População precisa colaborar para que nos próximos meses os casos de dengue sejam menores. Foto: arquivo pessoal

Por Marcos Antonio Santos

Até o boletim epidemiológico da sexta-feira, 17, divulgado pela Secretaria da Saúde, o município de Toledo registrava 5.608 casos de dengue (648 casos na última semana) e um total de 27 mortes em decorrência da doença (três falecimentos informados na semana passada). Dos 27 óbitos registrados, 13 são de pessoas do sexo masculino e 14 do feminino. Deste total, 26 envolveram pacientes com comorbidades e a idade média dos falecidos é de 76 anos. Esses são os piores números da história de Toledo quando se refere ao mosquito Aedes aegypti. Das 9.089 notificações registradas, 337 são de pacientes que aguardam resultados de exames; mesmo com temperaturas caindo, o combate ao mosquito não pode parar.

A ex-coordenadora do Setor de Controle e Combate às Endemias, Lilian König, acredita que a tendência neste mês de maio é que os casos de dengue sejam reduzidos, mas que isso poderá se confirmar em razão do ciclo da doença. “Os casos começam a diminuir bastante e com o clima fresco, o mosquito demora mais para se reproduzir.  Este período de maio a outubro é bem mais calmo com relação a dengue. E tem que ser feito agora ações para que se comece um ano epidemiológico mais tranquilo”.

No estado do Paraná, o ano epidemiológico começa no dia 1 de agosto, encerrando-se em 31 de julho do ano seguinte.

A secretária da Saúde, Gabriela Almeida Kucharski, também acredita que os próximos meses serão de queda nos casos de dengue em Toledo, mas ela alerta para outros problemas de saúde que os pais precisam ficar atentos, principalmente com as crianças pequenas. “ Sim, é a tendência que os casos da dengue sejam reduzidos. Seguimos acompanhando vigilantes o cenário epidemiológico em Toledo. Mesmo com o frio, os cuidados da população têm que se manter. Temos divulgado isso, inclusive. Porém podemos ter o aumento do número de atendimentos de casos de doenças respiratórias, principalmente nas crianças”, afirma.

Para o chefe da 20º Regional da Saúde do município de Toledo, dr. Fernando Pedrotti, o frio é um fator que diminui a atividade dos insetos, e, com isso, se tem a expectativa de que o número de novos casos diminua também. “Mas não podemos ficar nessa expectativa, temos que manter os cuidados e a prevenção. Até porque os mosquitos se adaptam”, alerta.

O enfermeiro e professor, Alex Sandro Pires, que vive de perto todo o sofrimento de pacientes internados com dengue, disse que os casos terão redução, mas porque muitas pessoas já tiveram a doença em Toledo. “E também por conta que o tempo passa e se tem mais agilidade na prevenção e nos cuidados. E no inverno a população se agasalha mais; sai pouco de casa; frequenta menos os parques, onde tem mais mosquitos. Roupas mais protegidas dificultam a exposição da pele para que o mosquito atinja a pessoa. O frio com certeza contribui para diminuir os casos de dengue”, enfatiza Alex Pires.  

Agentes seguem realizando o trabalho para conter focos do mosquito. Foto: arquivo pessoal

ATENÇÃO SEMPRE – A secretaria municipal da Saúde, por meio do setor de Controle e Combate às Endemias, reforça o pedido para que a população, apesar de as temperaturas estarem diminuindo, mantenha as ações de combate e prevenção ao Aedes aegypti nos imóveis onde mora e trabalha, impedindo que o mosquito se reproduza em locais onde a água pode acumular, a exemplo de vasos, pneus, garrafas, calhas, plantas, entre outros lugares.  Também recomenda as pessoas que apresentarem sintomas de dengue a procurarem imediatamente atendimento médico, evitando os quadros mais graves da doença.

Outro ponto fundamental para frear a disseminação da dengue em Toledo é a realização das vistorias pelos agentes de combate a endemias (ACEs) nos imóveis. Dessa forma, quando baterem em sua casa, facilite o trabalho deles e siga todas as orientações que forem dadas.

A ACE Elisangela Michelon lembra que a epidemia de dengue neste ano está em âmbito de Brasil e na somente de Toledo. E ela menciona que ainda falta a colaboração da população. “A gente continua encontrando larvas do mosquito e não paramos em momento algum do nosso trabalho, e todo mundo está ciente por meio das redes sociais, da imprensa, e estamos divulgando a importância de não criar os focos do Aedes aegypti. Enquanto a população não se conscientizar e continuar não colaborando, deixando água parada, o problema vai continuar e não podemos estar todos os dias nas mesmas residências”.