Na manhã nublada de quarta-feira, enquanto o aroma do café fresco pairava no ar, as manchetes gritavam sobre a partida não tão abrupta do renomado diretor de jornalismo da Prefeitura de Toledo, Ricardo Morante. Seu adeus ecoava como um suspiro de desencanto na alma da imprensa local.
“Perdeu, Mané!”, era o grito silencioso que ecoava nas entrelinhas dos comentários. Era como se uma carta de despedida se transformasse em um manifesto de descontentamento e desapontamento. Não era apenas sobre Ricardo; era sobre o papel da imprensa e seu valor na esfera pública.
As palavras do comunicado de Ricardo ressoavam como um lamento disfarçado de agradecimento. Ele expressava gratidão, mas não conseguia esconder a amargura da falta de reconhecimento. A “decadência de uma gestão pública”, ao meu ver, era o pano de fundo dessa despedida.
As “provas” apresentadas na crônica eram como pedras atiradas em um lago tranquilo, causando ondulações de desconfiança e indignação. A extinção da SECOM, a preferência por veículos externos e a falta de apoio aos jornalistas locais são sintomas de uma relação fraturada entre a mídia e o poder.
Essa minha crônica captura não apenas a saída de um indivíduo talentoso, mas a perda de uma voz que representava a integridade e a imparcialidade na cobertura jornalística. Era a batalha entre o dever de informar e a pressão para silenciar vozes discordantes.
O “Perdeu, Mané!” é um grito de alerta, um chamado para a valorização do jornalismo local, ético e independente. É uma reflexão sobre como a falta de reconhecimento pode minar a integridade de uma comunidade e afetar sua confiança nas instituições.
Enquanto o café esfriava na minha xícara, as palavras dessa crônica ainda pairavam no ar, como um lembrete de que, no jogo entre a mídia e o poder, a verdade e a transparência devem ser sempre as vencedoras.