Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Livro Realmar a Economia quer resgatar a dignidade humana

h

Facebook
WhatsApp
LinkedIn

Por Marcos Antonio Santos

“Nas últimas décadas, o Brasil atravessou diferentes momentos e passou por diversos acontecimentos históricos que acarretaram mudanças, sobretudo nos âmbitos sociais e econômicos.” É assim que começa o capítulo ‘Educar Para Novas Economias’, escrito por Ana Carolina Fernandes Alves, Augusto Luís Pinheiro Martins e Ricardo Pereira. Eles participam do livro “Realmar a Economia” – A Economia de Francisco e Clara. “Que vem resgatar a economia, que como está constituída, não anda bem. E temos que organizar a nossa casa, que algumas vezes está sem alma, sem vida”, ressalta o teólogo Augusto, que disse que o Papa já recebeu o exemplar do livro, nesta semana.

Augusto entregando uma cartilha ao Papa. Foto: arquivo pessoal

Ana Carolina conta que a Economia de Francisco e Clara tem diversas faces. “Este livro é uma maneira de popularizar isso, e convidar a todos a fazer essa leitura. Têm textos muito preciosos e um trabalho do coração de muitas pessoas”.

PAPA – O Papa Francisco propôs aos jovens estudantes, em 2019, “um pacto para mudar a economia atual e atribuir uma alma à economia do amanhã”. Esse apelo foi ouvido por Ana Carolina e Augusto Luís, membros da rede de Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara (ABEFC). O casal, que mora em Cascavel, esteve na Cúria Diocesana em Toledo, nessa quinta-feira, 29, para o lançamento Nacional do Livro, organizado por Eduardo Brasileiro. “O Papa concedeu um protagonismo para os jovens, as mulheres e aos leigos, então é um movimento que não vem de cima para baixo, e também é Ecumênico, com diversas religiões; temos islâmicos, judeus e quem não tem opção religião nenhuma”, diz Augusto.  

REALMAR: Para ele, a alma da economia está em valorizar a vida em sua plenitude e resgatar a dignidade humana. “A alma da economia está no encontro dos diferentes, em valorizar a vida na sua plenitude, porque a gente no dia a dia quando encontra alguém que está cabisbaixo diz: que ela está sem alma, sem vida, que está faltando alguma coisa. E queremos saber o que está acontecendo. Realmar a economia é resgatar a dignidade humana e também resgatar as coisas criadas por Deus.  Não podemos à custa de um lucro, a exemplo do desastre ambiental de Mariana (MG), que podemos dizer que foi o grito da terra e dos pobres. Pelo lucro se polui, isso não é sustentável nem para o planeta e nem para nós”, afirma Augusto.

O casal Ana Carolina e Augusto Luís. Foto: Gazeta de Toledo

“Muitos têm crescimento econômico, com muito dinheiro, mas ao mesmo tempo não se consegue desfrutar a convivência da esposa, a educação dos filhos e de tomar um café. Somente no corre-corre e em busca do lucro, quantos pessoas não sofrem hoje da Síndrome de Burnout (exaustão emocional, despersonalização e redução da realização profissional), ou fazendo investimentos de alto risco, então a nossa economia está sem alma; ela mata, exclui, devasta. O Papa Francisco disse que isso é uma cultura global do descarte e da indiferença”, diz Augusto Luís.

Segundo Ana Carolina, eles acreditam muita na educação. “Isso vai ao encontro do trabalho da Cáritas, e a meu ver são segundos passos. Primeiro temos que fornecer o básico, a sobrevivência, porque sem dignidade ninguém consegue fazer nada. Mas é necessário termos esses segundos passos, que eduque as pessoas para o que chamamos de desenvolvimento humano integral em todos os âmbitos. O problema central da economia, é o trabalho e a renda das pessoas, é o coração. Quando resolvemos isso, também se resolve a metade dos problemas econômicos. A educação e o trabalho são pontos fundamentais”, diz.

“Acreditamos numa mudança de cultura, que somente virá por meio do trabalho e do desenvolvimento humano. Realmar é colocar a vida como centralidade. As vezes estamos vivendo em função do dinheiro, ou de bens, justificando todas outras coisas, mas a centralidade tem que ser estar na vida e no cuidado, é o ponto principal”, avalia a professora Ana Carolina.  

BISPO – Para o Dom João Seneme, bispo da Diocese de Toledo, é uma alegria muito grande acolher a Ana e o Augusto. “Esse livro tem o desejo do Papa Francisco de trazer a juventude para que colocasse os seus desejos e sonhos. Esse livro foi escrito por muitas mãos. E estamos contentes por poder acolher os dois de modo particular. Que seja o momento de poder sonhar junto com outros jovens. O sonho de que a economia tenha esse olhar valoroso para toda a humanidade”, diz Dom João.  

O livro se divide em três partes. Foto: Gazeta de Toledo

O livro da editora Paulus com 319 páginas, a princípio teve 5 mil tiragens, e pode ser comprado no site da editora e nas Igrejas Católicas. “Cedemos os direitos do livro, porque se cada autor tivesse a sua parcela de lucro, o livro iria custar em torno de R$ 70,00, e sendo 27 autores que abriram mão do dinheiro, o livro está sendo comercializado a preço de custo, R$ 39,00. E os autores estão vendendo o livro com 20% de desconto, saindo por R$ 31,20”, diz Augusto Luís.

Veja também

Previsão do Tempo

Mais previsões: Meteorologia 25 dias

Cotação em Tempo Real