 2024, 2025 e 2026 não terá aumento de tarifa. E, a partir de 2027, teremos a tarifa pelo custo, como vem defendendo o presidente Lula. Então, os 50 anos futuros serão sem discussão de tarifa, com uma redução drástica no valor, porque não vamos ficar discutindo o financiamento e o desenvolvimento do Paraguai, que vai usar a parte dele da energia para vender para quem quiser, nós não seremos mais obrigados a comprar o excedente”, explicou.

Em relação à atualização tecnológica, ele adiantou investimentos em projetos bilionários para os próximos 12 anos. “Então, o nosso olhar para o futuro é tarifa baixa, inovação tecnológica e contribuição ao desenvolvimento da ciência com a construção, o desenvolvimento de pesquisas em energias alternativas”, assegurou.

Homenagem

O fotojornalista Orlando Kissner, da Diretoria de Comunicação da Assembleia, recebeu uma homenagem da Itaipu nesta quarta-feira. Um reconhecimento ao profissional que registrou o acionamento das turbinas da hidrelétrica em 1984. “Sua contribuição vai além da arte da fotografia, registrando a história com precisão e profundidade que ela merece”, diz um trecho da placa comemorativa entregue pelo diretor-geral brasileiro Enio Verri.

“Contente pelo reconhecimento e por ter participado de um momento histórico, do início de uma usina que continua sendo uma referência na produção de energia e desenvolvimento para dois países”, agradeceu Kissner.

História

No dia 17 de maio de 1974, os governos do Brasil e do Paraguai assinaram o documento que criava a binacional Itaipu. A entidade foi responsável pelas obras de construção da usina hidrelétrica de Itaipu e, depois, por comercializar nos dois países a energia gerada. No auge da construção, a operação chegou a abrigar cerca de 40 mil trabalhadores. As obras da barragem terminaram em outubro de 1982. A geração de energia começou em 5 de maio de 1984.

A comemoração dos 50 anos da Itaipu neste ano coincide com um marco histórico para a empresa: a produção de três bilhões de megawatts-hora (MWh) acumulados desde o início da operação, há 40 anos. O volume elevado de energia possibilitaria abastecer o planeta inteiro por mais de 43 dias. Nenhuma outra usina no mundo gerou tanta energia.

Em 2023, a empresa concluiu o pagamento da dívida para a construção da usina e comemorou os 50 anos da assinatura do Tratado de Itaipu, instrumento legal que autorizou o aproveitamento hidrelétrico por Brasil e Paraguai.

Após o início de funcionamento em 1984, dezoito unidades geradoras foram instaladas no espaço de sete anos. Em maio de 2007, entraram em operação as duas últimas unidades geradoras do projeto. Com isso, a hidrelétrica passou a contar com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de capacidade instalada.

Com a usina em operação, Itaipu alcançou marcas históricas, com uma sucessão quase ininterrupta de recordes de produção. Em 2016, chegou ao topo de sua geração, garantindo o recorde mundial anual histórico, com 103,1 milhões de megawatts-hora (MWh).

Fonbte: Assessoria de Comunicação da Alep