Da Redação

O período que antecede um pleito eleitoral é sempre permeado por debates internos entre os partidos e o posicionamento de seus correligionários. Com o PDT (Partido Democrático Trabalhista) não poderia ser diferente e, desta vez, visando as eleições municipais de 2024, a sigla, além de avaliar as possíveis candidaturas no Paraná, incluindo a disputa pela Prefeitura de Toledo, está se reorganizando em todo o estado.

Ainda em dezembro de 2023, Ivar Barea, coordenador Regional do PDT no Oeste, esteve em Toledo acompanhando uma das reuniões habituais entre os pedetistas locais. Esses encontros vêm acontecendo há tempos, tendo à frente a liderança de Sérgio Gallina, que preside a Comissão Provisória do PDT em Toledo.

Ivar Barea e Sérgio Gallina estiveram na Gazeta de Toledo e explicaram a movimentação que o partido tem feito internamente em torno de sua reestruturação. Essa reorganização, que ocorre em todo o Paraná, passa por Toledo, cidade estratégica para a sigla, conforme explica Ivar Barea, que já foi prefeito de Capitão Leônidas Marques, secretário municipal, vereador e presidente da Acamop (Associação das Câmaras Municipais do Oeste do Paraná).

“Toledo é cidade estratégica para o PDT, até mesmo pela importância que tem no contexto e pela história que tem no partido”. O coordenador regional prossegue sua explicação contando o que motivou a mudança que a sigla vem fazendo, renovando seus quadros e buscando novas perspectivas.

“O PDT sofreu um revés muito grande, que foi a saída do Osmar Dias do partido, que não só saiu do partido, como saiu da política, não teve mais nenhuma ação. Ficou no comando do Osmar Dias durante 16 anos, o partido. Lamentavelmente, nesse período não houve o trabalho de manutenção da base, porque o nome do Osmar era maior do que o partido. Então, ele juntava grupos, e o partido foi ficando de lado em relação à formação orgânica, como um instrumento de fortalecimento de base, porque tinha um nome”.

A partir deste momento, em que se encontrava sem um nome que aglutinasse os correligionários em torno de um propósito, o PDT teve que rever tudo. Em meio a esse processo, uma nova liderança surgiu, Jorge Gomes de Oliveira Brand, mais conhecido como Goura, que hoje está em seu segundo mandato como deputado estadual.

Sobre a nova liderança, Ivar explica que se trata de um jovem promissor. “O Goura tem uma carreira brilhante, começou do nada, elegeu-se vereador em Curitiba e já foi candidato a deputado estadual ainda no primeiro mandato como vereador. Fez 37 mil votos na Capital, e agora na reeleição, muito embora as dificuldades que o PDT teve, fez mais de 50 mil votos e manteve o mandato”.

Presidindo o diretório estadual do partido, o deputado Goura tem também o objetivo de reestruturar o PDT a nível de estado. Essas mudanças, nos polos microrregionais e regionais, são algo muito importante, pois terão reflexos nos municípios. Essa estratégia passou a ter grande relevância, de acordo com o coordenador regional do PDT no Oeste.

“A prioridade maior é essa: construir uma força em cada município-polo, e Toledo é um deles. Contudo, não queremos uma busca desesperada por nomes que eventualmente tenham mais viabilidade eleitoral, e que por isso, depois de um mandato migre para outro partido. Queremos alguém que tenha identidade com o PDT; que concorde com aquilo que ideologicamente o partido representa; que não esteja vinculado com esses dois polos que lamentavelmente se criaram no país, essa polarização odiosa, cujas lideranças principais fazem questão que continue, pois colocam o ‘nós’ contra ‘eles’ e assim acabam sempre dominando. Nós precisamos fazer um contraponto. O PDT tem uma história, não é vinculado a um lado ou a outro. Não temos nada a ver nem com o bolsonarismo e nem com o petismo. O PDT tem vida própria, foi construído por lideranças que dão muito orgulho a cada filiado, como o Brizola, Getúlio e João Goulart”, relata Ivar.

A ideia central da legenda hoje é defender o legado partidário e reconstruir o partido, tendo o objetivo de ter uma liderança forte, mantendo, porém, a força no conjunto, no grupo, como explica Ivar. “Não queremos que a força esteja em uma figura só, que politicamente manipule os demais e seja ‘dono‘ do partido. Eu acho em Toledo, o Gallina tem conduzido esse processo de uma maneira brilhante, buscando novos quadros, valorizando a história do partido e dando vez e voz a todos os que estão chegando. É dessa forma que se constrói uma coisa consistente e duradoura, para que a gente volte daqui a dois anos, numa eleição estadual, e possa dizer que em Toledo tem um grupo com contingente eleitoral para que a gente possa lançar um deputado estadual, um deputado federal, e que tenha essa representatividade também no interior do Paraná consistente e forte no partido”.

Sérgio Gallina, por sua vez, diz que o que o tem impressionado é aceitação que o PDT vem tendo em Toledo a partir da renovação. “A renovação nos quadros partidários é algo que vem se consolidando em Toledo. Daquela turma que estava antes no partido, só há três remanescentes. Os demais são todos novos nomes”.

Gallina faz uma análise otimista para o pleito de outubro próximo. “Hoje nós temos 11 pré-candidatos a vereadores e 4 pré-candidatas a vereadoras. Até março, precisamos de mais 5 nomes para disputar uma cadeira no Legislativo Municipal. Já temos os 20 nomes para formar nossa chapa para a vereança, mas tem algumas pessoas, que por causa da janela partidária, preferiram aguardar até março para se colocarem como pré-candidatos.