Em meio à empolgação com os preparativos que antecedem as viagens, muitas pessoas negligenciam os cuidados essenciais com sua residência. Porém, embora ninguém goste de cogitar a ideia de ter o imóvel invadido, essa possibilidade sempre existe — é ainda maior durante a ausência da família. O bom é que, com medidas eficientes, é possível ter mais segurança nas férias e, inclusive, zelar pelo seu patrimônio à distância.

Para entender como os meliantes agem e aprender a se defender, confira as 12 medidas a seguir!

1. Não se iluda com práticas ineficientes

Primeiramente, não banque o inocente. Ou você realmente acha que deixar algumas luzes acesas, a televisão ligada ou um rádio tocando baixinho durante toda a viagem, de fato, convence de que há pessoas em casa?
Isso só serve para chamar a atenção de indivíduos mal-intencionados — os quais, geralmente, observam a movimentação nos imóveis por alguns dias antes de agir, constatando quais apresentam o mesmo padrão.
Em vez de ajudar, isso acaba sinalizando quais residências se encontram vazias e, pior, ainda oferece o risco de, com a queda de um raio, os aparelhos queimarem ou iniciarem um incêndio elétrico. Portanto, nada de deixá-los ligados nas tomadas!
Se desejar criar uma ilusão de movimento, uma boa medida é instalar uma lâmpada com temporizador em algum cômodo com vista para a rua. Programe-a para acender apenas algumas horas por noite, de acordo com os hábitos da família.

2. Identifique e elimine pontos fracos

Segundo a Polícia Militar do Paraná, a segurança de uma residência é tão forte quanto seu ponto mais fraco.  Por isso, analise seu imóvel e providencie os reparos necessários. Muitos intrusos aproveitam muros fáceis de escalar (com saliências, cantos, vãos etc.), portas ou janelas com trancas comprometidas, entre outras deficiências, para entrarem.
Além disso, confira se as portas externas (de preferência, de madeira maciça ou outros materiais reforçados e com fechaduras resistentes) não soam ocas e se estão bem ajustadas às guarnições para dificultar uma eventual tentativa de arrombamento.

3. Evite comentar sobre suas viagens

Ainda de acordo com a PM, meliantes são oportunistas, ou seja, indivíduos que não criam oportunidades, mas que aproveitam as existentes.
Após compararem uma extensa sequência de crimes contra o patrimônio, as autoridades policiais concluíram que o que gera maior atratividade para os delinquentes é, além da estrutura da residência, a própria atitude dos moradores.
Por isso, não comente com a vizinhança sobre sua próxima viagem. Apesar de serem pessoas de sua confiança, alguém mal-intencionado pode escutar e aproveitar a deixa.
Combine com o restante da família de contar sobre os bons momentos somente depois que vocês tiverem retornado das férias — inclusive nas redes sociais.

4. Remaneje os serviços programados

Um quintal com jornais e revistas por assinatura espalhados pelo chão dá a maior bandeira de que, há dias, não há ninguém em casa. Por isso, suspenda ou redirecione as entregas para o endereço de algum parente próximo.
Também é importante desligar a campainha e transferir as chamadas do telefone fixo para seu celular, evitando que toquem sem ninguém responder.

5. Tenha cuidado com o entra-e-sai

Recolha cópias de chaves que estejam aos cuidados de porteiros, empregados ou prestadores de serviços com acesso à residência. Evitar o entra-e-sai de terceiros durante sua ausência é importante para não comprometer o esquema de segurança nas férias.

Já no caso de quem tem cachorro, vale a pena abrir uma exceção. Em vez de deixá-lo na casa de amigos ou em um hotel para pets, peça para alguém de confiança alimentá-lo.
Além da ausência do animal chamar a atenção, os latidos podem alertar os vizinhos para alguma movimentação estranha.

6. Complique os acessos à residência

Instalar grades, trincos e trancas extras nas portas e janelas, bem como correntes e cadeados a mais nos portões, complica o acesso à residência, afinal, arrombar todos esses dispositivos demanda tempo — algo que os ladrões não gostam de perder.
Travas também têm o seu valor. Em janelas de correr, por exemplo, o uso de um pedaço de madeira maciça de cada lado do trilho é suficiente para atrasar a ação dos bandidos.
Ao mesmo tempo, invista em um bom sistema de alarme em todas as entradas. Vãos estreitos de vitrôs, por exemplo, podem servir de acesso para alguma criança, que se encarrega de abrir a residência por dentro para o restante do bando.
Por fim, não se esqueça de proteger as varandas. Em sobrados, os acessos ao pavimento superior devem contar com o mesmo nível de proteção do térreo.

7. Guarde objetos de valor em locais menos óbvios

Se, na pior das hipóteses, a residência for invadida, é importante que o processo de complicar a vida dos bandidos continue em seu interior.
Evite guardar joias, relógios caros e outros itens valiosos em locais como gavetas com fechaduras. A instalação de um cofre, em um local inusitado, é mais indicada.  Já quantias em dinheiro e documentos importantes devem ser guardados, exclusivamente, em bancos.

8. Demonstre que o imóvel está sendo vigiado

Apesar de seguirem a lei do mínimo esforço, os criminosos tomam alguns cuidados. O principal é se certificarem de que não estão sendo observados.
O raciocínio é simples: partindo do princípio que terão resultados semelhantes se invadirem sua casa ou outra pelo bairro, eles sempre optarão pelas que exigirem menos esforço e oferecerem menos chances de serem identificados. Por isso, mostrar que o imóvel conta com um sistema de vigilância 24 horas os desencoraja, reduzindo os riscos de você se tornar mais uma vítima. Câmeras infravermelho HD e gravadores digitais de vídeo, que oferecem captura e gravação de imagens em alta resolução, são uma boa escolha.  O bacana é que é possível fazer o acompanhamento remoto das câmeras pelo navegador do PC ou até pelo smartphone, por meio de aplicativos de monitoramento.

9. Use o paisagismo a seu favor, não contra

Evite plantar árvores próximas aos muros para não facilitar invasões, bem como não criar sombras que reduzam a visibilidade que as pessoas têm de fora da residência. Além disso, folhas secas pelo chão indicam que o imóvel está vazio há dias.
Evite, ainda, o cultivo de arbustos volumosos na parte da frente da casa, principalmente próximos às portas e janelas, pois podem servir para ladrões se esconderem enquanto preparam o arrombamento.
Também não deixe objetos que facilitem a ação dos criminosos, como escadas, bancos e ferramentas, pela garagem ou quintal.

10. Invista em uma iluminação inteligente

Instale holofotes com sensores de presença no muro da frente (voltadas para a calçada), bem como nas fachadas internas e corredores laterais.
Com eles é mais fácil perceber qualquer movimentação estranha, colaborando para a chamada vigilância natural — pois permite que o imóvel seja observado por outras pessoas. 

Para isso, é importante esclarecer que, ainda que não seja recomendado comentar com qualquer pessoa sobre a viagem, deve-se avisar um ou dois vizinhos de confiança.  Munidos dos seus contatos, eles podem avisá-lo em caso de qualquer eventualidade, bem como chamar a polícia (por meio do 190).

11. Contrate um seguro residencial

Apólices básicas oferecem coberturas contra queda de raios, incêndios e explosões, mas vale a pena estender a cobertura para furtos (quando há violência física ou psicológica) e roubos (quando as vítimas não se encontram no local).  Caso a residência sofra algum sinistro, a seguradora arca com os prejuízos sobre o que foi contratado — poupando o orçamento da família. 

12. Pense além da segurança nas férias

Ao eliminar pontos fracos e montar um sistema de segurança residencial personalizado, garante-se a segurança do patrimônio e da família durante o ano todo — algo essencial, ainda mais considerando a incidência da criminalidade no Brasil.

Assim, investir em segurança nas férias é imprescindível para conseguir viajar tranquilo e se desligar das preocupações. Mas mais do que isso, tomar todas as medidas preventivas possíveis minimiza o grau de atratividade do imóvel frente aos olhos de oportunistas ou, no caso de uma invasão, ajuda as autoridades a intervirem rapidamente, minimizando danos e prejuízos. 

Fonte: Polícia Militar