A manhã de 17 de maio trouxe uma surpresa nada agradável para 231 contribuintes de Toledo. A prefeitura, em um movimento que parece mais um golpe fiscal, publicou 187 autuações de infração-multas no Diário Oficial do Município, somando valores impressionantes. A alegação? Falta de limpeza e roçada nos imóveis. Os contribuintes agora têm 25 dias para se defenderem, sob o risco de terem que pagar multas exorbitantes, como a de um deles, que totaliza R$ 665.486,00.
Em duas publicações distintas que verifiquei, a primeira somava 44 multas, com um total de R$ 238 mil, e a segunda acrescentava mais 187 multas, elevando o montante para impressionantes R$ 1,7 milhão. A voracidade da prefeitura é evidente. No entanto, surge uma questão pertinente: está a Administração Municipal aplicando a lei de forma equitativa?
Recebi informações de que a sede do Centro Epidemiológico de Toledo, localizada na Avenida J. J. Muraro, na antiga sede da Guarda Municipal, e o escritório central ao lado, estavam ambos cobertos de mato alto. Uma ironia amarga, considerando que os órgãos responsáveis pela aplicação da lei deveriam dar o exemplo. A pergunta que não quer calar: esses locais serão multados?
Além disso, estive no Jardim da Mata para conferir uma denúncia sobre mato alto que escondia uma obra abandonada. Ali, curiosamente, o Município cortou o mato. No entanto, se a lei é municipal, por que o próprio Município não é multado pelas infrações visíveis em suas propriedades?
Esta disparidade entre o tratamento dado aos contribuintes e à própria Administração Municipal levanta sérias dúvidas sobre a justiça e a imparcialidade na aplicação das leis. A prefeitura está rápida em punir os cidadãos, mas parece fechar os olhos para as infrações dentro de suas próprias cercanias. Dois pesos, duas medidas? A comunidade de Toledo merece respostas e, acima de tudo, uma administração que pratique o que prega.
A situação expõe uma administração voraz, que aplica multas pesadas aos cidadãos enquanto ignora suas próprias falhas. A credibilidade da prefeitura está em jogo, e a população de Toledo deve exigir transparência e justiça na aplicação das leis. Afinal, uma administração pública exemplar começa pelo exemplo.