Na sessão de hoje, foi aprovado apenas o reajuste mínimo, em vez dos valores e ganhos reais propostos pela classe. Isso indica que a atual gestão, mesmo com um limite prudencial bastante folgado, optou por negar aos servidores o aumento real que eles merecem. Foi mais que desprezo. (Crônica no final da coluna)
Quando se trata de bônus, estamos superando até mesmo o crescimento da China
“No entanto, quando o assunto é arrecadação, Toledo está à frente da China. Quando se trata do aumento real dos salários dos servidores, o Município não pode concedê-lo devido ao limite prudencial e medo da queda na arrecadação”. Essa foi a afirmação do vereador Chumbinho Silva em relação ao projeto de reajuste real dos salários dos servidores municipais de Toledo. Ele lamentou que o projeto tenha sido aclamado com o menor índice, em vez do real.
Do SerToledo
O Sindicato dos Servidores contesta essa justificativa. A secretária-geral do SerToledo, Marlene Silva, contradiz o Município, afirmando que ultrapassar o limite prudencial de 46% não seria um problema, já que o aumento de 5% pedido não chegaria ao limite de 51,3%. Ela considera essa posição do Município um disparate.
“Como de costume, o prefeito municipal está usando mais uma desculpa para não conceder aos nossos servidores o reajuste justo deste ano. Marlene Silva também relatou uma enorme pressão política e psicológica feita pelo prefeito e seus vereadores aliados sobre os outros vereadores. Eles disseram que, se o projeto de lei não fosse aprovado sem emendas ou discussões, nenhum servidor teria o reajuste.”
Estou nem aí com vocês!
O vereador Genivaldo Paes, do PL de Toledo, declarou de forma incisiva: ‘Não estou nem aí com vocês’, argumentando que os servidores municipais estão buscando salários acima do que merecem. Ele sugeriu que, se não estão satisfeitos com os reajustes, deveriam procurar outro emprego, demonstrando uma falta total de respeito. Essa atitude me faz lembrar dos tempos da monarquia, quando havia um funcionário conhecido como ‘bobo da corte’ ou ‘bufão’, cujo papel era fazer os presentes rirem.
Entrevista de sábado
Estarei recebendo o dr. José Roberto Moreira, Promotor de Justiça do Paraná, para falar sobre o “Sistema de atendimento à saúde pública em Toledo”. Discutiremos os desafios enfrentados pelo sistema de saúde pública em nossa comunidade, bem como possíveis soluções e iniciativas para melhorar o atendimento à população. Quanto presença dos “andarilhos” na cidade, abordaremos a questão dos indivíduos em situação de rua e os desafios associados, incluindo aspectos legais, sociais e de saúde pública, bem como possíveis medidas para lidar com essa problemática de forma eficaz e humanitária.
O desprezo pelos servidores: um retrato de Toledo
Na cinzenta atmosfera da política local, um drama silencioso se desenrola nas sombras dos corredores da administração pública em Toledo. Enquanto os holofotes da cidade se voltam para discursos pomposos e promessas vazias, os verdadeiros protagonistas desta trama são relegados ao papel de meros figurantes.
A mais recente sessão legislativa, ocorrida nessa última segunda-feira, foi palco de uma triste peça teatral, na qual os servidores públicos foram os principais prejudicados. Enquanto as câmeras capturavam sorrisos falsos e discursos eloquentes, nos bastidores a realidade era uma crua negação do reconhecimento merecido aos servidores.
Os servidores, cidadãos dedicados que sustentam os pilares da cidade com seu trabalho árduo, viram-se confrontados com a cruel indiferença de seus representantes, eleitos tanto lá quanto cá. Propostas de aumento real foram rejeitadas em favor de medidas paliativas, um insulto à dignidade daqueles que fazem a máquina pública funcionar.
A justificativa apresentada pela gestão municipal, envolta em cifras e limites prudenciais, soa como uma desculpa esfarrapada perante a realidade evidente. Enquanto bônus são distribuídos como moedas de troca política, o reconhecimento justo é negado àqueles que verdadeiramente o merecem.
A voz do sindicato ecoa como um eco indignado, denunciando a injustiça flagrante e desmascarando as falácias daqueles que buscam justificar o injustificável. A pressão política, as manobras de bastidores, tudo serve para revelar a verdadeira face de uma gestão que prefere o teatro à verdade, naquela “bolha”.
A declaração chocante do vereador Genivaldo Paes, desdenhando os servidores com um gesto de desdém, ecoa como um triste lembrete de uma era passada, onde os súditos eram meros peões nas mãos de seus senhores. Sua falta de empatia, sua arrogância desmedida, são sintomas de uma doença moral que corrói os alicerces da democracia.
Enquanto a cidade avança, seus servidores são deixados para trás, esquecidos e menosprezados. Toledo, uma comunidade que depende do trabalho incansável de seus funcionários públicos, deveria envergonhar-se desse tratamento desumano e desrespeitoso. Pois, no final das contas, são eles que verdadeiramente constroem o tecido social, sustentando os sonhos e aspirações de todos os toledanos.
Que esta minha crônica seja um eco das vozes silenciadas, um chamado à consciência daqueles que detêm o poder. Pois, enquanto os servidores forem tratados com desdém, a alma de Toledo estará enegrecida pela sombra da injustiça que, pode ser lembrada ali na frente.
Jornalista Eliseu Langner de Lima – MTb 11.737 / PR