Parque eólico de Meklemburg, Alemanha. Foto: Arquivo pessoal/Mosconi

Por Marcos Antonio Santos

De acordo com o diretor do Programa Green Fuels, Neudi Mosconi, nos próximos dois anos, na região de Toledo, será edificado um parque eólico, com 40 torres e um parque de 200 MW de SFV. O investimento total deverá ser da ordem de R$ 2 bilhões em geração de energia verde. Ele disse que a obra será coordenada pela empresa Enertrag, da Alemanha, grupo industrial especializado na produção de eletricidade a partir de fontes renováveis.

“Esse parque será construído no território de Toledo em local a ser definido após conclusão dos estudos aos quais já foram iniciados. Serão 40 torres, gerando cinco mega cada, totalizando 200 mega de potência instalada em energia eólica. A previsão é que dentro de dois anos seja iniciada a infraestrutura de base para a instalação do sistema. Um parque eólico com essa capacidade terá torres com 120 metros de altura. Além do parque, está sendo planejado a construção de 200 mil metros quadrados de placas fotovoltaicas (placas solares), então, serão 400 mil KW de potência instalada na região de Toledo. Toda a energia produzida pelos sistemas de geração de energia verde será para a produção de hidrogênio verde, em que a soma dos investimentos globais serão mais de R$ 2 bilhões. Não podemos passar mais detalhes, mas todo o trabalho de estudo já começou”. Segundo Mosconi, o estudo está sendo custeado pelo governo alemão e por fundos da União Europeia.

Obra do parque eólico será realizada pela Enertrag. Foto: Arquivo pessoal/Mosconi

O parque eólico e o parque solar são partes do programa de saneamento rural e bioenergia – “Oeste Sustentável” – em estruturação nos municípios de Toledo, Nova Santa Rosa, Quatro Pontes, Marechal Cândido do Rondon, Entre Rios do Oeste e Pato Bragado. “Esse programa prevê o tratamento de todo os resíduos e passivos para produção do biogás, que será purificado, transportado a uma central servindo de matéria-prima para a produção do petróleo sintético. Um dos elementos necessários para estruturar o programa de biocombustíveis é um elemento chamado hidrogênio verde, que para ser produzido precisa de energia limpa. Hoje, a União Europeia considera energia verde aquela que é tirada do sistema produzido por meio do sistema fotovoltaico e eólico.  A energia do parque eólico da região de Toledo integrará a planta de produção de energia solar, todas essas energias verdes serão usadas no processo de eletrólise para a produção do hidrogênio verde e oxigênio, processo esse que se dá pela separação das moléculas da água. Dessa forma as duas fontes de hidrogênio misturado a grande quantidade de CO2, derivado do processo de biodigestão das biomassas residuais, produzirá o petróleo sintético, que por processo de refino dará origem ao querosene verde para exportação a indústria alemã”, explica Mosconi.

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No começo de maio, ele viajou para a Alemanha quando foi assinado a declaração conjunta de intenções sobre cooperação bilateral entre o estado de Meklemburg e o Paraná, e aproveitou para acertar os ajustes para a instalação do parque eólico na região de Toledo, “mas a parte da concepção geral vem desde o início do planejamento macro”.

Nessa viagem, ele conheceu de perto o parque eólico do estado de Meklemburg, norte da Alemanha, próximo ao mar Báltico.  “Na região de Toledo, os parques serão menores, com 40 torres e cada uma terá um gerador eólico de cinco mil quilowatts-hora (KWh), e será distribuído conforme geografia e planejamento que ainda serão finalizados”, afirma Mosconi.  

“Na nossa região, o parque eólico terá outra finalidade: em Meklemburg todo o sistema é para geração de energia, que é toda injetada nesse sistema; geração distribuída. Aqui, toda a geração de energia será para a produção de hidrogênio verde”, esclarece.

Meklemburg utiliza o sistema para geração de energia. Foto: Arquivo pessoal/Mosconi

A energia eólica é um tipo de energia renovável gerada da força dos ventos. Trata-se de uma energia consideravelmente mais barata do que as demais, e que não gera emissão de poluentes na atmosfera. Mosconi ressalta que essa energia produzida na região não será conectada na rede da Copel “vai ser uma estrutura de transporte própria até a central de eletrólise”.  

LICENÇA AMBIENTAL – Mosconi reafirma que o projeto ainda está em fase de estudo e quando decidido o local do parque eólico será realizado a negociação com os proprietários da área definida. “Primeiro iremos conversar com os proprietários da região onde o parque será construído. Depois o processo de licenciamento, é um trâmite que irá demorar até dois anos. Na verdade, toda essa tramitação; licenciamento, estruturação definição do local está dentro do cronograma de trabalho de todo o sistema. Se a Alemanha precisa importar 70% da matriz energética, que o Oeste do estado seja inteligente, se articule e produza, porque lá será vendido em euros. Queremos transformar o nosso produtor de proteína animal, em produtor de energia verde”, diz.

Neudi e Rainer participaram no sábado do Gente&Poder, com o jornalista Eliseu Langner

O presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento (POD), empresário Rainer Zielasko lembra que cada torre eólica que produz cinco mega, se compara a uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), a exemplo da PCH São Francisco, que gera energia para Toledo e outros municípios da região. “Não imaginava que tivéssemos capacidade de ventos para colar um parque eólico para funcionar.  E cada torre será uma PCH, e estamos falando de 40 torres. Nos enche de esperança para trazer renda ao produtor e transformar o Oeste do Paraná, que será exemplo de sustentabilidade para o mundo todo”.

Energia eólica é um tipo de energia renovável gerada da força dos ventos.