Torao Takada (camiseta azul) participa da corrida ao lado de centenas de atletas. Foto: Associação Correr Toledo

Por Marcos Antonio Santos

A melhor edição de todas! Foi assim que a diretora de Esportes na Natureza e Paradesporto da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de Toledo (Smel), técnica Sandra Schossler, resumiu a 10ª edição da Corrida 24 Horas Torao Takada, realizada no último fim de semana na pista emborrachada do Horto Florestal, do Parque Ecológico Diva Paim Barth.

“Este a ano a prova teve um crescimento muito grande por conta da participação dos ultramaratonistas, foram 30 no total, em anos anteriores eram 15. A mesmo aconteceu com os corredores dos 100 km. Acredito que para o ano que vem a procura das categorias solo deverá chegar a mais de 100 atletas por prova”.

Ela disse que nem todos os atletas que pretendiam correr as 24 horas solo conseguiram completar o percurso. “Uma prova como essa, o atleta corre mais de 200 km. Quando não se faz a suplementação correta no tempo certo, ou deixa de tomar a quantidade de água que precisa, tem desidratação. Tivemos o caso de desidratação séria de um corredor, que foi retirado da prova. Outro não passou bem, talvez tenha sido a temperatura. Dois corredores da 24 horas chegaram lesionados e não completaram a corrida. Tem atleta por exemplo que vem para competir os 100 km, mas com três horas de prova decide parar porque não iria fazer uma boa quilometragem e prefere não terminar” diz.

Segundo Sandra, na prova deste ano, que tem padrão internacional, teve a participação muitas crianças. “As crianças ficam enlouquecidas em participar. Elas fazem o mesmo percurso dos adultos, até mesmo as trocas.  Todos os atletas que vem de fora, tivemos 10 corredores de estados diferentes, disseram que não há prova igual a de Toledo. A dinâmica da corrida e a maneira que todos são acolhidos; desde a inscrição, vinda à cidade, hospedagem, atendimento médico e alimentação especial.  Essa prova tem padrão internacional”, afirma Sandra Schossler.

Cerca de 400 crianças participaram da corrida 24 horas. Foto: Associação Correr Toledo

PROVA INCRÍVEL: Para se ter um bom desempenho quando se corre 24 horas seguidas, o atleta conta com um staff para lhe oferecer todo o suporte necessário. A ultramaratonista de Cascavel, Vanuza Ramos fez esse trabalho de auxiliar os corredores que buscavam índices e para se desafiarem. “Foi uma prova incrível e Toledo está de parabéns. É uma corrida que fica no coração de cada um, pela hospitalidade e calor humano da cidade. A pista estava maravilhosa, algo diferente em termos de Brasil, não existe no país uma prova dessa qualidade. Foi muito gratificante ver os atletas conseguindo suas marcas e índices. Ano que vem vou trazer muito mais atletas da ultramaratona para conhecer essa prova maravilhosa”.

Corredores que tiveram o suporte do staff de Vanuza Ramos. Foto: Arquivo pessoal

DESTAQUE 24 HORAS: Viviane Motta, do Espírito Santos, se destacou na corrida solo, ela correu 183 km.  De acordo com Vivi, a prova foi uma estratégia de treino para correr a Spartathlon, na Grécia, em 2024. “Quero chegar bem preparada, a percurso será de 246 km, e se enfrenta frio, calor e muitas vezes dependendo das características do local são fenômenos da natureza bem difíceis de suportar”.

A ultramaratonista conta que em Toledo não foi uma prova fácil de participar. “No Espírito Santo é muito quente e não tive dificuldades com o calor, mas com o passar das horas foi esfriando e controlar o frio no percurso foi complicado. Percorri 122 km nas primeiras 13 horas. A pista impulsiona, é preciso ter critério na escolha do tênis, porque é um piso de velocidade, e uma prova de 24 horas se o atleta não tiver essa noção acaba colocando em jogo toda uma preparação. É uma corrida de resistência e constância, sendo o psicológico que vai levar você a terminar ou não.    Com 14 horas começou a dar muitas bolhas nos meus dedos e não consegui alcançar a marca de 220 km, mesmo assim, estou muito feliz com toda a recepção da organização. O doutor Torao Takada é uma pessoa extraordinária. Meu coração está levando muita alegria desse evento maravilhoso”, afirma.

Vivi Motta é atleta da seleção brasileira de 24 horas. Foto:Arquivo pessoal

Marcelo Henrique Rocha, de Adamantina (SP), há 39 anos é atleta e começou nas ultramaratonas em 2020. Ele que já esteve em Toledo participando da meia maratona em 2006 e 2007, conta que foi a quarta vez que enfrentou os 100 km, sendo a primeira vez em Toledo. “Fiquei muito feliz com que presenciei na corrida 24 horas; organização impecável, e o carinho da organização com os atletas foi o ponto máximo. Um formato de corrida em que o tempo todo estava uma média de 140 corredores no circuito, isso motivou os ultramaratonistas, pois havia o revezamento. Experiência incrível poder correr 100 km em uma pista emborrachada, melhorando muito a recuperação muscular pós-prova”. Marcelo foi campeão dos 100 km solo com uma marca de 7 horas e 18 segundos.

Marcelo recebendo o troféu das mãos do dr. Torao Takada. Foto: Arquivo pessoal

O ultramaratonista Valdenir Jandosa, de São Paulo, que também participou das 24 horas solo, comenta que foi uma prova inesquecível. “Foi uma corrida linda e todos estavam engajados em realizar um grande evento. A prova em uma pista emborrachada de 1.330 metros é um presente de Toledo para os amantes das corridas. Agradeço o carinho de todos, e espero voltar em outra oportunidade”.

Equipe Correr Toledo. Foto: Associação Correr Toledo

Confira a seguir, alguns momentos da 10ª edição da prova corrida 24h Torao Takada. Foram voltas e voltas na nova pista de caminhada emborrachada do Horto Florestal de 1.330 metros de extensão. As imagens áreas registradas por Marcos Vinícius Dorta ilustram a grandeza do evento.