O sol parecia bater mais forte naquela manhã da inauguração, como se também estivesse impaciente pela conclusão de uma história que se arrastou por longos três anos e três meses.
Lá no Jardim Coopagro/Santa Maria, meu “urubu-remédio” estava agitado. Suas penas pareciam estar arrepiadas de indignação.
A razão para tanto alvoroço? A demora na conclusão da reforma e ampliação da farmácia comunitária. O “urubu-remédio” não economizou nas críticas à atual gestão, que assumiu em 2020/21, acusando-a de levar um tempo excessivo para concluir uma obra que já estava licitada e com a empresa contratada.
Nessa ação contra a inércia administrativa, o “urubu-remédio”, com as provas e documentos obtidos via Portal da Transparência, confirmou suas suspeitas acerca de má intenção em protelar a obra: o primeiro edital de concorrência foi publicado em 22 de outubro de 2020, e a ata de classificação em 02 de novembro do mesmo ano. As evidências estão claras como água cristalina.
Mas o mais frustrante para meu “urubu-remédio” não era apenas a burocracia e a demora, mas sim o jogo político por trás disso tudo. Era como se os projetos dos ex-prefeitos fossem tratados como cartas esquecidas numa gaveta, até que alguém veja vantagem em resgatá-los próximo às eleições, como se os eleitores fossem meros “desconectados”, desprovidos de memória.
Cansado de ser espectador passivo, o meu “urubu-remédio” continuou a espalhar suas críticas, pois sabia que cada voz era um tiro nos cascos da apatia, cada denúncia uma tentativa de despertar a consciência cívica de sua comunidade e dos pacientes que precisavam dos remédios, que ali não estavam.
E assim, enquanto a farmácia comunitária ainda engatinhava em sua jornada de construção, o “urubu-remédio” permanecia firme em seu posto, um guardião incansável da verdade e da justiça local. Afinal, não se trata apenas de uma farmácia, mas sim do símbolo de uma comunidade que merece ser cuidada com diligência e respeito. Viva a má gestão da Saúde de Toledo!